terça-feira, 23 de setembro de 2025

TRUMP E LULA TROCAM GESTOS DE APROXIMAÇÃO NA ONU E FALAM EM “QUÍMICA EXCELENTE”

Nova York foi palco, nesta terça-feira (23), de um episódio inusitado e simbólico durante a abertura da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou em seu discurso que teve um rápido encontro com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e destacou ter sentido uma “química excelente” entre os dois líderes.

Como é tradição, o Brasil foi o primeiro país a abrir a rodada de discursos, com Lula levando sua mensagem inicial ao plenário da ONU. Logo depois, foi a vez de Trump subir à tribuna e surpreender a plateia ao citar o breve diálogo que manteve com o petista.

Segundo o republicano, o encontro não passou de 30 segundos, mas foi suficiente para marcar uma impressão positiva. “Nós conversamos e concordamos em conversar na próxima semana. Ele parece um homem muito agradável e eu gosto dele. E ele gosta de mim”, disse Trump, arrancando reações de surpresa entre diplomatas.

O presidente norte-americano ainda ressaltou seu estilo direto de lidar com líderes estrangeiros: “Eu gosto de fazer negócios com pessoas que eu gosto. Quando eu não gosto, eu não escondo. Mas ali, nesses segundos, houve uma química excelente. Foi um bom sinal”.

A fala chamou atenção não apenas pelo tom descontraído, mas também porque se tratou do primeiro gesto público de aproximação entre os dois chefes de Estado. Lula e Trump representam espectros políticos distintos, mas ambos carregam forte influência popular em seus países e utilizam a retórica como arma central em suas estratégias políticas.

Analistas apontam que, embora o encontro tenha sido breve, a declaração de Trump abre espaço para futuras conversas sobre temas sensíveis, como comércio, meio ambiente e relações diplomáticas. O próprio norte-americano adiantou que haverá uma reunião formal na semana seguinte.

O episódio reforça o papel da ONU como espaço não apenas de discursos protocolares, mas também de contatos diretos e inesperados que podem redefinir agendas internacionais. O gesto de Trump, ainda que informal, foi visto como sinal de que os EUA podem estar dispostos a estreitar o diálogo com o Brasil em novos termos.

Enquanto Lula buscou em seu pronunciamento destacar pautas sociais, ambientais e a defesa da multipolaridade no cenário global, Trump utilizou seu espaço para falar de força, negócios e interesses estratégicos norte-americanos. No entanto, foi a frase sobre o presidente brasileiro que roubou a cena e se tornou um dos momentos mais comentados da abertura da Assembleia.

O breve aperto de mão, somado à declaração pública de simpatia, já começa a ser lido nos bastidores diplomáticos como o início de uma relação que pode render desdobramentos importantes para os dois países. Afinal, em política internacional, 30 segundos podem valer muito mais do que simples formalidades.


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