Marginais têm atuado com ousadia em Iati, município localizado no Agreste de Pernambuco, praticando furtos de pneus de veículos pesados nas imediações da BR-423. A região tem sido alvo constante de ações criminosas, especialmente nos trechos onde caminhoneiros costumam pernoitar, principalmente nos postos de combustíveis às margens da rodovia.
Segundo relatos de motoristas, a quadrilha se aproveita do momento de descanso dos profissionais para agir. Os caminhoneiros são surpreendidos durante a madrugada, rendidos sob ameaça de armas de fogo e obrigados a acompanhar os criminosos até áreas rurais isoladas. Nos locais escolhidos pelos bandidos, os veículos são completamente depenados, com retirada dos pneus e, em alguns casos, de peças mecânicas e equipamentos de carga.
A ação é rápida e coordenada. Os criminosos demonstram conhecimento prévio da rotina dos motoristas e do fluxo de caminhões na rodovia. Informações apuradas com trabalhadores da região apontam que os bandidos costumam circular em carros de passeio e utilizam rádios comunicadores para monitorar os postos e identificar possíveis alvos.
Além da perda material, que representa um grande prejuízo financeiro para os caminhoneiros, o trauma causado pela ação violenta tem afetado emocionalmente os profissionais. Muitos evitam parar na região, buscando locais mais seguros para descanso, mesmo que isso implique em mudança de rota ou aumento de custos operacionais.
Não há, até o momento, prisões relacionadas ao caso. A Polícia Civil de Pernambuco investiga as ocorrências, mas enfrenta dificuldades por falta de imagens de câmeras de segurança e ausência de denúncias formais, já que algumas vítimas, por medo de represálias, não registram boletim de ocorrência.
A população local também tem demonstrado preocupação com o aumento desses crimes, principalmente porque Iati está situada em um ponto estratégico de passagem para diversos municípios do Agreste e Sertão, o que facilita a movimentação dos criminosos entre zonas urbanas e áreas rurais pouco fiscalizadas.
Os relatos se intensificaram nos últimos meses, mas moradores da região afirmam que o problema não é novo. Há registros de práticas semelhantes nos últimos dois anos, sempre com o mesmo padrão de abordagem. A insegurança tem gerado impacto direto no comércio local e na circulação de mercadorias.
A falta de policiamento ostensivo na rodovia e a ausência de rondas nos postos de combustíveis são apontadas como fatores que contribuem para a continuidade dos crimes. Representantes da categoria dos caminhoneiros reivindicam a instalação de câmeras de monitoramento e o reforço na segurança nos principais pontos de parada.
O trecho da BR-423 que corta Iati é conhecido por sua má conservação, o que, segundo motoristas, favorece a ação dos bandidos, já que veículos com problemas mecânicos acabam sendo obrigados a parar no acostamento ou nos postos sem estrutura de vigilância.
Enquanto isso, os trabalhadores do transporte de cargas seguem vulneráveis, temendo serem as próximas vítimas. As autoridades estaduais foram notificadas sobre o problema, mas medidas concretas ainda não foram implementadas.
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