quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

NEGLIGÊNCIA MÉDICA PODE TER MATADO BEBÊ EM BELO JARDIM

Tragédia em Belo Jardim: suposta negligência médica causa morte de bebê no Hospital

Família ainda revela que recebeu a orientação para ‘abafar o caso’ por Assistente Social do HJAL

Em Belo Jardim, uma trágica situação aconteceu no Hospital Municipal Júlio Alves de Lira (HJAL), onde a família de José Josenildo dos Santos acusa a unidade de saúde de negligência médica, que resultou na morte do seu bebê na última segunda-feira (08). A mãe da criança, está atualmente em estado de choque, hospitalizada na Fusam, localizada em Caruaru.

O triste episódio teve início no domingo (07), no Sítio Aracá, região rural de Belo Jardim, quando Josenildo precisou conduzir sua esposa ao HJAL. A gestante, com aproximadamente 38 semanas de gravidez, estava sentindo dores e perdendo líquido com raios de sangue.

No hospital, Josinete foi submetida a um exame de toque e informada que não havia dilatação, sendo instruída a voltar para casa e a aguardar o momento agendado para a cirurgia cesariana, programada para dois dias depois (09). Segundo o pai do bebê, foram detectados batimentos fetais lentos durante esse período crítico. “Escutaram o coração do meu filho, mas estava mais lento. E mandaram a gente de volta pro sítio. Não tiveram nem a humanidade de deixá-la em observação, porque ela estava prestes a dar à luz e nós moramos longe”, relatou Josenildo.

Na segunda-feira (08), Josinete voltou a sentir dores e foi levada às pressas ao hospital novamente. Dessa vez, por outra equipe, foi detectada a necessidade de transferência para Caruaru. Na Fusam, foi realizada a cirurgia da cesariana para retirada do bebê, que já estava morto. Segundo o pai, o médico foi enfático ao declarar que “não entendeu o motivo da demora e que, talvez, se ela tivesse sido encaminhada para Caruaru no domingo mesmo, meu filho estaria em meu braços. O médico disse ainda que se demorasse um pouco mais, eu teria enterrado meu filho e minha esposa”, declarou.

Para agravar ainda mais a situação e a dor, após o sepultamento do bebê, familiares decidiram procurar explicações no HJAL. Surpreendentemente, de acordo com as informações da família, uma assistente social do hospital teria aconselhado a manter o caso em segredo, desencorajando a formalização de um boletim de ocorrência. “Ela disse que nada traria meu sobrinho de volta, que era melhor deixar isso quieto. Que minha irmã poderia ter outros filhos. Eu disse a ela que a vida do meu sobrinho não era uma mercadoria que poderia ser substituída”, disse revoltada a tia do bebê, Joana Santos da Silva.

Segundo o pai e a tia, até o momento, não foi realizado o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) para esclarecer a causa da morte do bebê, deixando algumas questões sem respostas.

“Quantas famílias vão perder seus filhos nesse hospital? Não foi o primeiro caso de acusação de negligência. Quero justiça e que os culpados sejam responsabilizados”, finalizou o pai da criança.

Até o fim dessa reportagem, a Prefeitura Municipal de Belo Jardim não respondeu aos questionamentos ou emitiu nota oficial sobre o ocorrido

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