segunda-feira, 25 de agosto de 2025

PESQUISA SIMPLEX EM SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE CONSOLIDA FABIO ARAGÃO E RAQUEL LYRA


O blog Falape teve acesso, com exclusividade, e divulgou aos números da mais recente pesquisa realizada pela Simplex Consultoria, nos dias 19 e 20 de agosto de 2025, que avaliou a intenção de votos dos eleitores de Santa Cruz do Capibaribe para os cargos de deputado estadual, federal, senador, governador e presidente da República. A amostra foi composta por 400 entrevistados, com margem de erro de 4,89% e nível de confiança de 95%.

Deputado Estadual

No cenário estimulado para deputado estadual, os votos totais ficaram distribuídos da seguinte forma:
• Fábio Aragão – 58,8%
• Diogo Moraes – 8,0%
• Edson Vieira – 7,0%
• Abimael Santos – 5,4%
• Branco/Nulo/Nenhum – 9,0%
• Não sabe/Não respondeu – 11,8%

Já nos votos válidos, Fábio Aragão lidera com 74,2%, seguido por Diogo Moraes (10,1%), Edson Vieira (8,8%) e Abimael Santos (6,9%).

Deputado Federal

No cenário espontâneo, entre os votos válidos, Felipe Carreras lidera com 72,2%, seguido por Fernando Filho (17,6%), Pastor Eurico (4,6%), Fábio Aragão (1,9%), Edilson Tavares (1,9%) e Carlinhos da Cohab (1,9%).

No cenário estimulado, considerando os votos totais, a disputa ficou assim:
• Felipe Carreras – 23,7%
• Fernando Filho – 14,2%
• Branco/Nulo/Nenhum – 23,7%
• Não sabe/Não respondeu – 38,4%

Senador

Para o Senado, a pesquisa mostra cenário acirrado. Marília Arraes lidera com 25,8% dos votos válidos, seguida por Eduardo da Fonte (19,1%), Humberto Costa (18,8%), Miguel Coelho (14,2%), Gilson Machado (13,5%), Silvio Costa Filho (6,0%), Fernando Dueire (2,3%) e Tereza Leitão (0,3%).

Governador

Na corrida para o Governo de Pernambuco, em Santa Cruz do Capibaribe, Raquel Lyra aparece na frente com 53,1% dos votos válidos, contra 46,5% de João Campos.

Quando testados os apoios locais, o cenário se amplia: Raquel Lyra (apoiada por Helinho e Fábio Aragão) sobe para 54,5% dos votos válidos, enquanto João Campos (apoiado por Edson Vieira e Diogo Moraes) aparece com 44,3%. Outros candidatos somam 1,2%.

A pesquisa ainda aponta que 63,7% aprovam a governadora Raquel Lyra, enquanto 25,5% desaprovam sua gestão e 10,8% não sabem ou não responderam.

Presidente

No cenário presidencial, dois cenários foram testados:
• Cenário I: Lula lidera com 58,9% dos votos válidos, contra 29,8% de Tarcísio de Freitas. Outros candidatos somam 11,3%.
• Cenário II: Lula mantém a dianteira com 60,4%, frente a 39,6% de Michelle Bolsonaro.

O governo Lula é aprovado por 47,2%, enquanto 46,6% desaprovam e 6,2% não sabem ou não responderam.

POLICIAL ASSASSINADO EM BREJÃO TINHA LIGAÇÃO COM CRIME EM GARANHUNS

O ex-policial militar José Ivan Marques de Assis, de 63 anos, foi brutalmente assassinado a tiros na noite deste sábado (23), no município de Brejão, no Agreste pernambucano. Segundo informações preliminares da Polícia Civil, ele foi surpreendido por homens armados enquanto estava em um mercadinho local, sendo atingido por vários disparos e morrendo no local antes da chegada do socorro.

José Ivan era figura conhecida em Pernambuco devido a seu envolvimento em crimes de grande repercussão. Ele ganhou notoriedade em 2005, quando foi acusado e posteriormente condenado pelo assassinato do promotor de Justiça Rossini Alves Couto. O crime chocou o estado na época: Rossini foi morto a tiros em 10 de maio daquele ano enquanto almoçava em um restaurante ao lado do Fórum de Cupira, na Zona da Mata.

Além desse caso, José Ivan também possuía condenação por outro homicídio registrado na cidade de Garanhuns, evidenciando que seu histórico criminal não se restringia a Cupira. Sua trajetória violenta se estendia por diferentes municípios do interior de Pernambuco, incluindo Garanhuns, onde também cometeu crimes graves.

O corpo de José Ivan foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Caruaru, onde passará por exames cadavéricos antes da liberação para a família. A Delegacia de Polícia Civil de Brejão instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do crime, identificar os autores e esclarecer a motivação do assassinato, que ainda é desconhecida.

Testemunhas relataram que o mercadinho, localizado em área central da cidade, ficou tomado pelo choque e pânico entre frequentadores e comerciantes. A Polícia Militar esteve no local realizando o isolamento da área e aguardando a chegada da perícia, que coletou vestígios e evidências para ajudar na investigação.

Este episódio reacende discussões sobre segurança em cidades do interior e a reincidência criminal de ex-agentes de segurança, levantando questionamentos sobre a fiscalização e acompanhamento de indivíduos com histórico de crimes violentos.

As autoridades locais informaram que o caso está sendo tratado com prioridade e que detalhes sobre possíveis suspeitos e motivação do crime serão divulgados à medida que a investigação avance. Até o momento, não há informações sobre prisões relacionadas ao assassinato.

O assassinato de José Ivan Marques de Assis, condenado pelo homicídio do promotor de Justiça Rossini Alves Couto e por crimes cometidos em Garanhuns, representa mais um capítulo da violência que ainda assola o interior de Pernambuco, evidenciando a necessidade de atenção constante das forças de segurança no combate à criminalidade.


QUARTO SUSPEITO DE MATAR CASAL EM PERNAMBUCO É PRESO NA PARAÍBA

O quarto suspeito envolvido no duplo homicídio do casal Nayara Gabriely Nunes de Araújo, de 18 anos, e Sivanilson Sinésio de Lira Lima, conhecido como “Galego”, de 21 anos. A prisão aconteceu na noite da sexta-feira (22) no estado da Paraíba.

Ele é familiar de João Vitor dos Santos Araújo, de 19 anos, apontado como autor do crime. De acordo com o delegado Ighor Nogueira, da Polícia Civil de Pernambuco, a prisão foi realizada pela Polícia Civil da Paraíba, estado onde o suspeito havia fugido após o cometer o crime.

Segundo Ighor, o homem teria se apresentado na delegacia. A prisão dele aconteceu três dias após a conclusão do inquérito policial pela Polícia Civil de Pernambuco, que revelou todo o passo a passo de como o crime aconteceu.

Logística do crime

De acordo com Ighor Nogueira, João Vitor havia planejado cometer o crime no dia 10 de julho, um dia antes de efetuá-lo. Ele havia chamado Sivanilson para auxiliar em um conserto de celular. Nayara teria saído de casa na tarde do dia 11 de julho para buscar o namorado e acabou chegando no local onde João Vitor e o namorado estavam.

No local, o autor utilizou uma arma branca e golpeou o casal na região do pescoço, matando ambos. Em seguida, os corpos foram levados, com o auxílio de dois adolescentes de 15 e 16 anos, para serem enterrados em uma cova cavada no terreno de uma escola abandonada, cerca de 500 metros do local.

“Um dia antes, ele [o autor] pediu demissão do trabalho, onde ele trabalhava junto com uma das vítima. No dia seguinte, logo pela manhã, ele acertou com um familiar para cavar a cova onde os corpos seriam enterrados. […] Quando a vítima chegou, infelizmente, na companhia da namorada, como já estava tudo planejado, o autor não quis desistir do crime. Os dois foram assassinados, primeiro a vítima feminina e depois a vítima masculina, utilizando uma arma branca, uma faca com golpes no pescoço”, detalhou o delegado.

A motivação do crime, de acordo com depoimento do autor, teria sido uma dívida. Mas a polícia acredita que houve uma motivação a mais para que o crime tenha sido efetuado, com base na forma que ele aconteceu

QUEM É A MULHER ATINGIDA POR MAIS DE 13 TIROS A MANDO DE FOTÓGRAFO DA GLOBO



A mulher de 36 anos que foi baleada com mais de 13 tiros devido a uma dívida adquirida com um ex-fotógrafo da Rede Globo, segue em estado grave. Ela foi identificada como Bianca Santos Villaça Caetano (foto em destaque).

Bianca foi atingida pelos disparos na última quarta-feira (20/8), em Jardim Sulacap, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Ela tinha acabado de sair de casa com familiares. Quando entrou no carro da família, outro veículo parou ao lado e começou a atirar.

O mandante do crime, um agiota que trabalhava como fotógrafo na Rede Globo e foi demitido, foi preso na sexta-feira (22/8).

Mais detalhes do caso:

O agiota é Diogo da Silva Marques, de 36 anos, conhecido como Diogo Marley.

Ele foi preso por policiais civis da 33ª DP (Realengo), com apoio da 17ª DP (São Cristóvão) e com a 54ª DP (Belford Roxo).

Na delegacia, Diogo prestou depoimento e negou o crime, embora tenha admitido ter ameaçado a vítima após um empréstimo.

Segundo as investigações, Diogo vinha cobrando insistentemente uma dívida contraída pela vítima.

Contra o suspeito, foi cumprido um mandado de prisão preventiva por tentativa de homicídio.

Investigação

Segundo as investigações, dois dias antes da tentativa de homicídio, ameaçou a mulher em razão de uma dívida financeira. Por meio de mensagens, ele afirmou que, se o valor não fosse pago até determinado horário, aquele seria o último dia em que a cobraria por telefone.

Por mensagem, Diogo ameaçou: “Olha só, é melhor você me pagar. Quero um bom dinheiro até segunda [14 de julho]”. Uma semana depois, Diogo cobrou: “Não vou mais ficar ouvindo história. Acabou essa p*rra! Não vou mais ficar mandando mensagens não!”.


Veja os prints:

As investigações seguem em andamento buscando possíveis outros envolvidos na ação criminosa.

Diogo também era alvo de um mandado de prisão temporária, expedido pela 2ª Vara Criminal da Capital.

A coluna Na Mira tenta contato com as defesas de Diogo da Silva Marques e de Bianca Santos Villaça Caetano. O espaço segue aberto para manifestações

CORRUPÇÃO NA PENITENCIÁRIA DE PETROLINA: DIRETOR E POLICIAIS PENAIS RESPONDEM A PROCESSO NA CORREGEDORIA DA SDS


O diretor e cinco policiais penais da Penitenciária Dr. Edvaldo Gomes, localizada em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, alvos de operação na semana passada, agora estão na mira da Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS). Afastados das funções públicas por ordem judicial, por suspeita de participação num esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, eles também podem ser demitidos. 

Como revelou o Jornal do Commercio, o diretor da unidade prisional, Alessandro Barbosa Martins de Souza, além dos policiais penais Ronildo Barbosa dos Santos, Ricardo Borges da Silva, Vinícius Diego Souza Colares, Rivelino Rufino de Carvalho e Cledson Gonçalves de Oliveira, foram os principais alvos da Operação Publicanos, deflagrada na última terça-feira (19).

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na penitenciária e nas casas dos suspeitos. Em um dos imóveis, uma grande quantidade de armas de fogo também foi encontrada e encaminhada para perícia no Recife.

A operação, resultado de investigação da Delegacia de Crimes Contra a Ordem Tributária e do Grupo de Operações Especiais (GOE), mira uma organização criminosa voltada à prática de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e introdução de aparelho telefônico de comunicação móvel em presídio. Esquema bem semelhante ao descoberto no Presídio de Igarassu, no Grande Recife, no começo do ano.

O inquérito sobre a corrupção na penitenciária está correndo sob sigilo. A Primeira Vara Criminal da Comarca de Petrolina determinou o afastamento das funções de todos os servidores investigados.

Em paralelo, portaria da Corregedoria da SDS, publicada neste sábado (23), instaurou um processo administrativo disciplinar (PAD) em desfavor do diretor e dos cinco policiais penais investigados. Não há prazo para conclusão, mas ao final a punição pode resultar na demissão deles. 

Em nota à imprensa, na terça-feira, a assessoria da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) declarou apenas que "não compactua com quaisquer atos ilícitos dentro do sistema prisional de Pernambuco". E disse que "segue à disposição e colaborando com todas as investigações policiais".

FILHOS DE BOLSONARO ACUSAM ALEXANDRE DE MORAES POR RELAÇÃO COM ASSALTO CONTRA AVÓS

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acusaram o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como responsável pelo assalto de familiares dos políticos. A mãe e os avós dos políticos estavam na casa que foi invadida pelos bandidos, neste domingo (24), sendo feitos de reféns. 

Em postagem nas redes sociais, os parlamentares apontaram que o assalto é resultado da “vingança” e “perseguição” promovida pelo magistrado contra a família Bolsonaro.

E tudo isso acontece depois dos vazamentos seletivos e perseguições de Moraes, que expõem nossos familiares como alvos fáceis. Até onde vai a sede de vingança desse homem? Até onde irá a obediência cega de policiais que cumprem suas ordens sem questionar?”, escreveu Eduardo em postagem nas redes sociais. 

Em outra postagem, Eduardo Bolsonaro também acusou a Polícia Federal (PF) por terem colocado os familiares em risco, como resultado de estarem acatando as ordens “do maluco do Alexandre de Moraes”. “Se matassem um deles, não ia dar em nada, não é a família de vocês”, declarou. 

Quem me garante que vocês não vazaram esses áudios, para fazer com que esses criminosos invadissem a casa dos meus avós? Pessoas idosas”, acusou o parlamentar, que prometeu ir atrás de todos os responsáveis pelos vazamentos. 
“Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Zanin, estão com as mãos sujas de sangue por causa de uma perseguição idiota”, disse.   

Já o senador e irmão de Eduardo, reforçou a denúncia apontando que o assalto teve motivações políticas, além do roubo. “Não foi um simples assalto. Graças a Deus estão todos bem, mas foi mais de uma hora de terror, com arma na cabeça e boca tampada com fita adesiva”, destacou

CARLOS VERAS NÃO QUER CHAPA AO SENADO COM BOLSONARISTA POR PERTO

Novo presidente do PT-PE não quer chapa ao Senado com candidato bolsonarista

O presidente estadual do PT empossado na cerimônia, deputado federal Carlos Veras. Foto: Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

A cerimônia de posse da nova diretoria estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), neste domingo (24), teve espaço para todas as declarações e acenos para siglas parceiras, com foco principal nas eleições de 2026. O que não houve, no entanto, foi uma certeza sobre quem o partido vai apoiar na disputa pelo governo estadual, entre Raquel Lyra (PSD) e João Campos (PSB).

De um lado, o PSB, encabeçado por João Campos na presidência nacional, já cravou que subirá no palanque de Lula para sua reeleição. O presidente nacional, Edinho Silva, chegou a destacar a “aliança história” entre os dois partidos, deixando a entender o movimento natural do partido em apoiar Campos.

Por outro lado, ele lembrou que o partido da governadora também está na base do governo federal, portanto, será preciso agir “com cautela”. “Nós temos um diálogo muito sólido com João Campos. Mas claro, a construção da tática eleitoral aqui, nós temos que lidar com muita cautela, porque também o PSD, que é um partido aliado do presidente Lula”, afirmou.

Edinho Silva pontuou, por fim, que é preciso dialogar com as bases e com as lideranças. “Nós não vamos construir nenhuma posição sem ouvir as lideranças do estado de Pernambuco”, declarou.

O presidente nacional do PT, Edinho Silva. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

Carlos Veras

O presidente estadual empossado na cerimônia, deputado federal Carlos Veras, alinhou o discurso com a fala de Edinho, mas relembrou ainda a necessidade de observar o cenário mais amplo. O objetivo do partido é, a princípio, reeleger Lula, e em Pernambuco, a segunda meta é reeleger Humberto Costa ao Senado. A formação da chapa foi apontada por Veras como um ponto de ponderação. “Não queremos o senador do PT numa chapa em que o outro seja um fascista, seja um bolsonarista”, afirmou.

Outros partidos já ventilam alguns nomes para uma das duas cadeiras da Casa Alta. O PT, por sua vez, não descarta apoiar (ou ser apoiado) pela maioria dos atuais pré-candidatos, como Marília Arraes (Solidariedade), Silvio Costa Filho (Republicanos), Jô Cavalcanti (PSOL). Ele fez ressalva, no entanto quanto ao nome de Miguel Coelho (União). “Ele precisa ainda conquistar a confiança desse campo, entendeu? Que eu acho que não tem”, disse, depois de ter afirmado que Coelho “não é um bolsonarista raiz”.

Cerimônia de posse

A solenidade contou com a presença lideranças políticas como o ministro Silvio Costa Filho (Republicanos), Marília Arraes (Solidariedade), representantes do PCdoB e da Rede. Das lideranças petistas, compuseram a mesa o presidente nacional Edinho Silva, os deputados João Paulo e Rosa Amorim, os senadores Humberto Costa e Teresa Leitão, o presidente municipal Osmar Ricardo, e o ex-ministro José Dirceu

COLUNA POLÍTICA | SENADO FEDERAL | NA LUPA | POR EDNEY SOUTO

NOVO VELHO CÓDIGO ELEITORAL: UMA VOTAÇÃO QUE PROMETE NÃO MUDAR NADA
O BRASIL ETERNO DAS “REFORMAS”

O Brasil parece condenado a conviver com reformas eleitorais que chegam sempre com pompa, mas raramente entregam resultados concretos. A cada dois anos, no calendário político, surge uma nova promessa de modernização das regras. Porém, a impressão é a mesma: mudam os textos, mexem nas vírgulas, mas o sistema continua absolutamente intacto. É um ciclo viciado de reformas feitas sob medida para que tudo permaneça como está. Vamos dar uma passada aqui NA LUPA. 

O SENADO E O PACOTE DE 900 ARTIGOS
Agora, o Senado Federal se prepara para votar o chamado Novo Código Eleitoral, um verdadeiro compêndio de quase 900 artigos. Trata-se de uma tentativa de unificar e dar forma única à legislação eleitoral brasileira, hoje dispersa em leis complementares, resoluções e normas esparsas. No papel, parece uma revolução normativa. Na prática, porém, a sensação é de déjà-vu: uma montanha que pode parir um rato.

O FANTASMA DO VOTO IMPRESSO
Um dos pontos que mais chama a atenção no debate é a tentativa de ressuscitar o voto impresso. A ideia, empurrada pelas narrativas bolsonaristas, já foi rejeitada por falta de fundamento técnico e pela ausência de comprovação de fraudes no sistema atual. A ironia é que todos os parlamentares bolsonaristas — e o próprio ex-presidente — foram eleitos e tiveram mandatos validados pelas urnas eletrônicas. Não há, portanto, coerência no discurso, mas sim um artifício político para manter a narrativa da desconfiança.

O PRAZO QUE NUNCA É CUMPRIDO
A Constituição é clara: alterações nas regras eleitorais só podem valer se aprovadas até um ano antes da eleição. Isso significa que, se o novo Código não for aprovado em definitivo até outubro de 2025, nada mudará para 2026. A história ensina que, nesses casos, o Congresso costuma empurrar a pauta com a barriga, deixando-a escorregar até que não haja mais tempo hábil. E assim, mais uma vez, o discurso da mudança morre na gaveta.

UM CONGRESSO QUE NÃO LEGISLA
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O grande drama brasileiro é ter um Congresso que não cumpre sua função principal: legislar. O que se vê é uma sucessão de adiamentos, negociações de bastidores e um jogo de cena que engana a população. No final, quando os impasses não são resolvidos, sobra para o Supremo Tribunal Federal arbitrar questões que deveriam ter nascido e morrido no Legislativo. É uma transferência de responsabilidades que alimenta crises institucionais.

OS CACIQUES NÃO QUEREM MUDANÇAS
Quem comanda a política brasileira hoje são os caciques que se beneficiam do modelo atual. Eles dominam as regras, manejam os fundos eleitorais e controlam as legendas com mão de ferro. Qualquer mudança real poderia significar perda de espaço, fragmentação de poder ou ameaça à sua sobrevivência política. Por isso, no fundo, não há interesse genuíno em alterar o jogo. O discurso da mudança é apenas retórica para consumo público.

O CÓDIGO NOVO, MAS DE VELHO CONTEÚDO
Apesar de chamado de “novo”, o Código Eleitoral que chega ao Senado já nasce com cheiro de velho. É extenso, burocrático e pouco transparente para o cidadão comum. Não há clareza sobre quais dispositivos realmente modernizam a legislação. Ao contrário, a sensação é de que se trata de uma colcha de retalhos costurada para dar aparência de novidade. Uma espécie de reforma cosmética para alimentar manchetes sem transformar a essência do sistema.

A ENGANAÇÃO QUE SE REPETE
O Brasil é mesmo o paraíso da enganação. As reformas eleitorais são vendidas como marcos históricos, mas no fundo apenas consolidam o status quo. O voto impresso surge como cortina de fumaça, enquanto a essência do problema — a falta de compromisso dos políticos com a renovação e a transparência — permanece intocada. O “Novo Velho Código Eleitoral” pode até ir a voto nesta semana, mas dificilmente mudará o que realmente precisa ser mudado: a forma como se faz política no país. Ou o povo muda os congressistas em sua grande maioria, deixando apenas alguns bens intencionados, ou vai ser ladeira abaixo feito um caminhão sem freio que ninguém sabe se vai parar. É isso aí.