POR G1
A chuva provocou destruição e perdas em Amaraji, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, distante 96 quilômetros do Recife. Segundo prefeitura, imóveis foram atingidos, acessos por rodovias estaduais ficaram interrompidos, uma ponte caiu, unidades de saúde estão sem condições de fazer atendimentos e a cidade encontra-se sem abastecimento.
A prefeitura informou que o município, de 23 mil habitantes, contabilizou 30 famílias ou cerca de 100 pessoas prejudicadas. “É o caos. Muito triste mesmo. Essas pessoas perderam o pouco que tinham. Móveis, animais pequenos e colchões”, resumiu a vice-prefeita da cidade, Bernadete Brito (PSB).
De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima, em Amaraji, choveu 143 milímetros em 24 horas. A média histórica de fevereiro é de 76 milímetros. As precipitações mais intensas foram registradas na manhã e tarde de domingo (3).
Por telefone, Bernadete informou ao G1, nesta segunda-feira (4), que houve destruição de três imóveis. Segundo ela, uma barreira caiu e atingiu uma casa, no bairro de Vila Nossa Senhora de Fátima, na área urbana, mas não houve feridos.
Também na zona central de Amaraji, uma casa de show ficou destruída por causa da força da água e dos ventos. O mesmo problema aconteceu em uma destilaria de álcool, na zona rural, que teve a coberta arrancada.
“A estação elevatória de abastecimento localizada no bairro Alice Batista, o mais populoso da cidade, rompeu. A população está sem água”, declarou a vice-prefeita.
As rodovias PEs 63 e 71, dois dos acessos a Amaraji, ficaram interditadas, no domingo. Uma ponte que liga as localidades Vila da Conceição e Recanto dos Pássaros não suportou a força das águas e caiu.
Cerca de duas mil pessoas ficaram isoladas em Recanto dos Pássaros. Para os moradores da área, esse problema poderia ter sido evitado.
“Essa ponte foi construída depois da chuva do ano passado. Só que a prefeitura, em vez de fazer a obra direito, fez um improviso e ela não aguentou dessa vez”, afirmou a babá Roseane Barreto, que mora na localidade e trabalha no Recife.
Outro problema na cidade é o serviço de saúde, que deixou de atender os pacientes. O posto está alagado. No hospital, a sala de parto ficou inutilizada, de acordo com a prefeitura. Nesta segunda de manhã, funcionários fizeram a limpeza para tentar retomar os trabalhos.
“A situação é muito difícil aqui. Tivemos de 40 a 50 centímetros de água nas casas. Estamos aguardando o parecer jurídico para saber se poderemos decretar estado de calamidade ou situação de emergência”, declarou o prefeito Rildo Reis (PR).
Segundo a prefeitura, os moradores precisam de donativos. "Muita gente está sem alimentos básicos e sem colchões. Também é preciso conseguir água", comentou a vice-prefeita.