O cenário político em Caruaru, cidade-polo do Agreste pernambucano, começa a aquecer com os primeiros movimentos que antecedem o processo eleitoral de 2026. No centro das atenções está o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSD), que terá pela frente um teste decisivo de sua força política ao tentar emplacar o nome de seu secretário de Administração, Anderson Luiz, como pré-candidato a deputado estadual. Ao mesmo tempo, Pinheiro se empenhará em impulsionar a candidatura à reeleição do deputado federal Fernando Monteiro (PP), com quem mantém alianças institucionais. No entanto, no meio desse tabuleiro eleitoral, o prefeito adota uma postura que vem sendo lida por muitos como ingrata e incoerente: o afastamento político da deputada estadual Débora Almeida (PSDB), uma de suas mais leais aliadas até aqui.
Em 2022, quando Rodrigo ainda consolidava sua imagem à frente do Palácio Jaime Nejaim, foi Débora quem apostou nele. Mais do que apoio formal, a parlamentar jogou o peso da sua estrutura política, de seu gabinete e de sua credibilidade para reforçar a gestão municipal. Conseguiu emendas, articulou junto à governadora Raquel Lyra — sua companheira de partido e aliada pessoal — e se colocou à disposição do prefeito sem impor barreiras de tempo ou de esforço. Enquanto muitos testavam as águas de Caruaru, Débora mergulhou de cabeça na defesa do projeto de Pinheiro. Com um histórico de lealdade inquestionável, ela não titubeou em caminhar junto, mesmo quando isso não lhe renderia votos diretos.
Agora, ao optar por lançar Anderson Luiz, um nome sem qualquer experiência eleitoral, como seu pré-candidato, o prefeito rompe de forma abrupta e sem justificativa visível com a deputada que esteve ao seu lado em momentos cruciais. A escolha política pode até ser legítima, mas os sinais enviados ao campo político e à população são claros: Rodrigo abandona, sem explicações, uma parceira que lhe foi vital. A política é feita de gestos, palavras e compromissos duradouros. E quando se abandona quem caminhou junto por conveniência momentânea, o que resta é a marca da ingratidão.
Enquanto isso, Débora Almeida segue firme ao lado de Raquel Lyra, provando que sua lealdade não é apenas discurso de palanque. Trata-se de um “tanque de guerra” da base da governadora, como dizem nos bastidores, enfrentando adversidades com firmeza e sem ceder à lógica da conveniência. Já Rodrigo, ao renegar essa aliança de forma silenciosa e fria, corre o risco de mostrar que, para ele, as pontes são feitas apenas para serem atravessadas — e não para sustentar parcerias verdadeiras. Na busca por afirmação pessoal, o prefeito pode acabar deixando para trás algo que a política ainda valoriza: gratidão. Segue o jogo!
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