Em uma decisão unânime, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou o envio de um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a decretação da prisão preventiva de 21 pessoas investigadas por um esquema que teria desviado cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas em todo o país. A medida foi proposta pelo relator da CPMI, deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), e representa um possível desdobramento da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal há aproximadamente cinco meses. O pedido de prisão preventiva surge após o depoimento do advogado Eli Cohen, que foi o primeiro a denunciar o funcionamento do esquema e detalhar a atuação dos envolvidos, fornecendo informações que agora fundamentam a solicitação ao STF. Entre os investigados que podem ser alvo de uma eventual ordem de prisão expedida pelo ministro André Mendonça, estão nomes de grande notoriedade no contexto do INSS, como o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, figura apontada como central na articulação do esquema. Outro destaque é o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que foi afastado de suas funções por determinação judicial no mesmo dia em que a operação da Polícia Federal foi deflagrada, evidenciando o caráter urgente e estratégico da ação. A lista ainda inclui o ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, que teria papel decisivo na concessão irregular de benefícios e na manipulação de processos internos do órgão, além do ex-procurador-geral, Virgílio de Oliveira Filho, cuja atuação é investigada por suposto conluio e omissão na fiscalização dos atos administrativos. O ex-diretor do INSS, Vanderlei Barbosa dos Santos, também figura entre os possíveis alvos, sendo apontado como responsável por fragilidades na gestão que facilitaram o desvio de recursos milionários destinados a segurados. Entre os empresários investigados, Maurício Camisotti é citado como controlador de associações que estariam envolvidas na fraude, promovendo a concessão indevida de benefícios e a articulação de redes de favorecimento. O esquema, segundo a apuração da CPMI, teria operado em diversas regiões do país, afetando milhares de beneficiários do INSS e gerando prejuízos bilionários ao sistema previdenciário. Durante a reunião da comissão, o relato detalhado de Eli Cohen descreveu mecanismos sofisticados utilizados para fraudar concessões de aposentadorias e pensões, incluindo a manipulação de documentos e o uso de empresas de fachada para ocultar recursos. A aprovação unânime do pedido demonstra consenso entre parlamentares de diferentes partidos quanto à gravidade das irregularidades e à necessidade de atuação imediata do STF para evitar o risco de destruição de provas ou fuga dos investigados. A Polícia Federal continua acompanhando os desdobramentos do caso, mantendo operação de monitoramento sobre os principais suspeitos e seus contatos, enquanto os técnicos da CPMI consolidam dados financeiros e administrativos para reforçar o pedido de prisão preventiva. A expectativa é que, com o envio do requerimento ao Supremo, sejam tomadas medidas céleres que permitam o início de ações penais e administrativas, visando responsabilizar de forma objetiva todos os envolvidos no desvio bilionário de recursos públicos destinados a aposentados e pensionistas. As investigações apontam que o esquema operava de maneira estruturada e sistemática, utilizando influências políticas e jurídicas para garantir impunidade e continuidade das fraudes. Entre os 21 investigados, há ainda servidores de média e alta hierarquia do INSS que teriam colaborado para viabilizar pagamentos irregulares, favorecendo determinados grupos em detrimento da grande massa de segurados. O caso segue sendo acompanhado de perto por autoridades federais e parlamentares, configurando um dos maiores escândalos de desvio de recursos previdenciários da história recente do país. A CPMI trabalha na análise de relatórios detalhados, movimentações financeiras suspeitas e depoimentos que confirmam a atuação coordenada dos investigados, buscando esclarecer toda a extensão do prejuízo causado.
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