Durante conversa com jornalistas, após o anúncio da redução no número de secretarias estaduais, nesta quarta-feira (20), na sede provisória da administração estadual, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), voltou a criticar a política econômica do País. Ao ser questionado se a situação fiscal brasileira preocupa, ele afirmou que está existindo o diálogo com empresários, trabalhadores, intelectuais e militantes políticos sobre o “desafio que está posto”. Para Campos, “o Brasil precisa reencontrar exatamente o rumo no crescimento econômico com inclusão”.
“Nós tivemos um resultado do PIB muito ruim no ano passado. Nós temos dois anos em que a inflação fica batendo no teto superior. Ou seja, o crescimento frustra e a inflação preocupa. Nós temos que fazer exatamente o contrário. Ter um crescimento com inclusão que anime a vida brasileira e ter uma inflação controlada que tranquilize a vida brasileira. Isso se faz na medida em que a gente faça convergir as políticas, seja a política fiscal, a política monetária, com regras que se sustentem para dar confiança àqueles que podem investir, e investindo possam gerar oportunidade de trabalho”, afirmou o governador.
O socialista disse ainda que o diálogo é importante, como “é importante também que o governo dialogue” e não o faça somente quando está na dificuldade, mas que o faça “em todos os momentos”. Segundo Campos, uma coisa boa da disposição para conversar com os mais diversos setores é que isso tem levado o governo também a dialogar com o Brasil.
“Agora, o nosso diálogo com os economistas, com a academia, com artistas, com militantes políticos, com empresários é exatamente por conta do desafio que está posto na vida brasileira, na cabeça de todo cidadão brasileiro. Que é a preocupação com a inflação, que é a preocupação com o baixo crescimento. Que isso nos leve a derreter as conquistas sociais dos últimos anos. Do mercado de trabalho, da inclusão de tantos”, afirmou.
E completou: “Então, esse é o debate que nós estamos fazendo. O debate muito tranquilo, um debate que é próprio de uma democracia. Onde as forças políticas têm o direito de conversar, de dialogar. Não dá para achar, até porque o mundo e as experiências que o mundo viveu num partido único já demonstraram que foram experiências catastróficas. É importante que haja uma visão plural da realidade, que os partidos no exercício e os militantes políticos no exercício legítimo democrático possam pensar sobre o Brasil, sugerir, dar sua opinião. Isso é próprio da democracia, não devia incomodar com ninguém. Sobretudo quem deve ter compromissos democráticos”. A declaração foi dada quando o gestor foi questionado sobre as declarações da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que criticou o tom oposicionista adotado por Campos em conversas com empresários.