A iniciativa vai integrar 15 municípios pernambucanos com forte ligação à história do cangaço: Floresta, Ibimirim, Carnaubeira da Penha, Betânia, Cabrobó, Tacaratu, Serra Talhada, Mirandiba, Calumbi, Flores, Afogados da Ingazeira, Triunfo, Santa Cruz da Baixa Verde, São José do Belmonte e Paranatama. Cada um desses locais guarda episódios, lendas, personagens e tradições que compõem o imaginário popular do movimento sertanejo que marcou o Nordeste no início do século XX.
De acordo com o texto aprovado, a Rota Turística do Cangaço não se resume a um roteiro histórico. O projeto estabelece diretrizes voltadas ao fortalecimento da economia local por meio de ações integradas entre o poder público, a iniciativa privada e as comunidades. Estão previstas medidas para promover e divulgar o turismo cultural, fomentar eventos gastronômicos e musicais, incentivar a capacitação profissional e estimular o estudo de incentivos fiscais que beneficiem o setor.
Para Fabrizio Ferraz, o projeto representa uma ponte entre o legado do Sertão e as oportunidades do presente. “Essa lei reconhece a força histórica e cultural dos municípios que mantêm viva a memória do cangaço e do povo sertanejo. Além de preservar essa identidade, ela cria oportunidades reais de emprego, renda e desenvolvimento sustentável para a região”, destacou o parlamentar. Segundo ele, a Rota deve servir também como instrumento de valorização do povo sertanejo e de sua contribuição para a formação da cultura nordestina.
Na prática, a nova lei permitirá que o Governo de Pernambuco desenvolva políticas públicas específicas voltadas ao turismo histórico e cultural, integrando secretarias, prefeituras e instituições do setor. O Executivo estadual será responsável por regulamentar a execução das ações, garantindo infraestrutura adequada, sinalização turística, preservação de sítios históricos e incentivo a empreendimentos ligados ao turismo de experiência.
Especialistas apontam que o projeto tem potencial para transformar o Sertão pernambucano em um dos principais destinos turísticos de memória cultural do país, atraindo visitantes em busca de conhecer os locais que serviram de palco para a saga de Lampião e Maria Bonita. Serra Talhada, considerada o “berço do cangaço”, deve se consolidar como ponto de partida da rota, conectando outras cidades com trilhas, museus, feiras de artesanato, apresentações folclóricas e roteiros temáticos.
A proposta também chega em um momento em que o turismo cultural ganha força no Brasil. O modelo da Rota do Cangaço segue exemplos de sucesso como o Caminho do Imperador, no Rio de Janeiro, e a Estrada Real, em Minas Gerais, que se tornaram referências na valorização da história e no estímulo à economia criativa regional.
Com a aprovação do projeto, a Rota Turística do Cangaço se firma como símbolo de resistência e orgulho para o povo sertanejo. Mais do que uma homenagem ao passado, a iniciativa traduz a esperança de um novo ciclo de desenvolvimento, onde o Sertão de Pernambuco deixa de ser apenas cenário da história para se tornar protagonista de um futuro de oportunidades, cultura e prosperidade.
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