O filme já percorreu mais de 50 festivais internacionais e conquistou 20 prêmios, entre eles Melhor Direção e Melhor Ator (Wagner Moura) no Festival de Cannes. Agora, o longa representa oficialmente o Brasil na corrida pelo Oscar 2026, na categoria Melhor Filme Internacional, reafirmando o talento e a força do cinema nacional.
Ambientado em 1977, período de forte repressão política, “O Agente Secreto” inicia com uma provocação: “Um ano de muita birra”. A frase abre caminho para uma narrativa densa e sensorial sobre um país que tenta respirar em meio à censura e ao medo. Mendonça recria o clima da época com maestria: o barulho do orelhão, o ronco do fusca, a poeira quente das ruas e a trilha sonora psicodélica que se mistura às emoções dos personagens.
A música, marca registrada nos filmes do diretor, tem papel fundamental. Em entrevista à Agência Brasil, Kleber contou que escreveu o roteiro já pensando nas faixas do álbum “Paêbirú”, de Zé Ramalho e Lula Côrtes. “Usei ‘Harpa dos Áries’ e ‘Trilha de Sumé’. São músicas que respiram junto com o filme”, revelou. “Hoje posso realizar o sonho de usar as canções que amo, sem limitações orçamentárias.”
Além do longa, o cineasta anunciou o lançamento de um vinil duplo com a trilha sonora e um livro com o roteiro completo, pela Editora Record, sob o selo Amacor. Com “O Agente Secreto”, Kleber Mendonça Filho reafirma sua posição como um dos grandes nomes do cinema contemporâneo, transformando lembranças e feridas da ditadura em arte de alcance mundial.
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