Sabedor das dificuldades que a presidente Dilma Rousseff encontrará
na busca pela sua reeleição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
vai, aos poucos, criando uma atmosfera que o transforme novamente no
principal fiador da correligionária. Tem conversado com aliados,
aferindo as suas percepções sobre as eleições, projetado palanques e,
claro, aparecido para o público, sobretudo na internet. Ele “vestiu” a
barba num sinal de que estará presente no pleito do jeito que as pessoas
o conhecem.
Na última quinta-feira (30), o cacique-mor do PT invadiu as redes
sociais com um vídeo pregando o debate democrático pela internet,
considerada pelo líder político como o reduto “livre” na comunicação.
Lula sabe que a plataforma é o nascedouro de protestos e contestações
aos problemas da sociedade, que nos últimos meses vem ganhando as ruas
do País.
Diante dos problemas que se observam na economia, Lula parece querer
não deixar que qualquer provável insegurança sobre os rumos do País –
como pregam os presidenciáveis Eduardo Campos e Aécio Neves – dialogue
com as reclamações que nos acostumamos a ver em junho e julho do ano
passado.
Esse comportamento do ex-presidente, que pode não ser suficiente,
surge como uma resposta ao vazio da atuação da presidente Dilma e de seu
governo nas esferas não tradicionais de comunicação e discussão. Algo
que também é um grande ponto de interrogação para os principais
adversários da petista na corrida sucessória.
Mas esse papel de fiador de Dilma não deve ter a mesma força de 2010,
quando Lula fez da “Mãe do PAC” a sua sucessora. Afinal, os brasileiros
conhecem a sua presidente. Ela já responderá por seus atos e gestos. O
cacique-mor petista pode, e muito, ajudar, porém, Dilma terá que
demonstrar que também pode andar sozinha.
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