quinta-feira, 8 de agosto de 2024

EM ARCOVERDE MADALENA LEVOU O PARTIDO, E ZECA OS CANDIDATOS E OS VOTOS

Em Arcoverde, cidade marcada pelo legado histórico de ser a terra natal do primeiro Cardeal do Brasil e da América Latina, além de ser conhecida como a capital do Samba de Coco, a política local tem um jeito peculiar de se desenrolar. Situações que beiram o inusitado são quase uma tradição, e a mais recente delas envolve o diretório municipal do MDB, partido de relevância no cenário político pernambucano.

Comandado por figuras de peso como Jarbas Vasconcelos e Raul Henry no âmbito estadual, e por Wellington Araújo na esfera municipal, o MDB de Arcoverde decidiu apoiar a candidatura da ex-prefeita Madalena Britto, do PSB, para retornar ao cargo nas próximas eleições. No entanto, a base do partido na cidade parece ter seguido um caminho diferente daquele traçado pela cúpula estadual e municipal. Todos os dez candidatos inscritos pelo MDB para disputar uma vaga na Câmara Municipal optaram por apoiar Zeca Cavalcanti, candidato do PODEMOS, ao invés de seguir a orientação oficial do partido.
Entre os nomes que abraçaram a candidatura de Zeca estão Luciano Pacheco, Júnior Moraes, Joel Filho, Bruno do Banco, Carlão, Walmir de Lira, Basgá, Águida Silva, Eliane da Saúde e Lulu da Cartela. Cada um deles, figuras com influência na política local, decidiu se afastar da linha estabelecida pelos líderes do MDB e se aliar ao bloco amarelo, liderado por Zeca Cavalcanti. Essa movimentação não só desafia a lógica partidária, mas também sugere uma divisão interna no MDB, onde a adesão ao projeto de Zeca se sobrepôs ao alinhamento com Madalena.

No epicentro dessa trama está o prefeito Wellington Maciel, que, apesar de ser filiado ao MDB e ter declarado apoio à candidatura de Madalena, viu seu partido na cidade pender para o lado de Zeca. Mesmo declarando publicamente que não se envolveria diretamente no processo eleitoral e que sua prioridade seria garantir uma transição tranquila e eficiente, os bastidores indicam que Wellington pode ter desempenhado um papel mais ativo do que deixa transparecer. O fato de todos os candidatos do MDB ao legislativo municipal apoiarem Zeca pode ser visto como uma manobra cuidadosamente orquestrada, com o objetivo de manter uma certa influência sobre o futuro político da cidade, independentemente de quem vença a eleição para prefeito.

Essa situação revela a complexidade das alianças políticas em Arcoverde, onde as cores que simbolizam as campanhas, o vermelho de Madalena e o amarelo de Zeca, não são meramente decorativas, mas representam verdadeiras forças em disputa. A decisão dos candidatos do MDB de se unirem a Zeca coloca uma interrogação sobre a eficácia do apoio do partido a Madalena, e até que ponto o apoio oficial pode, de fato, se traduzir em votos. Em uma eleição onde as alianças são fundamentais, esse descompasso entre a direção do partido e seus candidatos cria uma dinâmica que pode influenciar significativamente o resultado das urnas.

Enquanto isso, Wellington Maciel, que se encontra em uma posição delicada, aparenta estar jogando com as peças que tem à disposição. Ao garantir o apoio dos candidatos do MDB a Zeca, o prefeito pode estar tentando assegurar que, independentemente de quem vença a prefeitura, sua influência continue a ser sentida na política local. A habilidade de Wellington em movimentar as peças desse xadrez político sem se expor publicamente pode ser um indicativo de sua experiência e habilidade como articulador.

O cenário em Arcoverde, portanto, é um reflexo das complexidades e nuances da política local, onde nem tudo é o que parece à primeira vista. As movimentações do MDB e a postura do prefeito Wellington Maciel são elementos que compõem um quadro político instigante e que, sem dúvida, continuará a despertar curiosidade e especulação até o dia das eleições.

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