quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Vereadores pedem cassação de prefeita em Agrestina

Wagner Gil, direto de Caruaru
Em uma sessão bastante tumultuada e com a galeria e a frente da Câmara totalmente tomadas por populares, os vereadores da cidade de Agrestina aprovaram, na noite de ontem, a denúncia do vereador Gordo de Zelito (PP) contra a prefeita Carmen Miriam (PT). Segundo o parlamentar da Terra do Chocalho, a chefe do Executivo não vem respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal, não atende aos pedidos de informação feitos pelos vereadores e ainda não cumpre a Lei 201/67, que trata das infrações político-administrativo, o que pode resultar na cassação do mandato.
Uma Comissão Processante foi formada por três vereadores (dois da oposição e um da situação) e deve notificar a prefeita ainda hoje pela manhã. O prazo para defesa é de dez dias. Já a comissão tem até 90 dias para concluir os trabalhos. Indagado se as denúncias não teriam caráter político e eleitoral, Gordo de Zelito rebateu. "Aqui não tem nada pessoal e nem de eleição. Estamos lutando pelo cidadão agrestinense", disse o vereador.
O relator da comissão é o governista Ivan Veras (PT), não quis entrar na questão do ano eleitoral. "Não vou entrar nessa questão de eleição. Acredito que os vereadores estão enganados, não conhecem bem o regimento interno. Todos os documentos solicitados ao Governo Municipal foram entregues e dentro do prazo", disse Ivan Veras.
Na galeria e do lado de fora da Câmara o clima era de revolta e apoio a prefeita. Alguns slogans de campanha e música foram cantados, com intenção de atrasar e atrapalhar a sessão. O presidente da Casa Legislativa, Paulo Sargento, chegou a ameaçar colocar todos os presentes para fora e realizar a sessão com portas fechadas, mas pouco adiantou. A sessão começou com mais de uma hora de atraso e depois da chegada da Polícia Militar.
"Estão tentando desviar a falta de atenção da prefeita com a Câmara e a cidade. O que ela faz aqui é passível de punição e nós estamos apenas cobrando que ela cumpra com suas obrigações", disse o presidente da Câmara, Paulo Sargento. Na oposição apesar de ter sido eleito na base governista, ele afirmou que as denúncias estão corretas. "Um dos exemplos que eu posso dar nesse momento está no repasse do duodécimo. Atualmente ela manda 7% para a Câmara, quando a lei determina 8% da arrecadação".
Para Carmem Miriam, as denúncias são jogo político para tirar foco de sua administração. "Isso é uma manobra política. Eles (vereadores da oposição) estão fazendo jogo político de olho nas eleições e querendo prejudicar meu trabalho, mas não vão conseguir. Estamos trabalhando duro e amanhã vou divulgar uma nota oficial esclarecendo tudo isso a população", finalizou a prefeita.

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