Entre as sessões marcadas para esta terça-feira estavam as reuniões da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, presidida por um parlamentar bolsonarista, e da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. A Comissão de Segurança se preparava para votar uma moção de solidariedade a Bolsonaro, com a justificativa de que os processos e decisões judiciais contra ele comprometem a ordem e a segurança públicas do país. Já a Comissão de Relações Exteriores tinha em pauta dois requerimentos direcionados ao ex-presidente: uma moção de apoio apresentada pelo deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) e uma moção de louvor assinada pelo líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Ambas visavam expressar reconhecimento ao legado político de Bolsonaro e contestar as recentes decisões judiciais que culminaram, entre outras medidas, na imposição de uso de tornozeleira eletrônica e na proibição de comunicação com aliados. A atuação coordenada dessa ala visava projetar politicamente a imagem de Bolsonaro como um perseguido e manter viva sua narrativa de mártir político junto à base eleitoral conservadora. No entanto, ao editar o ato que suspende os trabalhos das comissões, Hugo Motta bloqueou essas movimentações, evitando que a estrutura institucional da Câmara fosse utilizada, durante o recesso, como palanque político-partidário. A decisão do presidente da Câmara impôs um revés estratégico à oposição e gerou reações nos bastidores da Casa, inclusive entre deputados do centrão que defendem uma maior neutralidade da Câmara durante o recesso, para evitar crises institucionais com os demais Poderes.
terça-feira, 22 de julho de 2025
HUGO MOTTA SUSPENDE REUNIÕES DE COMISSÕES E FREIA AÇÃO BOLSONARISTA DURANTE O RECESSO NA CÂMARA
Em meio a um recesso parlamentar teoricamente voltado para o descanso das atividades legislativas, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), surpreendeu o meio político ao publicar um ato, nesta terça-feira (22), determinando a suspensão de todas as reuniões das comissões permanentes da Casa até o dia 1º de agosto. A decisão foi vista como uma resposta direta à articulação da ala bolsonarista da Câmara, que vinha tentando transformar o recesso em um campo de resistência simbólica ao avanço de investigações e medidas judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Mesmo sem as atividades ordinárias do plenário, deputados do PL e de partidos aliados vinham se organizando para manter o funcionamento de comissões estratégicas, sobretudo aquelas sob controle da oposição ao governo Lula. A intenção era dar prosseguimento à aprovação de requerimentos e moções que expressassem apoio político a Bolsonaro, cuja base alega que o ex-presidente é vítima de perseguição judicial por parte de setores do Judiciário, especialmente do Supremo Tribunal Federal.
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