quarta-feira, 24 de julho de 2024

KAMALA JA É LIDER NOS EUA

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, aparece com vantagem de 2 pontos percentuais sobre Donald Trump em pesquisa divulgada pela agência de notícias Reuters e pelo Instituto Ipsos nesta terça-feira.

Segundo o levantamento, Harris tem 44% das intenções de voto, contra 42% de Trump. A diferença está dentro da margem de erro, que é de 3 pontos percentuais.

A pesquisa foi realizada nas últimas 48 horas e contabiliza, portanto, o efeito da Convenção Nacional Republicana, encerrada na quinta (18), quando Trump aceitou formalmente sua candidatura.

O levantamento traz ainda o impacto do anúncio de desistência de Joe Biden no domingo, 21, dia em que o presidente também anunciou que apoiaria Kamala Harris.

Em sondagem anterior, feita entre 15 a 16 de julho, ambos apareceram com o mesmo percentual, de 44%.

Há, porém, importante nuance sobre os resultados das sondagens americanas. Embora as pesquisas nacionais forneçam a temperatura do eleitorado, apenas um punhado de estados deve decidir as eleições de fato.São os swing states, ou estados pêndulo, em que não há maioria republicana ou democrata e que podem, portanto, pender para ambos os lados.

Nessa categoria estão Arizona, Georgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin.

Em outra pesquisa recente, 56% dos eleitores registrados concordaram com a afirmação de que Harris é “mentalmente capaz de lidar com desafios”, em comparação com 49% que disseram o mesmo sobre Donald Trump.

Somente 22% dos eleitores avaliaram Biden dessa forma.

Da Revista Veja

Na Lupa, Quarta, 24/07/2024, Blog do Edney

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Por Edney Souto


EM JABOATÃO, FRAGMENTAÇÃO DO BOLSONARISMO AJUDA CAMINHADA DE ELIAS PARA O 2° TURNO

Em Jaboatão dos Guararapes, o segundo maior município de Pernambuco, as eleições municipais de outubro apresentam um cenário político cheio de nuances e complexidades. O ex-prefeito Elias Gomes, agora filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), desponta como uma figura central na disputa. Sua trajetória política, marcada por uma passagem significativa pelo PSDB, agora ganha novos contornos com sua entrada no PT. Essa migração não é apenas uma mudança de sigla, mas uma movimentação estratégica que pode redefinir o cenário eleitoral local.


A Divisão Interna do Bolsonarismo

Desde a ascensão de Jair Bolsonaro em 2018, o bolsonarismo em Jaboatão vinha se consolidando como uma força unificada. No entanto, o atual cenário mostra uma divisão clara entre duas facções principais: os irmãos Ferreira e a família Tércio. Anderson e André Ferreira, que solidificaram seu poder político através do voto evangélico, têm Mano Medeiros como seu candidato preferido. Medeiros, atual prefeito, assumiu o cargo quando Anderson Ferreira deixou a prefeitura para disputar o governo estadual. Com o apoio de partidos como União Brasil, PSD, PRD e Partido Novo, a candidatura de Medeiros representa a continuidade da influência dos Ferreira no município.

Por outro lado, Clarissa Tércio, do Partido Progressista (PP), e seu esposo Junior Tércio, do Podemos, comandam a Assembleia de Deus Ministério Novas de Paz e buscam consolidar seu próprio espaço político. Em apenas seis anos, Clarissa e Junior Tércio conquistaram quatro mandatos, tornando-se figuras de destaque na política local. Clarissa Tércio, agora deputada federal, enfrenta seu primeiro grande teste eleitoral majoritário, buscando atrair o voto bolsonarista e evangélico.

A Transição de Elias Gomes para o PT

Elias Gomes traz consigo um histórico de gestões bem avaliadas tanto em Jaboatão dos Guararapes quanto no Cabo de Santo Agostinho. Entre 2008 e 2016, quando ainda estava no PSDB, sua administração em Jaboatão foi marcada por uma série de políticas públicas que deixaram uma impressão duradoura na população. Essa bagagem política é um ativo valioso em sua nova empreitada pelo PT.

A transição de Gomes para o PT foi facilitada pelo apoio de figuras importantes como Marília Arraes, que abriu mão de sua candidatura para apoiar Gomes. Esse movimento estratégico não apenas fortaleceu a posição de Gomes, mas também sinalizou uma unificação das forças progressistas em Jaboatão. A aliança formada pelo PT com MDB, Republicanos e possivelmente PSB, junto com os partidos da Federação Brasil da Esperança (PCdoB e PV), configura uma frente ampla que busca isolar o bolsonarismo e implementar um modelo de governança petista no município.

Desafios de Comunicação e Mobilização

A infraestrutura de comunicação em Jaboatão apresenta desafios significativos para qualquer campanha eleitoral. Com poucas opções de rádio e a ausência de um guia eleitoral televisivo, a principal ferramenta de comunicação política acaba sendo o WhatsApp. Essa realidade exige um esforço redobrado na campanha corpo a corpo, onde o contato direto com os eleitores é essencial. Maria Auxiliadora, presidenta do PT municipal, ressalta a importância dessa abordagem, especialmente em um município com vastas áreas rurais e urbanas densamente povoadas.

A campanha de Elias Gomes também enfrenta questões sociais urgentes, como o risco de desabamentos em áreas vulneráveis durante o período de chuvas. Auxiliadora lembra das 64 vidas perdidas em 2022 e critica a gestão atual por sua inação e soluções insuficientes. A abordagem do PT promete ser mais proativa, com propostas concretas para enfrentar esses desafios de infraestrutura e segurança pública.

Estratégias para o Segundo Turno

Se Elias Gomes conseguir avançar para o segundo turno, a expectativa é de uma união das forças bolsonaristas contra ele. No entanto, o PT está confiante na capacidade de construir pontes com diversos segmentos da sociedade, incluindo a população evangélica, que representa cerca de 35% do eleitorado de Jaboatão. Auxiliadora enfatiza que muitos evangélicos já votaram no PT e que a campanha pretende dialogar e ouvir as necessidades dessa comunidade. 

Ela menciona a existência de pastores e líderes evangélicos que estão nas chapas do PT e do PCdoB, indicando que nem todos os evangélicos são alinhados aos Ferreira ou aos Tércio. Essa estratégia de inclusão e diálogo é vista como essencial para quebrar a hegemonia bolsonarista entre os eleitores evangélicos.


A Reconfiguração do Legislativo Municipal

Um dos maiores desafios para o PT é reconstruir sua presença na Câmara Municipal de Jaboatão. O partido não elege um vereador no município há mais de uma década, com os últimos sendo Ricardo Valois e Robson Leite, ambos eleitos em 2012. Nas eleições de 2016 e 2020, o desempenho do PT foi fraco, não conseguindo alcançar o coeficiente eleitoral necessário para eleger representantes. 

Para 2024, a Federação Brasil da Esperança, composta por PT, PCdoB e PV, apresenta uma chapa diversificada com 28 candidatos. Entre os nomes, estão o sindicalista Henrique Metalúrgico (ex-PCdoB), o ex-vereador petista Robson Leite e a professora Maíra Vilar, que foi candidata a prefeita pelo PDT em 2020. Essa diversidade de candidatos, somada à candidatura majoritária competitiva de Elias Gomes, dá ao PT esperanças de reconquistar espaço na Câmara Municipal.


A Importância da Mobilização Popular

Maria Auxiliadora destaca que, nas disputas para deputado estadual e federal em 2022, o PT obteve 6 mil votos na legenda em Jaboatão. Ela acredita que a candidatura de Elias Gomes, junto com a força do PT de Lula, pode aumentar esse número significativamente. Auxiliadora enfatiza a importância de votar tanto no número do partido quanto nos candidatos específicos, argumentando que isso fortalecerá a chapa e dará sustentação a um eventual governo de Elias Gomes.

Disputa Complicada

A eleição em Jaboatão dos Guararapes está longe de ser uma disputa simples. Com a fragmentação do bolsonarismo, a força histórica e o recall positivo de Elias Gomes, além da estratégia de alianças e comunicação do PT, o cenário se mostra complexo e dinâmico. O caminho para o segundo turno está pavimentado por desafios e oportunidades que exigem uma abordagem política cuidadosa e bem estruturada.
A divisão do bolsonarismo pode ser um fator decisivo na eleição. Se Elias Gomes e o PT conseguirem mobilizar e unificar suas bases, enquanto capitalizam sobre a fragmentação dos adversários, a caminhada rumo ao segundo turno pode se tornar uma realidade. No entanto, essa trajetória exigirá uma campanha intensa, baseada em diálogo, inclusão e propostas concretas para os problemas reais enfrentados pelos moradores de Jaboatão dos Guararapes.

terça-feira, 23 de julho de 2024

FERNANDO RODOLFO NÃO POUPA CRÍTICAS AO DELEGADO LESSA

Em um discurso contundente, o deputado Fernando Rodolfo (PL) expressou seu descontentamento com a recente postura de Erick Lessa, destacando que o ex-deputado escolheu alinhar-se politicamente com figuras que representam um passado que Rodolfo considera problemático. A crítica foi direcionada principalmente ao fato de Lessa ter optado por apoiar Zé Queiroz, o ex-presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT), o que, segundo Rodolfo, representa uma volta ao passado que ele vê como retrógrado para a política atual.

Fernando Rodolfo não economizou palavras ao apontar o que vê como uma incoerência nas escolhas de Lessa. Em seu discurso, ele relembrou momentos da história política recente, sugerindo que a aliança de Lessa com Zé Queiroz e Lula é uma traição aos princípios que, segundo ele, deveriam nortear a atuação política. Rodolfo destacou que Lessa, ao decidir subir no palanque com essas figuras, está, na verdade, abraçando um modelo de política que já demonstrou, em sua visão, falhas significativas.

O deputado enfatizou que a decisão de Lessa não é apenas uma questão de escolha pessoal, mas uma posição que tem implicações diretas para o futuro político e social. Ele argumentou que o alinhamento com Zé Queiroz e Lula significa a aceitação de práticas e ideologias que, para Rodolfo, são responsáveis por problemas estruturais e éticos no cenário político brasileiro. Fernando Rodolfo fez questão de ressaltar que sua crítica não é apenas uma questão de divergência ideológica, mas uma chamada de atenção para os eleitores e para os colegas políticos sobre os riscos de se voltar a um passado que ele considera repleto de erros.

Ao criticar Lessa, Rodolfo também trouxe à tona questões relacionadas à confiança e coerência política. Ele sublinhou a importância de se manter firme nos princípios e compromissos assumidos com os eleitores. Segundo Rodolfo, ao optar por essa nova aliança, Lessa estaria demonstrando uma mudança de direção que pode ser vista como oportunista e desleal aos que confiaram em seu discurso e em suas promessas durante sua carreira política.

A fala de Fernando Rodolfo reflete um momento de intensa disputa política, onde as alianças e escolhas são constantemente reavaliadas e criticadas. Seu discurso é um exemplo claro de como a política pode ser um campo de batalhas ideológicas e estratégicas, onde cada movimento é observado e analisado de perto por adversários e aliados.

CLIMA DENTRO DA FEDERAÇÃO ENTRE PCDOB E PT ESTÁ QUENTE

A Federação Brasil da Esperança, composta pelo PT, PV e PCdoB, enfrenta uma crise interna que ameaça sua continuidade. A federação, criada inicialmente para garantir a sobrevivência eleitoral do PCdoB após a extinção das coligações proporcionais, está em vias de desmoronar devido a divergências entre seus membros. No centro dessa disputa está a escolha do candidato a vice-prefeito de João Campos, no Recife, que gerou atritos significativos entre o PT e o PCdoB.

No Recife, a situação se complicou quando o PCdoB aceitou a filiação de Victor Marques, mesmo sabendo que o PT tinha interesse em indicar um nome para a vice-prefeitura. Esse movimento do PCdoB causou insatisfação entre os petistas, refletindo uma tensão que já vinha se manifestando em outros estados. As discordâncias se intensificaram a tal ponto que, nos corredores do Congresso, comenta-se que a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e a ministra Luciana Santos, do PCdoB, tiveram uma discussão acalorada sobre o assunto na semana passada.

A crise ficou mais evidente com o almoço organizado pelo presidente Lula, do qual participaram Gleisi Hoffmann, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, o prefeito João Campos e o ministro Alexandre Padilha. Luciana Santos, presidente nacional do PCdoB, não foi convidada para o encontro, embora sua presença tenha sido inicialmente anunciada na imprensa, provavelmente vazada por alguém próximo a ela. Esse episódio sublinhou o isolamento da ministra e a crescente desconfiança entre os partidos da federação.

No Hotel Luzeiro, em uma reunião da Frente Popular, a ausência de Luciana Santos foi notável. Na mesa de discussões estavam apenas Gleisi Hoffmann, Carlos Siqueira, João Campos e Victor Marques, o que confirmou a exclusão do PCdoB das decisões mais estratégicas e aumentou os rumores sobre a possível dissolução da federação.

A situação evidencia um racha profundo, com disputas de poder e falta de consenso entre os partidos que deveriam atuar em conjunto. Essa fragmentação interna coloca em risco a unidade da Federação Brasil da Esperança, que foi crucial para o PCdoB nas últimas eleições. As divergências persistentes entre PT e PCdoB podem levar ao fim da federação, comprometendo a estratégia política que visava fortalecer a esquerda no cenário nacional.

PT DEMONSTROU CONTRARIEDADE DE FORMA VISÍVEL

A reunião da Frente Popular, realizada nesta segunda-feira (22), foi palco de intensos debates e desabafos por parte de importantes figuras políticas do PT, como o senador Humberto Costa e o ex-pré-candidato a vice, Mozart Sales. O motivo central das discussões foi a recente confirmação de Victor Marques (PCdoB) como companheiro de chapa de João Campos (PSB) nas próximas eleições.

Humberto Costa, visivelmente contrariado, expressou seu descontentamento com a decisão final que, segundo ele, recaiu exclusivamente sobre os ombros do candidato socialista. O senador destacou que o PT possui uma presença forte e consolidada no Recife, o que, em sua visão, justificaria uma participação mais proeminente na composição da chapa majoritária. Costa mencionou o esforço contínuo de seu partido em buscar protagonismo na aliança com o PSB, um esforço que contou inclusive com a intervenção do presidente Lula. No entanto, ele reconheceu que, apesar das negociações e tentativas de convencimento, a palavra final foi a de João Campos.

O sentimento de frustração não impediu Humberto Costa de reafirmar o compromisso do PT com a campanha em curso. Ele enfatizou que, mesmo diante da decisão desfavorável, o partido seguirá firme no apoio à reeleição de João Campos, destacando a ausência de qualquer acordo ou promessa para as eleições de 2026. Para o senador, a prioridade é continuar a caminhada política, respeitando as diretrizes estabelecidas pelo PSB.

Mozart Sales, que ainda mantinha a esperança de ser escolhido como vice, tomou a difícil decisão de pedir exoneração do cargo que ocupava no Governo Federal, dentro do prazo legal, para estar disponível caso fosse o escolhido. Diante da definição de Victor Marques, Sales delineou seus próximos passos na esfera política local. Ele planeja atuar junto ao diretório municipal do PT, oferecendo suporte aos pré-candidatos a vereador e coletando propostas que possam fortalecer o partido nas próximas eleições.

Ao ser questionado sobre a escolha de Victor Marques, Mozart Sales adotou uma postura conciliatória. Ele destacou a importância da unidade entre os partidos a nível nacional, reconhecendo que a decisão foi tomada em prol dessa coesão. Sales salientou que o diretório municipal do PT já havia se pronunciado

COMPATIBILIDADE ENTRE HISTÓRIA DE DELEGADO ERICK LESSA E DE ZÉ QUEIROZ GERA CONTROVÉRSIAS EM CARUARU

No cenário político de Caruaru, a união entre Erick Lessa, do Republicanos, e Zé Queiroz, do PDT, gerou uma mistura de celebração e perplexidade entre os aliados do prefeito Rodrigo Pinheiro, do PSDB. A consolidação dessa aliança é vista por muitos como uma jogada estratégica que pode redefinir o rumo das eleições municipais, mas também levanta questões sobre a compatibilidade entre os dois projetos políticos.

Rodrigo Pinheiro, que tem consolidado seu espaço na política local com um perfil moderado e de centro-direita, vê nessa aliança um potencial fortalecimento de sua base de apoio. A união entre Lessa e Queiroz promete agregar forças e recursos, além de promover um discurso de união em prol do desenvolvimento de Caruaru. No entanto, para o eleitorado, a junção de dois candidatos com perfis tão distintos não é um movimento fácil de digerir.

Erick Lessa, conhecido por sua atuação firme na segurança pública e com uma base eleitoral que tende a se alinhar com pautas bolsonaristas, traz para a mesa um eleitorado conservador, que prioriza valores tradicionais e uma postura rígida no combate ao crime. Por outro lado, Zé Queiroz, com uma trajetória de longa data no PDT, é associado a políticas progressistas e ao apoio do Partido dos Trabalhadores (PT). A colaboração entre esses dois candidatos, portanto, exige um delicado equilíbrio para não alienar os eleitores de cada um.

Segundo fontes próximas à campanha de Lessa, a principal preocupação é a percepção do eleitorado bolsonarista sobre essa aliança. Há um temor de que a junção com um projeto apoiado por petistas possa ser vista como uma traição aos princípios que sustentam sua base. Esta percepção pode se traduzir em um desafio significativo para a campanha, exigindo uma comunicação eficaz que consiga explicar os benefícios dessa união sem diluir a identidade de cada candidato.

Por outro lado, os aliados de Zé Queiroz festejam a aliança como um passo importante para fortalecer a oposição a Rodrigo Pinheiro. A inclusão de Lessa no projeto é vista como uma ampliação necessária para alcançar uma vitória eleitoral, trazendo um discurso de união e colaboração em tempos de polarização política. Para Queiroz, a união representa uma oportunidade de capitalizar sobre a base sólida de Lessa na segurança pública, área frequentemente destacada como uma das prioridades dos eleitores de Caruaru.

A consolidação da aliança entre Erick Lessa e Zé Queiroz traz à tona um cenário político dinâmico e complexo, onde a convergência de diferentes ideologias e bases eleitorais precisa ser manejada com cuidado. A capacidade de ambos os candidatos em trabalhar juntos e convencer o eleitorado de que essa união é benéfica para Caruaru será crucial nos próximos meses, à medida que a campanha avança e as eleições se aproximam.

A DECISÃO DE ONTEM, RECONFIGURA POSIÇÃO DO PT EM PERNAMBUCO

O cenário político em Pernambuco está passando por uma reconfiguração significativa, refletida nos recentes movimentos do Partido dos Trabalhadores (PT) em direção à base da governadora Raquel Lyra, do PSDB. Apesar de um discurso público que enfatiza a unidade, o PT parece estar avançando rapidamente para integrar a administração tucana. Este movimento está sendo capitaneado por membros do partido que se mostram insatisfeitos com a aliança atual com o PSB, criando uma dinâmica intrigante na política estadual.

A possível aliança com Raquel Lyra não implica, contudo, em um rompimento completo com a gestão do PSB. A estratégia dos petistas é manter uma presença política diversificada no estado, permitindo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a possibilidade de ter mais de um palanque em Pernambuco. Este cálculo político visa ampliar a base de apoio de Lula no estado, mesmo que isso signifique apoiar mais de uma liderança local. Essa abordagem pluralista pode fortalecer a posição do PT nas próximas eleições, diversificando suas alianças e ampliando sua influência.

Entretanto, nem todos os membros do PT estão saindo beneficiados com estas mudanças. O senador Humberto Costa, uma das figuras mais proeminentes do partido no estado, parece ser o maior prejudicado com a escolha do vice-prefeito da Frente Popular do Recife. Esta escolha pode ter minado suas chances de manter um mandato eletivo, colocando-o em uma posição política delicada. Humberto Costa, que tem uma longa trajetória de liderança e influência dentro do PT, agora enfrenta a perspectiva de se tornar um crítico vocal da atual administração socialista, criando possíveis fricções dentro da Frente Popular.

A situação de Humberto Costa ilustra bem as complexidades e os desafios das alianças políticas no estado. Sua insatisfação pode levar a uma postura mais combativa, tornando-o um obstáculo significativo para os socialistas. A escolha de um novo vice-prefeito, que aparentemente não contou com sua aprovação ou apoio, representa uma quebra na tradicional unidade dentro da Frente Popular do Recife, revelando fissuras internas que podem se expandir nos próximos meses.

Neste panorama, a política pernambucana se mostra mais dinâmica e imprevisível do que nunca. Os movimentos estratégicos do PT, as insatisfações internas e a necessidade de manter múltiplos palanques para o presidente Lula indicam que o estado será um campo de batalhas políticas intensas. Raquel Lyra, por sua vez, se beneficia ao atrair o apoio de uma parcela significativa do PT, fortalecendo sua posição e ampliando sua base de sustentação. A habilidade de navegar essas águas turbulentas será crucial para todos os atores envolvidos, que buscam não apenas sobreviver, mas também prosperar politicamente no cenário multifacetado de Pernambuco.

PREFEITA DE BEZERROS NÃO USARÁ FOGOS COM ESTAMPIDO EM SUA CAMPANHA A REELEIÇÃO

Em um movimento que reflete uma crescente conscientização sobre o impacto dos fogos de artifício com estampido em comunidades vulneráveis, Lucielle Laurentino (UB), pré-candidata à prefeitura de Bezerros, anunciou recentemente que sua pré-campanha e campanha eleitoral não utilizarão fogos de artifício com estampido. Essa decisão foi tomada com o objetivo de proteger pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), crianças, idosos e animais, que são particularmente sensíveis ao ruído intenso desses dispositivos.

A decisão de Laurentino é uma resposta a um problema cada vez mais reconhecido e debatido. O barulho intenso e repentino dos fogos de artifício pode desencadear reações extremas em indivíduos com TEA, levando a crises de ansiedade e desorientação. Crianças pequenas e idosos também podem experimentar desconforto significativo, com os idosos sendo particularmente suscetíveis a problemas cardíacos agravados pelo susto e estresse. Além disso, os animais, especialmente cães e gatos, frequentemente entram em pânico, resultando em comportamentos perigosos, como fuga ou automutilação.

O uso de fogos de artifício com estampido durante eventos festivos e campanhas políticas é uma tradição enraizada em muitas regiões do Brasil. No entanto, a conscientização sobre os danos colaterais causados por essa prática tem levado a uma revisão crítica de sua necessidade e impacto. Em várias cidades, movimentos e legislações têm surgido para restringir ou até mesmo proibir o uso de fogos com estampido. A decisão de Laurentino se alinha a essa tendência, demonstrando uma sensibilidade às necessidades de uma parte significativa da população que muitas vezes é negligenciada em práticas comuns de celebração e marketing político.

A medida adotada pela pré-candidata de Bezerros envia uma mensagem poderosa sobre empatia e inclusão. Ao optar por uma campanha mais silenciosa, Laurentino não apenas protege aqueles diretamente afetados pelos fogos de artifício, mas também promove um ambiente de maior respeito e consideração dentro da comunidade. Sua abordagem pode servir como um exemplo para outros candidatos e organizadores de eventos, incentivando a adoção de práticas que considerem o bem-estar de todos os membros da sociedade, incluindo os mais vulneráveis.

A ausência de fogos de artifício com estampido durante a campanha de Laurentino não significa uma campanha menos vibrante ou impactante. Pelo contrário, essa decisão abre espaço para formas alternativas de celebração e engajamento com o público, que podem ser igualmente festivas e muito mais inclusivas. O uso de fogos de artifício silenciosos, por exemplo, é uma opção que tem ganhado popularidade, proporcionando os efeitos visuais espetaculares sem o impacto negativo do ruído. Além disso, o investimento em outras formas de comunicação e celebração, como shows de luzes, música e eventos comunitários, pode criar uma atmosfera de alegria e engajamento sem causar desconforto ou perigo.

A decisão de Laurentino representa um passo importante em direção a campanhas políticas mais conscientes e inclusivas, sinalizando uma mudança cultural significativa. Ao priorizar o bem-estar de pessoas com TEA, crianças, idosos e animais, ela coloca a empatia e a responsabilidade social no centro de sua plataforma política. Este exemplo de liderança compassiva pode inspirar outras cidades e candidatos a seguir o mesmo caminho, promovendo um ambiente mais acolhedor e respeitoso para todos.