quarta-feira, 22 de abril de 2015

Pernambuco perde em poucas horas dois políticos honrados

Honraram seus mandatos

Magno Martins
Em dois dias seguidos, Pernambuco perdeu dois grandes quadros políticos – o deputado estadual Manoel Santos e o ex-deputado federal Pedro Eugênio, ambos do PT. Foram políticos de origem diferentes. Manoel é cria do sindicalismo rural, da tendência sertaneja forjada na luta em parceria com a Igreja, pelas mãos do bispo Dom Francisco Mesquita, que tinha fama de comunista.
Do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Serra Talhada, que presidiu, foi alçado ao comando da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetape), revelando-se uma liderança estadual, para em seguida conquistar o cenário nacional, presidindo a Confederação Nacional dos Trabalhadores (Contag), quando liderou grandes marchas em Brasília ao lado de outros movimentos sociais, como o MST.
Pedro Eugênio foi um tecnolitico (mistura de técnico com político) da escola arraesista. Nos Governos Arraes assumiu as Secretarias de Agricultura, Planejamento e Fazenda. Junto com a competente Tânia Bacelar, braço direito do ex-governador Miguel Arraes, Eugênio se projetou no plano estadual e acabou abraçando a vida partidária, elegendo-se deputado estadual.
E em seguida federal. Apesar de ter feito um bom mandato em Brasília, não conseguiu emplacar a última reeleição, desta feita já filiado ao PT, o Partido dos Trabalhadores. Eugênio presidiu o PT e coube a ele coordenar o tensionado e complicado processo da sucessão do ex-prefeito do Recife, João da Costa, que acabou sendo preterido na disputa pela reeleição por força de uma decisão da executiva nacional.
Eugênio passou, ainda, por uma diretoria do Banco do Nordeste e outros cargos. Em todos eles, entretanto, soube honrar a confiança delegada, nunca se envolvendo em nenhum tipo de maracutaia, diferente do que observamos, hoje, no Governo Federal com a operação Lava Jato e tantos outros escândalos na era Dilma.
Manoel Santos e Pedro Eugênio, portanto, dignificaram a vida pública, passando à história como exemplos de honestidade, decência, ética e moralidade, atributos que deveriam ser imprescindíveis a todos os que assumem funções públicas delegadas pelo voto popular.

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