A federação partidária formada pelo União Brasil e pelo Progressistas (PP) foi oficialmente selada após meses de negociações e já nasce como o maior agrupamento político do país. Ontem, as duas legendas aprovaram em reuniões separadas o estatuto que irá regulamentar o funcionamento da nova aliança, batizada de União Progressista. O documento estabelece regras de convivência entre os partidos, critérios para distribuição de recursos, além da forma de definição de candidaturas, e será encaminhado nos próximos dias ao Tribunal Superior Eleitoral para registro formal. O movimento é considerado um marco no xadrez político nacional, já que une duas siglas de forte estrutura, com capilaridade municipal, estadual e nacional.
A União Progressista desponta como a maior força partidária no Congresso Nacional, especialmente na Câmara dos Deputados, onde a bancada somada ultrapassa todas as demais legendas. Além disso, a federação terá o maior número de prefeitos espalhados pelo Brasil e, consequentemente, a maior fatia do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral, o que amplia a capacidade de articulação para as eleições de 2026. Esse poderio financeiro e político reforça o peso da nova legenda no cenário nacional e já coloca seus dirigentes no centro das discussões sobre sucessão presidencial.
Os presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antônio de Rueda, têm demonstrado postura crítica ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ambos defendem a construção de um projeto alternativo ao campo da esquerda, com perfil de centro-direita, capaz de atrair setores do eleitorado que buscam uma opção viável de poder. No entanto, a escolha de um nome único ainda divide os aliados. O União Brasil tem como pré-candidato natural o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que já vem articulando sua projeção nacional. Por outro lado, Ciro Nogueira trabalha para viabilizar uma aliança em torno do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, filiado ao Republicanos, figura considerada competitiva e com forte apelo no eleitorado conservador.
O cenário abre espaço para intensas disputas internas e negociações de bastidores, pois a União Progressista precisará conciliar interesses regionais e nacionais. A expectativa é que a federação seja decisiva não apenas na eleição presidencial, mas também na formação de chapas estaduais e municipais. A oficialização da aliança é, portanto, o primeiro passo de uma caminhada que promete reconfigurar o mapa político do Brasil nos próximos anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário