sexta-feira, 1 de agosto de 2025

MAIORIA DOS BRASILEIROS APOIA MEDIDAS DO STF CONTRA BOLSONARO, APONTA DATAFOLHA

A mais recente pesquisa do instituto Datafolha, divulgada nesta sexta-feira (1º), revela que a maioria da população brasileira aprova as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os dispositivos aplicados pela Corte estão o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de utilização de redes sociais. O levantamento indica que 55% dos entrevistados concordam com as restrições — sendo 44% totalmente a favor e outros 11% parcialmente favoráveis. Em contraposição, 41% se posicionam contra as medidas, com 32% rejeitando completamente e 9% discordando em parte.

A pesquisa foi realizada nos dias 29 e 30 de julho, abrangendo 2.004 pessoas em 130 municípios de todas as regiões do Brasil. Além de aferir a opinião pública sobre as sanções judiciais, o Datafolha investigou a percepção dos brasileiros sobre uma possível intenção de fuga do ex-presidente. Os resultados foram idênticos ao índice de aprovação das medidas: 55% acreditam que Bolsonaro tinha intenção de deixar o país diante do avanço das investigações da Polícia Federal, enquanto 36% afirmam que não havia essa intenção.

Entre os recortes sociais, os maiores índices de apoio às decisões do STF aparecem nas camadas com menor grau de instrução e renda. Entre os brasileiros com ensino fundamental, a taxa de aprovação chega a 59%. Já entre aqueles que vivem com até dois salários mínimos mensais, 57% apoiam as restrições. Em contrapartida, entre os entrevistados com nível superior ou renda mais alta, o apoio diminui sensivelmente: entre os que ganham entre dois e cinco salários mínimos, o índice cai para 44%. A rejeição às medidas, por sua vez, é mais expressiva entre os apoiadores do ex-presidente e entre os eleitores que se declaram de direita.

As medidas cautelares foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes em 18 de julho, no contexto da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado após a derrota de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022. Segundo o STF, as restrições têm como objetivo evitar que o ex-presidente interfira ou atrapalhe o andamento das investigações em curso, especialmente no tocante à tentativa de subversão da ordem democrática.

As medidas incluem, além da tornozeleira eletrônica e do bloqueio das redes sociais, a proibição de contato com outros investigados e a restrição de movimentações que possam ser interpretadas como tentativas de escapar da justiça. O ex-presidente tem negado todas as acusações e, por meio de seus advogados, afirma ser vítima de perseguição política. Ainda assim, a repercussão pública, conforme os dados do Datafolha, indica que boa parte da população compreende as decisões do Supremo como necessárias para assegurar a legalidade e a estabilidade institucional do país. A pesquisa mostra ainda que o julgamento da opinião pública sobre Bolsonaro segue polarizado, mas revela uma clara maioria favorável à contenção de sua atuação no cenário político e digital.

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