O deputado também destacou como fator determinante a saída de três parlamentares socialistas, Waldemar Borges, Diogo Moraes e Junior Matuto, que deixaram o PSB no mesmo dia com anuência da direção partidária, recebendo carta que permitiu a migração para siglas da base governista. Essa manobra, segundo Antunes, não se trata de simples reorganização, mas de um movimento pensado para fortalecer as fileiras contra a governadora Raquel Lyra, distribuindo forças entre partidos como MDB, PSDB e PRD, com o objetivo de desequilibrar o tabuleiro político estadual. Para o parlamentar, o gesto é revelador da preocupação da oposição diante do crescimento da governadora no cenário político e da necessidade de antecipar o debate eleitoral.
Renato Antunes foi além e fez críticas contundentes ao prefeito da capital. Ele citou o exemplo da paralisação promovida pelos carroceiros que tomou as ruas do Recife no mesmo dia e questionou a prioridade do gestor. Na visão dele, ao invés de acompanhar de perto os problemas urbanos e sociais da cidade, João Campos estaria dedicando energia a manobras na Alepe, buscando fragilizar a chefe do Executivo estadual. O deputado classificou a postura como um retrocesso para Pernambuco, argumentando que o estado precisa de projetos de desenvolvimento e de fortalecimento de sua estrutura administrativa, mas encontra pela frente um grupo político preocupado apenas em manter influência e poder.
A fala do parlamentar acentuou ainda mais o clima de tensão entre governo e oposição no Legislativo. O cenário na Alepe tem sido marcado por disputas acirradas, sobretudo em torno da instalação da CPI, que se tornou um dos pontos mais sensíveis da atual legislatura. Para Renato, a interferência direta do prefeito recifense nas negociações e articulações é prova de que o PSB não abre mão de se posicionar como ator central no jogo político estadual, ainda que para isso precise abrir mão de sua coesão interna. Ao expor esse bastidor, o deputado busca evidenciar que as movimentações não são espontâneas, mas resultado de um plano bem definido que tem em João Campos seu principal mentor, reforçando a ideia de que, mesmo à frente da prefeitura do Recife, o socialista expande sua influência para além das fronteiras municipais e atua de forma incisiva no xadrez político pernambucano.
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