segunda-feira, 10 de março de 2025

PERNAMBUCANOS NA REFORMA MINISTERIAL

A reconfiguração ministerial do governo Lula está ganhando novos contornos, com articulações políticas em andamento e pressões partidárias que moldam o cenário político atual. O governo enfrenta um cenário de intensas negociações e expectativas sobre as futuras mudanças nas pastas ministeriais, especialmente nas pastas ocupadas por nomes do PT e seus aliados. Teresa Leitão (PT), Luciana Santos (PCdoB) e André de Paula (PSD) estão no epicentro dessas discussões, aguardando uma definição sobre seus destinos.

Em meio a este cenário, Gleisi Hoffmann (PT) assume oficialmente, nesta segunda-feira (10), a coordenação da articulação política do Palácio do Planalto, função que ela já exercia nos bastidores. Com a missão de destravar a tramitação do Orçamento de 2025, Gleisi tem enfrentado desafios com os impasses que surgiram no Congresso desde o final do ano passado, que comprometem as despesas do governo e exigem um esforço para a resolução desses entraves. O texto do Orçamento será apresentado à Comissão Mista de Orçamento na próxima quarta-feira (12), com a expectativa de que a votação ocorra até o dia 18, após um acordo recente entre o Congresso, o Executivo e o Judiciário sobre as pendências relacionadas à transparência nas emendas parlamentares.

Porém, a principal atenção está voltada para as possíveis mudanças ministeriais. Embora existam expectativas por uma reforma ministerial mais ampla, até o momento, o presidente Lula tem realizado apenas ajustes internos no PT. A saída mais iminente é a da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves (PT), e o cargo está sendo disputado por Teresa Leitão e Luciana Santos. A escolha, no entanto, está atrelada à decisão do PSD, partido de Gilberto Kassab, que pressiona para que André de Paula, atual ministro da Pesca, seja deslocado para uma pasta de maior relevância e com um orçamento mais robusto. Isso implicaria na transferência do Ministério da Ciência e Tecnologia, hoje sob o comando de Luciana Santos, para o PSD, consolidando a ampliação da influência do partido no governo.

Enquanto as negociações seguem em andamento, a reforma ministerial continua em compasso de espera, com uma tensão crescente nos bastidores. As próximas semanas devem ser decisivas para o governo Lula, que precisa encontrar uma maneira de acomodar os interesses de suas legendas aliadas, ao mesmo tempo em que garante a governabilidade no Congresso. O governo, portanto, está em um momento de equilíbrio delicado, com a perspectiva de que as articulações políticas seguirão até o último momento, a fim de alcançar um desfecho que possa consolidar a base de apoio e garantir o avanço das pautas prioritárias para o Executivo.

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