O município de Arcoverde, no Sertão do Moxotó, será contemplado com a implantação de um novo Complexo da Polícia Científica (CPC), como parte do amplo plano de reestruturação da segurança pública em Pernambuco, capitaneado pela gestão da governadora Raquel Lyra. O anúncio representa não apenas um avanço técnico para a região, mas uma mudança concreta na forma como o Estado lida com a produção de provas periciais no interior. O novo complexo será erguido no bairro de São Cristóvão, numa área de 3,4 mil metros quadrados, com uma edificação de 740 metros quadrados, que abrigará o Instituto de Criminalística (IC) e o Instituto de Medicina Legal (IML), unindo funções essenciais para a investigação e resolução de crimes. O investimento previsto é de R$ 5,3 milhões, com recursos do Tesouro Estadual, e a obra será executada pela Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab), com prazo estimado de oito meses após a ordem de serviço. O edital de licitação para contratação da empresa responsável pela construção foi publicado na última edição do Diário Oficial do Estado, formalizando o início do processo. O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, destacou a relevância da iniciativa, afirmando que o equipamento irá proporcionar agilidade na realização das perícias criminais, melhorar o atendimento à população e garantir melhores condições de trabalho para os peritos e profissionais da área. Segundo ele, trata-se de um passo histórico para o Sertão, que há décadas convive com a escassez de estruturas especializadas, o que obriga muitas vezes o deslocamento de vítimas, corpos e materiais para outras cidades, atrasando a investigação e causando sofrimento adicional a familiares. O novo CPC em Arcoverde se soma a outros quatro já anunciados neste mês, que serão construídos em Vitória de Santo Antão, Garanhuns, Ouricuri e Petrolina, formando uma rede descentralizada de perícia técnica e legal em Pernambuco. A descentralização da polícia científica atende a uma demanda histórica de municípios sertanejos, que frequentemente sofrem com a sobrecarga das unidades da capital e do Agreste Central. Com o equipamento em Arcoverde, será possível realizar exames de corpo de delito, necropsias, laudos toxicológicos, perícias em locais de crime e análises laboratoriais de maneira mais ágil e precisa. O impacto esperado vai além da investigação criminal: a presença do CPC na cidade também tende a melhorar a percepção de segurança e o tempo de resposta do sistema de justiça. O terreno escolhido, localizado estrategicamente em um dos bairros mais acessíveis de Arcoverde, permitirá o fluxo rápido de viaturas e atendimento às demandas de municípios vizinhos. A estrutura contará com laboratórios climatizados, câmaras frias, salas de necropsia e consultórios, obedecendo aos parâmetros técnicos e sanitários exigidos para o funcionamento pleno das atividades periciais. A expectativa é que, com a finalização da obra, Arcoverde se torne referência na produção pericial no Sertão do Moxotó, contribuindo com a redução da impunidade e a valorização da prova técnica. Essa política de interiorização da polícia científica marca um novo ciclo para a segurança pública no Estado, onde os investimentos começam a alcançar com mais equidade todas as regiões de Pernambuco.
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