CHUVAS NO GRANDE RECIFE DEIXAM TRÊS MORTOS E MAIS DE 100 DESALOJADOS

As chuvas que atingem Pernambuco nos últimos dias mudaram a rotina de várias cidades da Região Metropolitana e da Zona da Mata, trazendo transtornos e mobilizando equipes da defesa civil para conter os impactos. Os números impressionam e revelam o peso de um volume pluviométrico que ultrapassa as previsões para o mês inteiro em apenas alguns dias. Com ruas alagadas, escolas com aulas suspensas, quedas de árvores e riscos estruturais em diversos pontos, a população se vê diante de desafios que exigem respostas rápidas e eficientes do poder público.  

No Recife, as equipes trabalham nos canais da cidade, combatendo pontos críticos de alagamento e lidando com os impactos diretos da chuva, que já provocou a queda de cinco árvores e exigiu a colocação de mais de cinquenta lonas plásticas para reduzir o risco de deslizamentos. A preocupação se estende para Abreu e Lima, onde o acumulado de chuvas já chega a 180 milímetros – um número expressivo, considerando que a previsão para o mês era de 124 milímetros. Ações emergenciais estão sendo realizadas para mitigar os danos, com aplicação de lonas, vistorias em imóveis vulneráveis e monitoramento de áreas de risco. O retorno às aulas, previsto para esta quarta-feira, precisou ser adiado.  

No Cabo de Santo Agostinho, os impactos também são significativos, mas sem registros de feridos, desabrigados ou desalojados. A cidade registrou um volume de chuva de quase 90 milímetros em um único dia, ultrapassando dois terços da média esperada para fevereiro. A decisão de adiar o início do ano letivo foi tomada para garantir a segurança da comunidade escolar.  

Além dos problemas urbanos, os temporais afetaram o abastecimento de água em várias localidades. O acionamento do Protocolo de Segurança de Abastecimento da Compesa impactou bairros do Recife, Olinda, Paulista, Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes e cidades como Abreu e Lima e Goiana, deixando parte da população sem fornecimento regular.  

Na Zona da Mata, os estragos também se acumulam. Nazaré da Mata sentiu os efeitos da força da chuva, que atingiu prédios públicos e provocou danos significativos. A sede da prefeitura sofreu infiltrações e inundação em diversas salas, afetando a rede elétrica e interrompendo temporariamente os serviços. A água encontrou brechas no teto, atingindo estruturas de gesso e aumentando o risco de curto-circuito. A Biblioteca Pública Municipal Coronel Victor Vieira também teve prateleiras danificadas pela umidade, enquanto a Câmara de Vereadores já havia sido atingida no dia anterior.  

Diante desse cenário, o trabalho das equipes de emergência continua em ritmo intenso. A previsão do tempo segue sendo acompanhada de perto, e a expectativa é de que a mobilização conjunta entre os municípios e o estado reduza os impactos e proteja a população dos riscos que as chuvas intensas trazem consigo.