terça-feira, 29 de abril de 2025

CÚPULA NACIONAL DO PSDB APROVA POR UNANIMIDADE FUSÃO COM O PODEMOS

Em um movimento que pode redesenhar o mapa político brasileiro, a cúpula nacional do PSDB aprovou por unanimidade, na manhã desta terça-feira, a alteração em seu Estatuto para viabilizar a fusão do partido com o Podemos. A decisão marca um capítulo decisivo na história da legenda tucana, tradicional protagonista da política nacional nas últimas décadas. A reunião, conduzida de forma híbrida — com parte dos membros reunidos presencialmente em Brasília e outros participando de maneira virtual — foi comandada pela Executiva Nacional do partido, atualmente sob a presidência do ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, que tem liderado o processo de reestruturação da sigla. Com o aval unânime da direção partidária, o PSDB dá início à etapa final do processo de unificação, que deverá culminar na realização de uma convenção nacional, na qual será oficialmente selada a incorporação da legenda ao Podemos. Internamente, a medida é vista como um passo estratégico para a sobrevivência política do partido, que enfrenta um momento de retração desde a queda de protagonismo no cenário nacional após os ciclos de governo de Fernando Henrique Cardoso e as seguidas derrotas presidenciais. A fusão vem sendo tratada como uma tentativa de reinvenção, diante do encolhimento da bancada tucana no Congresso e da perda de força em estados onde já foi hegemônico, como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Por outro lado, o Podemos, partido que abriga nomes como Álvaro Dias e Renata Abreu, tende a ganhar musculatura com a incorporação de quadros históricos e estruturas locais do PSDB, fortalecendo sua presença no debate político e ampliando seu poder de articulação nas eleições de 2026. A sinergia entre as duas siglas vem sendo construída ao longo dos últimos meses, com diversas rodadas de conversas entre lideranças nacionais e estaduais, que resultaram em convergências programáticas e administrativas. A proposta de fusão já vinha sendo debatida nos bastidores e contou com o apoio de figuras emblemáticas do tucanato, embora também tenha enfrentado resistências pontuais de alas mais conservadoras ou regionalizadas. Com a aprovação estatutária, o processo entra em uma fase de formalização jurídica e política, que envolve a elaboração de documentos conjuntos, pactuação de diretórios e acordos sobre a identidade da nova agremiação. Ainda restam questões importantes a serem definidas, como o nome da legenda resultante, os critérios de filiação automática, a distribuição de cargos internos e a posição ideológica que será assumida no espectro político. Especialistas apontam que a fusão reflete uma tendência mais ampla de realinhamento partidário no Brasil, em que siglas de perfil semelhante buscam unir forças para superar cláusulas de barreira, ampliar tempo de televisão e acesso ao fundo partidário. A expectativa é que, com a convenção marcada para as próximas semanas, o processo seja concluído antes do prazo das filiações válidas para as eleições municipais de 2024, permitindo que a nova legenda entre fortalecida no pleito.

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