quarta-feira, 4 de junho de 2025

LULA SANCIONA LEI QUE GARANTE 30% DAS VAGAS DO SERVIÇO PÚBLICO AOS NEGROS, QUILOMBOLAS E INDÍGENAS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta terça-feira, uma medida considerada histórica para a inclusão racial no Brasil: a atualização da política de cotas no serviço público federal. Com a nova lei, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional, fica estabelecido que 30% das vagas oferecidas em concursos públicos e processos seletivos para contratação temporária na administração pública federal serão reservadas para pessoas negras, indígenas e quilombolas. A ampliação do percentual reforça o compromisso do governo com a promoção da equidade racial e representa um avanço significativo nas ações afirmativas do Estado brasileiro. A legislação atualiza normas anteriores que já previam cotas, mas que limitavam-se a um recorte menos abrangente da população negra e não contemplavam explicitamente indígenas e quilombolas de forma ampla. Agora, a nova regra tem caráter mais inclusivo e também mais permanente, assegurando um instrumento legal eficaz para combater as desigualdades estruturais presentes há séculos no acesso ao serviço público. A reserva de vagas será aplicada sempre que houver pelo menos três vagas no certame, regra que impede distorções em seleções de pequeno porte. A nova legislação também prevê mecanismos de fiscalização e avaliação periódica da efetividade da política, o que inclui a coleta de dados e a produção de relatórios sobre o perfil dos ingressantes, além de campanhas institucionais para conscientizar os candidatos sobre seus direitos. A medida foi construída com base em amplo diálogo com organizações da sociedade civil, representantes do movimento negro, entidades indígenas e comunidades quilombolas. A sanção presidencial foi comemorada por lideranças de diferentes segmentos que lutam contra o racismo institucional e pela valorização da diversidade no funcionalismo público. De acordo com dados do governo, mesmo com leis anteriores de cotas em vigor, a presença de negros e indígenas no serviço público federal ainda é desproporcional em relação à composição da população brasileira. As mudanças visam corrigir essa distorção, garantindo não apenas o acesso às vagas, mas também a permanência e o crescimento profissional desses grupos dentro da administração pública. A nova legislação também se insere em um conjunto mais amplo de iniciativas voltadas à promoção da igualdade racial no Brasil, que incluem ações nas áreas de educação, saúde, moradia e cultura. Ao garantir espaço institucional para grupos historicamente marginalizados, a medida busca não apenas reparar injustiças passadas, mas também transformar o futuro do Estado brasileiro, tornando-o mais representativo e plural. A política valerá para todos os órgãos da administração direta, autarquias, fundações e empresas públicas federais. A sanção ocorre em um momento de retomada de concursos após anos de restrições fiscais e reforça o papel do Estado como promotor de justiça social por meio de políticas públicas afirmativas.

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