É ainda mais incompreensível quando lembramos que o casarão da Praça da Bandeira, sede do colégio e ícone da arquitetura de Garanhuns, completará 100 anos. São dois marcos históricos que se encontram. Dois momentos que mereciam ser celebrados com reverência, emoção e grandeza — não com silêncio e omissão.
Falo aqui como jornalista e cidadão, mas também com legitimidade: sou ex-presidente do Grêmio Estudantil, ex-vice-presidente da Associação dos Ex-Alunos, filho de ex-professor e ex-aluno. Falo como quem conhece por dentro o valor que essas datas têm para centenas de ex-alunos espalhados por Pernambuco, pelo Brasil e até fora dele. Gente que aguardava, como a tradição manda, uma década inteira para voltar às ruas e às calçadas do Diocesano, reencontrar amigos, reviver memórias, reverenciar mestres.
O desfile cívico do dia 7 de Setembro está mantido, segundo a nota. Mas esse não é o evento que mobiliza corações ex-alunos. É o 12 de outubro que carrega o peso da nossa história, o calor da nossa nostalgia, o verdadeiro reencontro com a alma do colégio.
A decisão de não realizar qualquer celebração nesse dia representa uma desconexão dolorosa com as raízes do Diocesano. E se a justificativa é a falta de interesse, de estrutura ou de empenho, que se entregue a missão a quem ama e quer fazer. Porque há, sim, quem queira ver o colégio onde ele sempre esteve: no topo, gigante em sua tradição.
Este editorial é, antes de tudo, um apelo público. Ainda há tempo. Ainda há caminhos. Ainda há corações dispostos. O Colégio Diocesano de Garanhuns merece mais do que o esquecimento.
Que não nos falte memória.
Que não nos falte coragem.
Que não nos falte respeito pela história.
Edney Souto
Jornalista e redator
Ex-presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Diocesano de Garanhuns
Ex-vice-presidente da Associação dos Ex-Alunos
Filho de ex-professor e ex-aluno
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