terça-feira, 19 de agosto de 2025

PUXADINHO DO PSB: MANOBRA NA ALEPE REFORÇA CERCO CONTRA RAQUEL LYRA

A política pernambucana foi sacudida por um movimento inesperado que mexeu com os alicerces da Assembleia Legislativa. Três deputados estaduais, Júnior Matuto, Diogo Morais e Waldemar Borges, abandonaram de forma repentina o PSB para se abrigar em outras legendas, em uma manobra que pegou até aliados de surpresa. Fora do período legal da janela partidária, que só acontece em 2026, os parlamentares protagonizaram um gesto calculado para redesenhar o equilíbrio de forças dentro da Casa. Waldemar desembarcou no MDB, Diogo foi para o PSDB e Matuto se instalou no PRD. Apesar das novas siglas, o que se observa é que a oposição ganhou corpo, mas sem perder a marca registrada de ser um prolongamento da antiga estrutura socialista.

Esse reposicionamento tem como pano de fundo a CPI da Propaganda, criada a partir de uma ofensiva oposicionista contra a governadora Raquel Lyra. Com a saída coordenada dos deputados, a oposição conseguiu conquistar maioria no colegiado, garantindo cinco das nove cadeiras, o que significa o controle total da investigação, desde a presidência até a relatoria. Nos corredores da Alepe, o comentário recorrente é que os partidos escolhidos pelos dissidentes funcionam como anexos do PSB, reproduzindo o mesmo discurso e a mesma estratégia de enfrentamento.

O episódio não se resume a uma simples troca de siglas, mas simboliza um teste de fogo para a governadora, que tem procurado manter sua agenda de entregas e inaugurações em várias regiões do Estado. A movimentação da oposição, no entanto, revela o nível de radicalização, uma vez que desconsidera o calendário da Justiça Eleitoral e coloca em xeque até onde vai a flexibilidade das regras partidárias diante da pressão política.

Entre aliados de Raquel Lyra, cresce a leitura de que o PSB, mesmo perdendo três de seus nomes, manteve sua influência espalhada por outras legendas, criando uma rede de sustentação indireta que atua como um puxadinho político. A tática reforça o discurso oposicionista e sinaliza que a governadora terá pela frente não apenas embates parlamentares, mas uma verdadeira engrenagem partidária articulada para desgastar sua administração no dia a dia da Assembleia.

Nenhum comentário: