Prisão temporária expedida contra Edmacy teria terminado, segundo advogado
Nesta quinta-feira (14) faz um mês que o promotor Thiago Faria Soares foi assassinado a caminho do trabalho, na PE-300, município de Itaiba, no Agreste de Pernambuco. Na ocasião, o governador Eduardo Campos garantiu que o episódio seria esclarecido em, no máximo, dois dias. No entanto, transcorreram mais de 30 dias do homicídio e o inquérito policial não foi concluído e ainda teve o prazo prorrogado por mais um mês. Isso porque os laudos das perícias não teriam sido repassados aos investigadores.
Enquanto o caso não é solucionado, a prisão temporária expedida contra Edmacy Cruz Ubirajara, apontado como o executor do crime, terminou à zero hora desta quinta-feira, segundo o advogado dele, Anderson Flecha. Caso a detenção não seja prorrogada pela Justiça, ele deve ser posto em liberdade. Além da prisão de Edmacy, o grupo de delegados que está a frente das investigações, presididas por Rômulo Holanda, ainda procura José Maria Rosendo Barbosa, o Zé Maria de Mané Pedro. Ele seria o mandante da execução.
Os advogados e os parentes dos dois suspeitos afirmam que ambos são inocentes e até reuniram provas demonstrando que Edmacy estaria circulando com a esposa pelas ruas de Águas Belas no momento do homicídio. Os documentos comprobatórios - fitas de vídeos recolhidas em pontos comerciais - foram entregues aos policiais e, em seguida, repassadas aos peritos para análise.
A Polícia Civil alega ter provas contra Edmacy e José Maria. mas não as apresentou. O que se sabe é o fato de Edmacy ter sido apontado pela noiva do promotor, Mysheva Ferrão Martins, como o autor dos disparos. Ela estava dentro do carro com a vítima no momento da execução, junto com um tio, mas nenhum dos dois se feriu. Além do testemunho, as suspeitas caem sobre os dois homens por eles estarem envolvidos diretamente com a fazenda apontada como o motivo do homicídio.
As terras de 25 hectares teriam sido compradas por Mysheva durante um leilão. José Maria, que morava na fazenda com a mulher, teria mandado matar o promotor por ele supostamente ter se envolvido na transação para beneficiar a noiva. “Estão mantendo um inocente preso”, afirmou, ontem, o advogado de Edmacy, Anderson Flecha, depois de ter ido visitar o cliente no Cotel, em Abreu e Lima, na companhia do colega e sobrinho do acusado, Leandro Ubirajara. Ambos foram dar os parabéns ao preso, que completou aniversário nesta quarta-feira.
Assim como os investigadores, que não dão informações, por estar em segredo de justiça, Mysheva também silencia. Ontem, por sinal, em mais uma tentativa de falar com ela, a reportagem da Folha de Pernambuco foi informada pela mãe dela, Rosa Freire Ferrão Martins, que ela está viajando, mas não se sabe para onde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário