Muitas dúvidas, no entanto, ainda seguem
no ar, segundo as organizações que reúnem as vítimas: Quantos menores
foram abusados pelos religiosos? O que aconteceu com os 4.000 casos que a
própria igreja vem investigando? E, o mais importante: Os casos serão
levados à polícia e os criminosos serão responsabilizados penalmente?
A sessão de ontem se concentrou
justamente nas punições contra os religiosos responsáveis por ocultar os
casos, além de medidas para proteger de maneira eficaz as crianças sob
custódia ou influência de religiosos.
Vários membros do comitê — composto por
18 especialistas em direitos humanos — pediram números concretos sobre
os casos que o Vaticano teve conhecimento, assim como o número de
sacerdotes julgados por abusar de menores ou por ocultar tal delito.
Em mais de cinco horas de reunião, a
única referência a números foi feita pelo monsenhor Silvano Tomasi,
embaixador do Vaticano na ONU em Genebra, sede do comitê que defende os
direitos da infância.
Tomasi informou que, em 2012, o Vaticano
documentou 612 casos de abuso sexual que envolviam funcionários do
clero. Desse total, “465 eram mais sérios” e “418 foram abusos de
menores”.
O Vaticano afirma que continua recebendo
cerca de 600 denúncias contra sacerdotes todos os anos, muitas delas
sobre incidentes cometidos nas décadas de 1960, 1970 e 1980.
No entanto, organizações civis que
representam as vítimas afirmam que, só nos Estados Unidos, foram
registrados mais de 100 mil casos desde a década de 1960. Isso sem
contar que, em países como a Irlanda, “este tipo de violência era
sistemática”, comentou a jurista Pam Spees, do Centro sobre Direitos
Constitucionais dos Estados Unidos.
Segundo as pesquisas e dados coletados por esta entidade, “é possível que se trate de centenas de milhares de vítimas”.
Fonte: R7