quinta-feira, 9 de outubro de 2025

COLUNA POLÍTICA | COMEÇOU 2026 | NA LUPA 🔎 | POR EDNEY SOUTO

SALVE-SE QUEM PUDER: A CORRIDA PELA SOBREVIVÊNCIA POLÍTICA JÁ COMEÇOU EM PERNAMBUCO

UM ANO ANTES DAS ELEIÇÕES, DEPUTADOS, PREFEITOS E LIDERANÇAS MOVIMENTAM O TABULEIRO PARTIDÁRIO NA ALEPE

Mesmo faltando um ano para as eleições de 2026, o clima político em Pernambuco já é de efervescência. Deputados estaduais, prefeitos e lideranças regionais começaram a fazer as contas e traçar estratégias para garantir espaço e sobrevivência nas urnas.

Em março do próximo ano, será aberta a janela partidária, período que permite aos parlamentares trocarem de legenda sem risco de perder o mandato. A cada quatro anos, essa fase redefine o mapa político do estado e, desta vez, promete ser uma das mais movimentadas.

Com o fim das coligações proporcionais, a disputa ficou mais técnica. Agora, cada partido precisa atingir sozinho o quociente eleitoral necessário para eleger deputados. A única exceção é a federação partidária, que une siglas por quatro anos, obrigando-as a permanecer juntas durante todo o ciclo político.

OS PARTIDOS QUE DEVEM SOBREVIVER ÀS MUDANÇAS

Os cálculos atuais indicam que apenas seis ou sete partidos ou federações terão condições reais de montar chapas competitivas para a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Entre os principais, estão o PSD da governadora Raquel Lyra, o PSB, a federação União Progressista (UB-PP) e o Podemos. Esses grupos têm estrutura, base eleitoral e musculatura política para disputar as 49 cadeiras da Casa Joaquim Nabuco.

Em contrapartida, o recém-criado PRD e o Solidariedade tendem a se esvaziar. Parlamentares dessas siglas já articulam migrações para o PSD, PSB e Podemos. O Psol deve perder a única vaga que conquistou em 2022, e o MDB, com duas cadeiras, pode sair das eleições sem nenhuma.

A federação PT-PV-PCdoB pode ganhar reforços de oposicionistas que buscam espaço e estrutura. Já o União Brasil, mesmo dentro da federação com o PP, deve sofrer baixas.

O PSDB, comandado pelo presidente da Alepe, Álvaro Porto, também busca um novo rumo. O tucano trabalha para montar chapas próprias de estadual e federal após tentativas frustradas de integrar uma federação.

O PSB TENTA SE REERGUE E O PSD AVANÇA COM RAQUEL LYRA

O PSB, que elegeu 13 deputados em 2022 e hoje tem nove, quer reconquistar o protagonismo perdido. Mesmo com a perda de alguns nomes, o partido deve recuperar forças durante a janela partidária. A expectativa é de uma chapa sólida, impulsionada pela tradição e por novas alianças.

Enquanto isso, o PSD desponta como o grande polo de atração. Com a influência da governadora Raquel Lyra e o poder da máquina estadual, a legenda se tornou destino preferido de deputados e prefeitos que buscam segurança política.

A tendência é de uma disputa acirrada entre PSD, PSB e União Progressista, partidos que devem protagonizar a briga pelas maiores bancadas da Assembleia em 2026.

PREFEITOS DE MANDATO E EX-GESTORES ENTRAM NO JOGO

Um movimento que começa a ganhar força é o de prefeitos de mandato deixando suas prefeituras para disputar vagas na Alepe. Muitos gestores que não podem mais concorrer à reeleição veem na Assembleia uma oportunidade de continuidade política e influência regional.

Ao lado deles, ex-prefeitos também estão se organizando para voltar ao cenário eleitoral. Com bases consolidadas e recall eleitoral, vários ex-gestores vão tentar transformar capital político em votos estaduais.

Outro grupo vem crescendo naturalmente: lideranças emergentes. São vereadores, secretários municipais e figuras jovens que conquistaram visibilidade e devem disputar pela primeira vez uma vaga no Legislativo estadual.

O resultado é um quadro de renovação inevitável, com rostos novos dividindo espaço com veteranos em busca de sobrevivência.

A NOVA POLÍTICA DA SOBREVIVÊNCIA

Com o novo formato eleitoral, a estratégia é tudo. Deputados precisam se abrigar em partidos capazes de alcançar o quociente e garantir a eleição. As chapas se tornam uma equação precisa — onde cada voto conta e cada nome pode fazer a diferença.

Em um ambiente tão competitivo, a eleição de 2026 se desenha como uma batalha de resistência. Quem não se movimentar agora pode ficar sem espaço no próximo pleito.

A palavra de ordem nos bastidores é clara: “salve-se quem puder”. É isso!

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