NUMA INICIATIVA DE CARLOS VERAS, CÂMARA DOS DEPUTADOS MOSTRA J. BORGES PARA O MUNDO

A Câmara dos Deputados, em Brasília, abre a partir de hoje, 23 de abril, a mostra individual “J. Borges: Poesia e Arte”, que seguirá em cartaz até o dia 14 de maio, celebrando a trajetória e o legado do mestre pernambucano da xilogravura e da literatura de cordel. A exposição, que ocupará um espaço nobre no Parlamento, reúne mais de 70 obras, entre matrizes de madeira entalhadas à mão e gravuras impressas, além de uma seleção de folhetos de cordel escritos e ilustrados pelo próprio J. Borges. A iniciativa é do deputado federal Carlos Veras (PT-PE), primeiro-secretário da Casa, que considera a homenagem um marco para a valorização da cultura popular nordestina no centro das decisões políticas do país. Natural de Bezerros, no Agreste de Pernambuco, J. Borges é reconhecido internacionalmente por transformar a arte do povo em símbolo de identidade brasileira, com obras que dialogam com o cotidiano, as lendas, a religiosidade e os desafios sociais do sertão. A abertura oficial da mostra contará com a presença da secretária de Turismo de Pernambuco, Cacau de Paula, que participa do evento representando o Governo do Estado e reforçando o apoio às expressões culturais que nascem e florescem no interior pernambucano. Ela destaca que a presença de J. Borges no Parlamento é também um reconhecimento ao valor dos mestres da tradição popular, que mantêm viva a memória e a criatividade do Nordeste. A ambientação da mostra remete ao universo simbólico dos cordéis, com cores vibrantes, cenas alegóricas e personagens típicos do imaginário nordestino, proporcionando uma experiência sensorial e imersiva. O público poderá conhecer não apenas as obras acabadas, mas também o processo artesanal da xilogravura, revelando o entalhe paciente da madeira e a força simbólica de cada traço. Com exposições permanentes em museus internacionais, como o MoMA, de Nova York, J. Borges transcendeu as feiras populares e se consagrou como embaixador da arte popular brasileira. Seus trabalhos traduzem histórias em imagens e versos rimados, retratando o sertão com lirismo, crítica social e humor, em uma linguagem acessível e potente. A mostra ainda estimula o debate sobre a importância de inserir a cultura popular nos espaços institucionais, promovendo o diálogo entre tradição e política, arte e cidadania.