Emily chegou ao hospital em estado gravíssimo, foi submetida a procedimentos de emergência e permaneceu internada na UTI pediátrica por cinco dias. Apesar dos esforços da equipe médica, a criança não resistiu aos ferimentos causados pelo projétil e teve o óbito encefálico confirmado após exames que constataram a ausência de atividade cerebral. A direção do hospital informou que a família foi comunicada e está recebendo acompanhamento psicológico.
O caso teve início na noite do domingo, quando a família participava de um aniversário em uma residência localizada em uma das ruas da comunidade. Testemunhas relataram que um grupo armado passou pela rua efetuando disparos, atingindo carros, muros e, de forma trágica, a cabeça de Emily, que estava brincando com outras crianças no momento dos tiros. A cena foi de desespero. Vizinhos correram para socorrer a menina, que foi levada inicialmente para uma unidade de saúde próxima e, em seguida, transferida para o Hospital da Restauração, referência em traumas no estado.
A Polícia Civil de Pernambuco abriu um inquérito para investigar o caso. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi acionado e está colhendo depoimentos de moradores e parentes da vítima. Câmeras de segurança da região estão sendo analisadas na tentativa de identificar os autores dos disparos. Até o momento, nenhuma prisão foi realizada. Segundo investigadores, uma das hipóteses consideradas é que o tiroteio tenha sido motivado por disputas entre grupos criminosos que atuam na área.
O crime gerou comoção entre os moradores da comunidade de Prazeres. Vizinhos da família de Emily relataram indignação com a insegurança crescente na região e com a brutalidade do episódio. Escolas e igrejas locais prestaram solidariedade aos familiares da criança e organizaram momentos de oração. A prefeitura de Jaboatão dos Guararapes divulgou nota afirmando que está prestando apoio à família e cobrando rigor na apuração do caso. A Defensoria Pública e o Conselho Tutelar também acompanham a situação.
A morte de Emily escancara mais uma vez a realidade da violência armada que atinge comunidades da Região Metropolitana do Recife, onde até eventos familiares e festivos se tornam cenário de tragédias. A criança de seis anos não era alvo, não estava envolvida em conflitos, e tornou-se vítima de uma situação que deveria ser impensável. O corpo de Emily será submetido a exames no Instituto de Medicina Legal (IML) antes da liberação para velório e sepultamento, que deverão ocorrer neste sábado (26), em cerimônia restrita à família e amigos mais próximos.
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