Romero Leal, ex-prefeito e nome de peso na política local, desempenhou papel fundamental na construção da candidatura de Rael em 2024. Sua influência, estrutura, articulação e presença nas comunidades foram decisivas para consolidar o projeto que levou o atual gestor ao comando da prefeitura. Romerinho Leal, assim como outros integrantes do grupo, também carregava histórico de atuação ativa em defesa da administração e havia contribuído diretamente para a manutenção da governabilidade em diferentes momentos. A reação imediata ao anúncio das exonerações foi marcada por indignação e sensação de injustiça entre apoiadores e parte da população, que classificou o gesto como precipitado e carregado de motivações políticas pouco transparentes.
Nos bastidores, a informação que circula com força aponta que o estopim para o rompimento teria sido a decisão de Romero Leal de apresentar sua pré-candidatura a deputado estadual. O movimento, considerado natural dentro do ambiente democrático, foi recebido por Rael como um sinal de ameaça ao seu próprio projeto político. A partir desse ponto, o prefeito teria optado por apoiar outro nome para a disputa de 2026, provocando uma fissura que rapidamente se transformou em ruptura total. Fontes próximas ao ex-prefeito relatam que a decisão de Romero não representava um rompimento, mas sim a continuidade de sua trajetória política, sem qualquer intenção de confrontar a gestão municipal.
A forma como a exoneração coletiva foi conduzida intensificou a percepção de que o prefeito buscou eliminar, de uma só vez, toda influência do grupo dentro da administração. Cargos estratégicos, departamentos de relevância e funções de confiança ocupadas por aliados históricos foram esvaziados ao longo de poucas horas, com portarias publicadas com velocidade incomum, o que deu ao episódio contornos de retaliação calculada. A mensagem transmitida à cidade foi interpretada como um movimento de força, mas também de insegurança política, indicando que Rael estaria disposto a reconfigurar sua base sem medir o impacto emocional e institucional do gesto.
O clima nas ruas de Vertentes refletiu a gravidade da ruptura. Moradores comentavam a situação em estabelecimentos comerciais, grupos de mensagens e espaços públicos, destacando que a aliança entre Rael e Romero era vista como uma das mais sólidas da história recente do município. O sentimento predominante era de choque diante da rapidez com que laços políticos construídos ao longo de anos foram desfeitos. Pessoas próximas à gestão anterior lembraram que Romero e seu grupo estiveram presentes nas horas mais difíceis da campanha, quando apoio e confiança eram mais necessários do que discursos ou promessas.
Especialistas em política local observam que o episódio pode ter desdobramentos profundos, não apenas no campo eleitoral, mas também na dinâmica administrativa do município. A ausência do grupo de Romero na estrutura da prefeitura significa uma reorganização interna intensa, afetando setores que estavam sob sua influência e que, agora, terão de ser reconfigurados. Do ponto de vista político, o rompimento cria um novo eixo de forças em Vertentes, com impactos diretos na construção de alianças para 2026 e na disputa por protagonismo na região do Agreste Setentrional.
Em meio à indignação generalizada, a população acompanha atentamente os próximos movimentos de ambos os lados, consciente de que o episódio abriu uma ferida profunda no tecido político local e que o futuro da gestão municipal dependerá da capacidade de Rael de enfrentar a repercussão negativa gerada por sua decisão repentina e por uma ruptura que muitos consideram marcada por ingratidão e motivação política.
Nenhum comentário:
Postar um comentário