sexta-feira, 21 de novembro de 2025

ALCOLUMBRE MOSTRA INSATISFAÇÃO COM INDICAÇÃO DE MESSIAS PARA O STF

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, deixou transparecer sua insatisfação com a recente indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal. Ao afirmar à imprensa que não recebeu qualquer telefonema do presidente Lula comunicando a escolha, Alcolumbre demonstrou claramente seu desconforto. A declaração, embora sutil, foi interpretada por analistas políticos como um recado sobre a tensão entre o Palácio do Planalto e o Senado.

Aliado histórico de Rodrigo Pacheco, Alcolumbre tem histórico de posicionamentos estratégicos que podem influenciar processos decisórios importantes. A possibilidade de fazer corpo mole em votações de indicações para cargos de relevância é um instrumento que ele já utilizou com certa frequência. Um exemplo recente ocorreu na recondução do Procurador da República Paulo Gonet, quando a votação foi decidida por uma margem mínima de quatro votos acima do necessário.

O episódio revelou a capacidade de Alcolumbre de pressionar o governo sem confrontos diretos, atuando nos bastidores. Políticos e especialistas em poder legislativo observam com atenção se o mesmo padrão será repetido agora com Messias. A resistência silenciosa do presidente do Senado pode significar atrasos no andamento da sabatina no Senado ou mesmo tentativas de negociação de última hora para moldar o processo a interesses específicos.

A indicação de Jorge Messias, considerada estratégica pelo Palácio do Planalto, já era esperada no meio jurídico e político, mas o desgaste com figuras centrais do Senado pode complicar sua tramitação. A falta de comunicação direta entre Lula e Alcolumbre pode ter sido interpretada como desrespeito institucional, aumentando a tensão.

Além disso, o contexto político atual do Senado exige atenção redobrada do governo. Alcolumbre, com influência sobre blocos importantes da Casa, pode mobilizar colegas e afetar a articulação governista. A experiência política de Alcolumbre o coloca em posição de potencial bloqueio, ainda que de maneira discreta.

Analistas destacam que a estratégia do presidente do Senado combina pragmatismo e paciência, aguardando movimentos do Palácio do Planalto antes de se posicionar de forma definitiva. O descontentamento registrado publicamente funciona como aviso: decisões sem diálogo podem enfrentar resistência.

Enquanto isso, Jorge Messias aguarda o agendamento de sua sabatina, que poderá se tornar palco de negociações silenciosas entre governo e Senado. A política brasileira mais uma vez demonstra como alianças e ressentimentos velados podem interferir em processos formais e estratégicos.

A disputa interna evidencia ainda o papel central do Senado na aprovação de nomes indicados pelo Executivo, reforçando o peso político de cada voto e cada posicionamento público ou velado. O desenrolar desse episódio promete impactos diretos na relação entre Lula, Messias e os líderes do Senado, sendo observado com atenção por toda a classe política.

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