terça-feira, 19 de agosto de 2025

JOÃO CAMPOS É APONTADO POR RENATO ANTUNES COMO ARTICULADOR DE MANOBRAS NA ALEPE PARA ENFRAQUECER RAQUEL LYRA


Em uma sessão esvaziada na Assembleia Legislativa de Pernambuco, nesta segunda-feira, o deputado estadual Renato Antunes chamou atenção ao afirmar que o prefeito do Recife, João Campos, é quem estaria conduzindo as articulações políticas dentro da Casa. Segundo o parlamentar, a ausência da maioria dos oposicionistas no plenário não foi mera coincidência, mas parte de uma estratégia para consolidar maioria na CPI da Publicidade, um movimento que teria sido orquestrado diretamente pelo PSB, partido comandado nacionalmente pelo próprio João Campos. Antunes subiu à tribuna e declarou que não teme em dizer que todas as movimentações que ocorrem nos bastidores da Alepe passam pela influência do prefeito recifense, apontando-o como o verdadeiro comandante por trás das decisões estratégicas.

O deputado também destacou como fator determinante a saída de três parlamentares socialistas, Waldemar Borges, Diogo Moraes e Junior Matuto, que deixaram o PSB no mesmo dia com anuência da direção partidária, recebendo carta que permitiu a migração para siglas da base governista. Essa manobra, segundo Antunes, não se trata de simples reorganização, mas de um movimento pensado para fortalecer as fileiras contra a governadora Raquel Lyra, distribuindo forças entre partidos como MDB, PSDB e PRD, com o objetivo de desequilibrar o tabuleiro político estadual. Para o parlamentar, o gesto é revelador da preocupação da oposição diante do crescimento da governadora no cenário político e da necessidade de antecipar o debate eleitoral.

Renato Antunes foi além e fez críticas contundentes ao prefeito da capital. Ele citou o exemplo da paralisação promovida pelos carroceiros que tomou as ruas do Recife no mesmo dia e questionou a prioridade do gestor. Na visão dele, ao invés de acompanhar de perto os problemas urbanos e sociais da cidade, João Campos estaria dedicando energia a manobras na Alepe, buscando fragilizar a chefe do Executivo estadual. O deputado classificou a postura como um retrocesso para Pernambuco, argumentando que o estado precisa de projetos de desenvolvimento e de fortalecimento de sua estrutura administrativa, mas encontra pela frente um grupo político preocupado apenas em manter influência e poder.

A fala do parlamentar acentuou ainda mais o clima de tensão entre governo e oposição no Legislativo. O cenário na Alepe tem sido marcado por disputas acirradas, sobretudo em torno da instalação da CPI, que se tornou um dos pontos mais sensíveis da atual legislatura. Para Renato, a interferência direta do prefeito recifense nas negociações e articulações é prova de que o PSB não abre mão de se posicionar como ator central no jogo político estadual, ainda que para isso precise abrir mão de sua coesão interna. Ao expor esse bastidor, o deputado busca evidenciar que as movimentações não são espontâneas, mas resultado de um plano bem definido que tem em João Campos seu principal mentor, reforçando a ideia de que, mesmo à frente da prefeitura do Recife, o socialista expande sua influência para além das fronteiras municipais e atua de forma incisiva no xadrez político pernambucano.

Nenhum comentário: