COMEÇA HOJE A ERA MARCÍLIO RÉGIO EM GOIANA
A cidade de Goiana, uma das mais estratégicas e ricas de Pernambuco, inicia nesta segunda-feira um novo capítulo político com a posse de Marcílio Régio como prefeito constitucional. Vitorioso nas eleições suplementares, após enfrentar e derrotar o prefeito interino Eduardo Batista, Marcílio reassume o protagonismo político depois de mais de duas décadas longe dos mandatos eletivos. A coluna destrincha, em oito tópicos, os desafios, alianças e os bastidores da nova gestão. Vamos dar uma passada NA LUPA desta terça-feira.
RETORNO TRIUNFAL DE UM VETERANO
Marcílio Régio, que já figurou entre os principais nomes da política da Mata Norte, retorna ao centro do poder goianense com fôlego renovado e um capital político reconstruído. Ele não apenas venceu a disputa nas urnas como consolidou um arco de alianças que o coloca em posição estratégica para comandar uma das cidades com maior orçamento de Pernambuco — turbinado pela presença da fábrica da Jeep e outras indústrias do polo automotivo e farmacêutico. Vai gerir uma mega máquina pública que não precisa de governo estadual e federal para absolutamente nada.
VITÓRIA CONTRA A MÁQUINA
Derrotar o prefeito interino e presidente licenciado da Câmara, Eduardo Batista, não foi tarefa simples. Batista tentava se manter no poder com o peso da máquina e dos cargos comissionados, mas faltou articulação e base popular. Marcílio soube dialogar com as forças certas e conquistou o eleitorado com um discurso de experiência e estabilidade. Foi uma campanha intensa, porém alicerçado na força de Eduardo Honório, ex-prefeito populista e com cara de povão, pavimentou fácil sua eleição. Errou menos e venceu.
O PESO DE EDUARDO HONÓRIO NA VITÓRIA
Se há um nome que não pode ser esquecido nessa equação é o de Eduardo Honório. O ex-prefeito foi o fiador da candidatura de Marcílio Régio e emprestou capital político, estrutura e credibilidade à campanha. Sem Honório, dificilmente Marcílio teria vencido. A lealdade a Honório será colocada à prova nos próximos movimentos da nova gestão, especialmente se o padrinho político decidir disputar uma vaga federal ou estadual. Tivesse Eduardo apoiado outro nome teria vencido da mesma forma. Mas, justiça seja feita, foi melhor com Marcílio Régio, um cara leve, tranquilo e cuja simplicidade sempre foi admirada pelo povo de Goiana.
SUPORTE DE LIDERANÇAS REGIONAIS
Além de Honório, Marcílio contou com o apoio estratégico de Armando Pimentel, prefeito de Itambé, e do ex-prefeito de Itapissuma, Cal Volia, que assumirá a poderosa Secretaria de Finanças. A presença de Cal, um hábil articulador político, é um sinal claro de que o novo prefeito quer profissionalizar a gestão e manter a governabilidade com olhos voltados para os cofres públicos. Muitas novidades serão apresentadas nos próximos dias, sobretudo nos segundos e terceiros escalões.
EQUILÍBRIO ENTRE UCHÔA, MORAES E SILENO
Marcílio Régio também caminha sob a sombra de três influentes deputados: Guilherme Uchôa Júnior, a quem é ligado historicamente; Antônio Moraes, experiente e influente na ALEPE; e Sileno Guedes, nome forte do PSB. Manter esse tripé equilibrado exigirá habilidade política e concessões pontuais, especialmente diante de futuras eleições. Essa gangorra vai ter que pender para um lado pois ninguém serve a dois senhores e imagine a três. A preferência aí segundo analistas será local e atende pelo nome de Eduardo Honório. Mas como Honório é estrategista frio e calculista, só vai se manifestar nos pênaltis. Até lá vai usar tudo que tiver pelo caminho e no caminho.
GRATIDÃO COMO MOEDA POLÍTICA
A gestão Marcílio Régio começa cercada de expectativas — e de compromissos. A vitória eleitoral teve custo político alto e envolve promessas de espaço, apoio futuro e, sobretudo, gratidão. O prefeito empossado sabe que precisará retribuir o apoio que recebeu e, por isso, deverá caminhar com cautela, “pisando em ovos” como diz a sabedoria popular. Afinal, como dizia Maquiavel: “Ninguém governa o governante”.
DESAFIOS À FRENTE E OLHO NO FUTURO
A cidade de Goiana exige mais do que articulação política. O novo prefeito terá que mostrar competência administrativa diante de um orçamento milionário, mas também de desigualdades gritantes. O equilíbrio entre desenvolvimento e justiça social será o grande teste de Marcílio Régio. A coluna deseja sucesso na missão e acompanhará de perto os passos da nova gestão. O tempo, como sempre, será o senhor da razão. É isso aí.