O centro do Recife foi palco neste domingo de uma grande manifestação que reuniu milhares de pessoas contrárias ao Projeto de Lei da Anistia e à chamada PEC da Blindagem, ambos em tramitação no Congresso Nacional. Entre os presentes esteve a deputada federal Maria Arraes (Solidariedade), que recebeu inúmeros elogios de participantes pela firmeza com que tem se posicionado em Brasília. Ao caminhar ao lado dos manifestantes, Maria deixou claro que não pretende ceder às pressões políticas e assegurou que seu voto será contrário ao projeto relatado pelo presidente nacional de seu partido, o deputado Paulinho da Força. A parlamentar destacou que, apesar de Paulinho já ter sinalizado que não pretende propor anistia ampla para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, a iniciativa de reduzir as penas já determinadas pelo Supremo Tribunal Federal também é uma afronta ao Estado Democrático de Direito. Em suas palavras, Jair Bolsonaro e seus apoiadores condenados precisam cumprir integralmente as sentenças impostas pelo Judiciário, sem qualquer tipo de flexibilização ou benevolência. Maria frisou que não se trata apenas de uma disputa política, mas da defesa da democracia que foi atacada com violência em 2023. Durante a passeata, a deputada lembrou que a escolha de Hugo Motta, presidente da Câmara, ao indicar Paulinho como relator buscou abrir espaço para diálogo entre correntes divergentes, mas que, mesmo com uma proposta de dosimetria das penas, o projeto ameaça a estabilidade institucional. Para Maria Arraes, aceitar a redução das sanções é abrir caminho para a impunidade e enfraquecer a confiança da sociedade nas instituições. O ato no Recife também foi marcado por palavras de ordem contra a blindagem parlamentar aprovada na Câmara, que impede o Judiciário de processar e prender deputados e senadores sem aval do Congresso. A multidão que ocupou as ruas reforçou a pressão sobre os representantes políticos, exigindo que votem em defesa da Constituição. Nesse cenário, Maria Arraes assumiu papel de destaque, sendo vista por muitos manifestantes como voz firme de resistência no Congresso, capaz de enfrentar o próprio partido e de marcar posição em um momento considerado decisivo para o futuro da democracia brasileira.
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