A situação gera desconforto porque Mano Medeiros, reeleito em 2024 com votação expressiva, consolidou sua imagem como gestor eficiente e de forte diálogo institucional, sendo apontado como um dos prefeitos melhor avaliados de Pernambuco. Inicialmente visto como um político tímido e dependente da estrutura dos Ferreira, Mano conquistou autonomia ao intensificar sua presença nas ruas, ampliar obras de impacto e fortalecer laços com o Governo Federal e o Palácio do Campo das Princesas, mesmo integrando o PL, sigla associada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse movimento de aproximação com a governadora Raquel Lyra foi decisivo para sua vitória eleitoral, já que a tucana manteve uma parceria estreita com o gestor, comparecendo a agendas em Jaboatão e levando Mano para compromissos em Brasília, em um gesto que reforçava publicamente a aliança.
O ingresso de Andrea Medeiros no PSD, por convite pessoal de Raquel, consolidou ainda mais esse elo, mas ao mesmo tempo abriu fissuras com os Ferreira, que já vinham fragilizados após perderem espaço no governo estadual, quando o comando do Detran foi transferido para o PP. A nova candidatura de Fred, vista como uma imposição familiar, é interpretada por aliados de Mano como um recado claro de que a família Ferreira não pretendia abrir mão da cadeira na Alepe. Agora, nos bastidores, cresce a especulação sobre como o prefeito vai se posicionar diante da disputa, uma vez que o apoio simultâneo a Andrea e Fred parece improvável. A única certeza até o momento é que a relação entre Mano Medeiros e os Ferreira, construída desde a época em que o atual prefeito foi vice de Anderson, já não tem a mesma solidez, e dificilmente voltará ao ponto em que esteve no passado.
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