DESPEDIDA DE PRETA GIL REÚNE FAMÍLIA, AMIGOS E FÃS NO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro se transformou, nesta sexta-feira (25), em um espaço de emoção e homenagens, à altura da história de vida e da trajetória artística de Preta Gil. Amigos próximos, familiares e colegas de profissão começaram a chegar desde as primeiras horas do dia para prestar as últimas homenagens à cantora, atriz e empresária cultural que marcou gerações com sua voz potente, autenticidade e militância. A cerimônia de despedida, aberta ao público, reflete o carinho e a dimensão afetiva que Preta cultivou ao longo de sua carreira e vida pessoal. Danilo Faro, empresário e irmão do apresentador Rodrigo Faro, foi um dos primeiros a chegar ao velório, seguido pelo ator e cantor Thiago Abravanel, que apareceu acompanhado do marido, Fernando. Os atores Taís Araújo e Luiz Miranda também foram vistos chegando, visivelmente emocionados. Malu Mader chegou acompanhada do marido, o músico Tony Bellotto, guitarrista dos Titãs, além da atriz Claudia Abreu, que dividiu com Preta momentos de vida e bastidores. Os jornalistas Thiago Fortes e Mylena Ciribelli também marcaram presença, evidenciando o respeito que Preta conquistou também entre profissionais da imprensa.

A cerimônia acontece poucos dias após a morte da artista, no último domingo (20), em Nova York, onde ela estava em tratamento contra um câncer agressivo. Preta, que completou 50 anos em agosto do ano passado, enfrentava a doença com coragem desde que foi diagnosticada em 2023, tornando público seu processo com a mesma transparência que sempre imprimiu em sua carreira. A família informou que, conforme o desejo de Preta em vida, o corpo será cremado após o velório. Nos últimos dias, mesmo em estado de saúde bastante debilitado, a artista manifestou o forte desejo de retornar ao Brasil, com o intuito de rever amigos, familiares e, sobretudo, sua mãe, Sandra Gadelha, com quem mantinha uma relação extremamente próxima. Diante da notícia de que não havia mais possibilidades terapêuticas para o seu caso, Preta articulou sua volta ao país natal, optando por um voo em UTI aérea, numa tentativa de realizar seu último desejo: estar em casa. No entanto, pouco antes da decolagem, ela sofreu uma piora súbita, passando mal dentro de uma ambulância que a conduzia ao hospital. O óbito foi confirmado ainda em solo norte-americano, interrompendo abruptamente o esforço de retorno.

A presença de artistas e amigos em grande número no Theatro Municipal reflete o legado de Preta Gil, construído ao longo de mais de três décadas de carreira na música e na televisão, mas também fora dos palcos, como figura pública que inspirou por sua liberdade, empoderamento e posicionamentos firmes em temas como racismo, gordofobia e direitos das mulheres. O Theatro, símbolo da cultura carioca, se tornou hoje um palco de silêncio e reverência. Flores brancas, lágrimas contidas e longos abraços marcam o ambiente, em meio a registros de fãs que comparecem para se despedir daquela que, para muitos, foi muito além da filha de Gilberto Gil: foi um ícone por mérito próprio, dona de uma identidade vibrante e de uma história de superação pública. Nos corredores do Municipal, é possível ouvir vozes emocionadas relembrando shows, entrevistas, aparições marcantes e momentos de generosidade da artista. Pessoas que conviveram com Preta relatam não apenas seu talento, mas sua capacidade de acolher, abrir caminhos e dar visibilidade a temas sensíveis com coragem e humanidade. A despedida, embora envolta em tristeza, também revela um sentimento de gratidão profunda pela trajetória de uma mulher que nunca se calou.