sábado, 13 de setembro de 2025

LUTO - MORRE HERMETO PASCOAL: O GÊNIO BRASILEIRO QUE TRANSFORMOU A MÚSICA EM MAGIA

O Brasil perdeu, neste sábado (13), um dos maiores nomes da música universal: Hermeto Pascoal, multi-instrumentista, compositor e arranjador que conquistou respeito internacional pela genialidade e pela ousadia de sua arte. Aos 89 anos, o alagoano faleceu no Rio de Janeiro, vítima de falência múltipla de órgãos, após complicações respiratórias provocadas por uma fibrose pulmonar.

Conhecido como “O Bruxo dos Sons”, Hermeto nasceu em Lagoa da Canoa (AL) e desde cedo mostrou que enxergava música em tudo: do som do vento ao barulho da água, dos ruídos da cidade aos instrumentos tradicionais. Essa visão revolucionária o levou a ser reconhecido como um dos artistas mais criativos do século XX, celebrando a diversidade rítmica brasileira e ampliando fronteiras sonoras no jazz, na música popular e na erudita.

Internado no Hospital Samaritano Barra desde o fim de agosto, Hermeto lutava contra a doença com a mesma coragem com que encarou a vida. A notícia de sua morte foi confirmada pela família em comunicado nas redes sociais, gerando uma onda de comoção entre músicos, críticos e fãs em todo o mundo.

A carreira de Hermeto foi marcada por encontros históricos. Tocou ao lado de Miles Davis, Airto Moreira e Egberto Gismonti, além de liderar grupos memoráveis. Seu disco “Slaves Mass”, de 1977, é considerado uma obra-prima e ainda inspira novas gerações. A capacidade de improvisar e de transformar o cotidiano em música fez dele um símbolo de liberdade criativa.

O artista também deixou um legado de generosidade, sempre disposto a ensinar e incentivar jovens músicos. Para ele, a música era “um presente divino” e deveria estar ao alcance de todos, independentemente de técnica ou formação acadêmica.

Com sua partida, o país perde não apenas um músico, mas um visionário que enxergava poesia no som da vida. O mundo artístico se despede de Hermeto Pascoal com tristeza, mas também com gratidão pelo legado imensurável.

Sua obra continuará ecoando como um hino à inventividade, à brasilidade e à força transformadora da arte. Hermeto vive em cada nota, em cada improviso, em cada silêncio que se transforma em som.

O gênio se foi, mas a música de Hermeto Pascoal jamais morrerá.


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