Allany foi assassinada na segunda-feira (17) dentro da casa onde morava, no Residencial Neusa Garcia, na Rua do Pinheiro. O corpo da jovem foi encontrado com as mãos amarradas e marcas de violência que, segundo a investigação, indicam tortura antes da morte — um cenário que chocou até mesmo investigadores experientes do Agreste.
De acordo com o delegado de Homicídios, Eric Costa, o principal suspeito de executar o crime foi localizado logo nas primeiras horas da manhã do dia seguinte. Após entrar em contradição diversas vezes, o homem — que mantinha um relacionamento amoroso com a mãe da vítima — acabou confessando participação.
Durante o depoimento, ele revelou que foi até a casa da jovem dizendo que realizaria um “trabalho religioso”, estratégia que teria servido para desarmar a vítima e entrar sem levantar suspeitas. Já dentro da residência, segundo a polícia, ele teria iniciado a tortura para obrigar Allany a transferir o dinheiro da herança recém-recebida. Mesmo sob violência, o valor não foi repassado. Diante disso, segundo o próprio executor, ele decidiu matá-la.
A revelação mais chocante veio quando o homem afirmou que tudo teria sido encomendado pela mãe da jovem, que supostamente planejou o crime ao lado dele. Em um primeiro momento, durante o interrogatório inicial, ele tentou negar a participação. Porém, ao ser confrontado com vídeos e incoerências no depoimento, assumiu não só o assassinato como também a participação da mãe na trama.
A mulher, que já havia sido ouvida anteriormente, retornou à delegacia nesta terça-feira. O delegado Eric Costa confirmou que ela caiu em diversas contradições, reforçando a suspeita da polícia.
“A versão dela não é verossímil. Todos os elementos colhidos até agora apontam para o envolvimento direto dela como mandante do crime”, declarou o delegado.
Allany foi morta com golpes de arma branca. A crueldade do crime e a possibilidade de ele ter sido articulado pela própria mãe em troca de dinheiro — uma herança deixada pelo avô — deixaram a população de Caruaru perplexa.
O caso segue sob investigação pela Delegacia de Homicídios de Caruaru, que ainda tenta esclarecer detalhes sobre a participação de cada envolvido. Até a última atualização, o g1 não havia conseguido contato com a defesa da mãe da vítima.
A cidade, acostumada a grandes acontecimentos, agora lida com um episódio que ultrapassa a fronteira do crime e chega ao limite do inimaginável: uma mãe suspeita de tirar a própria filha do caminho para ficar com dinheiro de herança.