segunda-feira, 14 de julho de 2025

MORTE DE JOVEM DURANTE BLITZ EM JABOATÃO GERA CONTESTAÇÃO E INVESTIGAÇÃO SOBRE AÇÃO POLICIAL

Na noite da última sexta-feira (11), uma abordagem da Polícia Militar de Pernambuco terminou com a morte de Lucas Brendo, de 29 anos, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. O episódio ocorreu na movimentada Estrada da Batalha, no bairro de Prazeres, durante uma operação do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), e está sendo investigado pela Polícia Civil como “morte decorrente de intervenção de agente do Estado”. Segundo informações do boletim de ocorrência, o veículo onde Lucas estava com outros três homens teria desobedecido à ordem de parada emitida pelos policiais e tentado romper o bloqueio. A corporação afirma que os ocupantes reagiram atirando e que houve troca de tiros. Ainda conforme o relato oficial, durante a perseguição, o carro bateu em outro veículo estacionado, e dois homens fugiram, mas foram capturados. Lucas e outro passageiro, encontrados feridos no banco traseiro, foram socorridos à UPA da Imbiribeira. Lucas não resistiu aos ferimentos. O outro, baleado, segue internado no Hospital da Restauração sob custódia policial. Os outros dois ocupantes do carro foram detidos após atendimento médico e levados à delegacia. A Polícia Militar afirma ter encontrado duas armas de fogo, uma arma de gel e munições no interior do automóvel. No entanto, a versão apresentada pela PM é duramente contestada por familiares e amigos de Lucas, que utilizam as redes sociais para denunciar o que consideram mais um caso de violência policial. De acordo com os relatos, Lucas não portava arma e não teria participado de qualquer ação contra os policiais. A família sustenta que ele foi vítima de abordagem violenta, com o uso desproporcional da força por parte dos agentes. A situação tem mobilizado a Defensoria Pública e entidades de direitos humanos, que acompanham de perto os desdobramentos do caso e pressionam por uma apuração rigorosa. A Polícia Civil reforçou que os laudos periciais, os exames balísticos e os depoimentos dos envolvidos serão cruciais para entender a real dinâmica do confronto. Enquanto a investigação avança, cresce a cobrança por transparência e justiça, em um cenário onde o uso da força por agentes do Estado segue em pauta e acende debates sobre o protocolo adotado nas abordagens em comunidades urbanas de Pernambuco.

EDUARDO BOLSONARO DIZ QUE NÃO VOLTA AO BRASIL E ADMITE ABRIR MÃO DO MANDATO PARA FUGIR DE ALEXANDRE DE MORAES

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) surpreendeu o cenário político ao afirmar, em entrevista publicada nesta segunda-feira (14) pelo jornal O Estado de S. Paulo, que não pretende retornar ao Brasil no momento e que está disposto a abrir mão do próprio mandato parlamentar. Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo está atualmente nos Estados Unidos e indicou que sua permanência no exterior está condicionada ao atual contexto político e jurídico do país, especialmente à atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem ele atribui o que chama de “clima de perseguição judicial”. A fala ocorre justamente na reta final de sua licença da Câmara dos Deputados, cujo prazo se encerra nos próximos dias, o que levanta questionamentos sobre a vacância do cargo e seus desdobramentos.

Na entrevista, Eduardo declarou que não se sente seguro para regressar ao país enquanto, segundo suas palavras, “Alexandre de Moraes tiver força para me prender”. Ele afirma que sua decisão é uma forma de sacrifício pessoal, justificando a permanência nos Estados Unidos como uma missão em defesa daquilo que considera ser a liberdade ameaçada no Brasil. “Por ora, eu não volto. A minha data para voltar é quando Alexandre de Moraes não tiver mais força para me prender”, reforçou o deputado, que já atuou como uma das vozes mais influentes da direita no Congresso Nacional. Para ele, o ambiente jurídico atual representa uma ameaça direta a sua liberdade e ao exercício parlamentar, tornando insustentável a volta ao país.

Eduardo Bolsonaro também declarou que está disposto a enfrentar as consequências de sua escolha, inclusive a perda de seu mandato. “Se for o caso de perder o mandato, vou perder o mandato e continuar aqui”, afirmou. Para ele, a atuação política que vem desenvolvendo nos Estados Unidos, embora não institucional, teria, segundo diz, um alcance maior do que o que poderia ser exercido dentro do Parlamento brasileiro. A declaração chama a atenção por evidenciar uma postura de ruptura com as normas convencionais do sistema democrático brasileiro, ao passo que reforça a narrativa de suposta perseguição contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante a entrevista, o deputado também pontuou que sua influência política já não depende mais do mandato. Ele sustenta que o diploma parlamentar deixou de ser essencial para que ele possa abrir portas no exterior, especialmente nos círculos de direita e conservadorismo internacional. “Eu não preciso mais de um diploma de deputado federal para abrir portas e os acessos que tenho aqui”, disse, referindo-se às articulações que realiza nos Estados Unidos com instituições, lideranças conservadoras e think tanks de direita. Essa declaração acentua a percepção de que Eduardo busca consolidar um papel de liderança ideológica internacional, mesmo afastado fisicamente e institucionalmente do Brasil.

A posição de Eduardo Bolsonaro ocorre em meio a um cenário de crescente tensão entre figuras da extrema direita brasileira e o Supremo Tribunal Federal, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, que tem conduzido investigações sensíveis envolvendo o entorno bolsonarista. A fala do deputado fortalece o discurso de enfrentamento ao STF, ao mesmo tempo em que coloca em xeque os limites do mandato parlamentar frente às responsabilidades legais e constitucionais. Com a possibilidade de não retorno e consequente perda de mandato, a Câmara dos Deputados poderá em breve ser provocada a se posicionar oficialmente sobre a situação, o que pode gerar uma nova crise institucional entre os Poderes da República.

NOVA CLÍNICA ACADÊMICA DA AFYA É INAUGURADA EM GARANHUNS E PROMETE REVOLUCIONAR O ATENDIMENTO PELO SUS NA REGIÃO

A partir de amanhã, terça-feira, 15 de julho, a população de Garanhuns e de municípios vizinhos do Agreste Meridional de Pernambuco contará com um novo e importante reforço na área da saúde pública. Será inaugurada oficialmente, às 16h, a nova Clínica Acadêmica da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Garanhuns, um ambulatório moderno voltado para atendimentos especializados gratuitos, com foco em ampliar o acesso da população aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Com capacidade para realizar até 900 atendimentos por semana, a estrutura nasce como um instrumento direto de redução das filas de espera por consultas e exames especializados na região.

Fruto de um investimento de mais de R$ 4 milhões, a nova unidade começa a funcionar no dia 28 de julho, mas a solenidade de inauguração reunirá autoridades locais, estaduais, profissionais da saúde e lideranças acadêmicas já nesta terça. O espaço conta com 27 médicos supervisores e 221 estudantes da Afya atuando em campo, além de uma estrutura física de ponta, com consultórios equipados, duas salas para pequenas cirurgias, sala exclusiva para otorrinolaringologia, exames de imagem e uma central de esterilização de última geração.

As especialidades contempladas nesta nova fase incluem cardiologia, geriatria, reumatologia, hematologia, mastologia, otorrinolaringologia e procedimentos ambulatoriais, tudo com acesso gratuito via regulação do SUS, em parceria com a V GERES. Segundo a diretora da Afya Garanhuns, Adriene Pereira, o objetivo é unir excelência acadêmica com compromisso social. “É um momento histórico para Garanhuns. Essa clínica representa o cuidado com as pessoas e, ao mesmo tempo, um grande avanço na formação médica de qualidade, voltada às reais necessidades da nossa população”, destaca.

A nova Clínica Acadêmica funcionará de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, somando esforços à atual Clínica-Escola, que segue em funcionamento no primeiro andar do Centro Médico do Agreste Meridional (CEMEPP). Nessa unidade já são oferecidas consultas em áreas como pediatria, psiquiatria, ortopedia, dermatologia, gastroenterologia, pneumologia, obstetrícia, infectologia, coloproctologia e colposcopia, além de exames como ultrassonografia — também todos mediante regulação.

A Afya, responsável pela iniciativa, é reconhecida como o maior hub de educação e tecnologia para a prática médica do Brasil, com presença nacional em todas as regiões e protagonismo na formação de profissionais da saúde. No Agreste pernambucano, a chegada da nova clínica reforça não apenas a atuação da instituição como polo de excelência acadêmica, mas reafirma seu papel como agente ativo no fortalecimento da saúde pública regional, aproximando ensino, inovação e compromisso social em benefício direto da população.

GILSON MACHADO FILHO REBATE ANDERSON FERREIRA E DEFENDE UNIDADE DA DIREITA EM PERNAMBUCO: "NÃO HÁ ESPAÇO PARA FOGO AMIGO"

O vereador do Recife e presidente do PL Jovem, Gilson Machado Filho, emitiu um duro e emotivo pronunciamento nesta segunda-feira em defesa de seu pai, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto, e contra declarações do presidente estadual do PL, Anderson Ferreira. O posicionamento ocorre em um momento em que o ex-ministro enfrenta dificuldades pessoais e políticas, após ter sido preso preventivamente em uma operação da PF, fato que tem gerado ampla repercussão no meio político pernambucano.

Em sua declaração, Gilson Filho demonstrou indignação e surpresa com o silêncio e a falta de solidariedade por parte da direção estadual do partido. “Desde a prisão de meu pai, o presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, não entrou em contato para oferecer sequer um gesto de apoio”, afirmou o vereador. Ele classificou como “tristes” e “infundadas” as críticas públicas feitas por Anderson e reforçou que, num momento de adversidade, era esperado um gesto de união dentro do partido.

O vereador sublinhou que seu pai sempre buscou preservar a coesão da legenda e manter uma postura conciliadora, mesmo diante de disputas internas. “Gilson Machado sempre defendeu a unidade dentro do partido e tem buscado a paz, como demonstrado em diversas entrevistas”, frisou. Gilson Filho também recordou que o ex-presidente Jair Bolsonaro, líder máximo do PL, já declarou que seu pai representa o bolsonarismo em Pernambuco — uma afirmação que, para ele, confirma a legitimidade de sua liderança regional.

O epicentro da polêmica está nas discussões internas sobre a formação da chapa para o Senado em 2026. O vereador reafirmou que o PL dispõe de duas vagas para candidaturas ao Senado e que a existência de mais de um nome pleiteando o posto não deveria ser motivo de conflito. “Não há problema algum em haver mais de um nome disputando esse espaço. O que devemos fazer é trabalhar juntos para que a direita se fortaleça, em vez de nos atacarmos internamente”, pontuou.

Gilson Filho fez questão de contextualizar seu apelo dentro do cenário político nacional, marcado por denúncias de perseguição contra líderes da direita. Citou os casos de Nikolas Ferreira, Eduardo Bolsonaro e até do próprio ex-presidente Bolsonaro como exemplos de figuras que vêm sendo alvo de investidas que, segundo ele, têm motivação ideológica. “Precisamos da união e não de ‘fogo amigo’ que só enfraquece essa nossa luta”, alertou.

O vereador também rebateu o que considera uma tentativa de silenciamento e deslegitimação por parte da liderança estadual da sigla. Sem citar diretamente o conteúdo das declarações de Anderson Ferreira, Gilson Filho sugeriu que os ataques partem de disputas de espaço e que poderiam ser resolvidas com diálogo e maturidade política. “As diferenças internas não podem superar o que realmente importa, que é a defesa dos princípios que nos unem.”

Encerrando sua manifestação, Gilson Filho reafirmou seu compromisso e o de seu pai com o fortalecimento da direita em Pernambuco e com um projeto político voltado para o desenvolvimento do estado. “Queremos paz, unidade e um projeto que beneficie Pernambuco e a direita em nosso estado. Esperamos que, em vez de críticas gratuitas, possamos contar com a colaboração e o respeito mútuo para avançarmos juntos.”

A manifestação de Gilson Machado Filho joga luz sobre as fissuras dentro do Partido Liberal em Pernambuco, especialmente no momento em que a legenda precisa consolidar nomes e alianças para a disputa eleitoral de 2026. O posicionamento também evidencia a tensão entre diferentes alas do bolsonarismo local, que, apesar de compartilharem pautas ideológicas semelhantes, disputam protagonismo e controle das estruturas partidárias no estado.

JUNTOS PELA SEGURANÇA: EM AÇÃO INÉDITA, GOVERNO DE PERNAMBUCO E ONU FIRMAM COMPROMISSO COM MUNICÍPIOS PARA PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA

A governadora Raquel Lyra assinou, ao lado da vice-governadora Priscila Krause, gestores municipais e representantes da Organização das Nações Unidas (ONU), a Carta Compromisso “Construindo Planos de Prevenção”, que formalizou a união entre o Governo de Pernambuco e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) para o fortalecimento das ações de combate à violência em 10 municípios do Estado. A assinatura ocorreu na noite desta segunda-feira (14), durante a reunião semanal de monitoramento do programa Juntos pela Segurança, na Secretaria de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional (Seplag), no Recife.

“Estamos redesenhando de verdade políticas públicas que chegam na ponta e que fazem diferença para quem vive nas cidades. Construir junto com os municípios um trabalho de prevenção à violência é o que nos permite dar um passo à frente para mantermos, de maneira sustentada, a redução da criminalidade no nosso Estado. Estamos fazendo tudo aquilo que está ao nosso alcance para garantir o combate à criminalidade de maneira inteligente e eficiente”, afirmou a governadora Raquel Lyra. 

Coordenado pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção à Violência (SJDH), por meio do programa Juntos pela Segurança, o projeto terá como ponto de partida 10 municípios pernambucanos, número que será ampliado para 42 cidades até o fim de 2025, com base em indicadores sociais e níveis de vulnerabilidade. Serão contempladas nesta etapa do projeto as cidades de Aliança, Vicência, Igarassu, Olinda, Moreno, Ipojuca, Palmares, Caruaru, Bezerros e São José da Coroa Grande.

"Neste primeiro momento, estamos trabalhando com o escritório da ONU, oferecendo essa assistência técnica aos municípios com foco em planejamento. Os planos surgem com essa perspectiva, alinhando o que o poder público estadual e os municípios têm a oferecer em prol da população, ouvindo também a sociedade civil", ressaltou Joanna Figueirêdo, secretária estadual de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção à Violência.

A secretária executiva de Articulação e Prevenção Social ao Crime e à Violência, Camilla Iumatti, que conduz a articulação com os municípios, destacou o ineditismo da ação. “Para que possamos, de fato, reduzir a criminalidade no Estado, é fundamental investir em ações de prevenção, descentralizando essas iniciativas e as levando também para o interior, tornando os municípios protagonistas e principais atores desse processo, pois cada território tem sua própria realidade”, explicou. 

A partir da formalização da parceria, o UNODC será responsável por fornecer assessoria técnica especializada, realizar oficinas nos municípios, levantar dados e apoiar diretamente a construção dos planos municipais de prevenção. “Pela primeira vez, estamos construindo uma coalizão para desenvolver uma agenda municipal de prevenção ao crime e à violência. Esperamos que os resultados sejam duradouros, com soluções de curto, médio e longo prazo, e com uma lógica de corresponsabilização”, destacou Rafael Sales, analista de Monitoramento e Avaliação do UNODC.

Presente na cerimônia, a prefeita de Igarassu, Professora Elcione, reforçou a importância da iniciativa. "Esse plano cai como uma luva neste momento, porque nós já trabalhamos nas escolas a questão da prevenção, mas é preciso muito mais mãos e ações para vencer esse desafio”, disse. 

Também assinaram o documento a prefeita de Bezerros, Lucielle Laurentino; os vice-prefeitos Chiquinho (Olinda), Dayse Silva (Caruaru) e Neto (Palmares); o diretor de Segurança Pública e Mobilidade de Aliança, Everaldo Silva; o secretário de Administração e Defesa Social de Moreno, José Erigerson Negromonte de Barros; e o secretário de Defesa Social de Ipojuca, Wambergson Vieira Melo. 
NOVAS UNIDADES DO CORPO DE BOMBEIROS - Outro tema abordado na reunião de monitoramento do Juntos pela Segurança desta segunda foi o lançamento, no último sábado (12), de editais de licitação para a construção de duas novas unidades do Corpo de Bombeiros Militar no Estado. Os equipamentos serão implantados em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, e em Bezerros, no Agreste, com investimentos que somam mais de R$ 15 milhões.

Lucielle Laurentino destacou a importância da chegada do equipamento para a segurança de Bezerros e região. “Estamos imensamente gratos ao Governo do Estado pela parceria, sobretudo, na força-tarefa voltada ao Juntos pela Segurança. A nova sede do Corpo de Bombeiros será mais estruturada, para garantir uma atuação ainda mais ampla da corporação”, pontuou. 

O encontro também contou com a presença dos secretários Alessandro Carvalho (Defesa Social) Paulo Paes (Administração Penitenciária e Ressocialização), Juliana Gouveia (Mulher), Fabrício Marques (Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional), João Salles (Assessoria Especial à Governadora e Relações Internacionais), além do procurador-geral de Justiça do MPPE, José Paulo Xavier; do desembargador do TJPE, Mauro Alencar; do chefe da Polícia Civil, Renato Leite; do secretário-executivo de Defesa Civil, Clóvis Ramalho; e do comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Francisco Cantarelli.

Fotos: Hesíodo Góes/Secom

CIMBRES AFUNDA NO ABANDONO ENQUANTO PREFEITO VENDE TURISMO DE FÉ QUE NÃO EXISTE

A Vila de Cimbres, em Pesqueira, agreste pernambucano, conhecida nacionalmente por ser palco da suposta aparição de Nossa Senhora em 1936, atravessa um dos períodos mais sombrios de sua história recente. O local, reverenciado por fiéis e apontado por religiosos como um território sagrado, vive hoje o completo abandono por parte do poder público. No dia dedicado à padroeira, Nossa Senhora de Cimbres — a data mais importante para a comunidade local — o que se viu não foi celebração, mas o retrato cru de um povo esquecido: ruas esburacadas, poeira, lama e moradores tentando, com as próprias mãos, tapar os buracos da principal via de acesso para evitar acidentes.

As imagens que circulam nas redes sociais e foram enviadas por próprios aliados do prefeito, cacique Marcos, expõem a dura realidade. Pessoas que se declaram eleitoras fiéis do gestor aparecem utilizando enxadas, baldes e barro para tentar amenizar os efeitos da buraqueira. Os relatos apontam que veículos pequenos mal conseguem trafegar, e idosos têm dificuldade até para caminhar em segurança. Mesmo assim, o cacique Marcos, chefe do Executivo local, se encontra em agendas políticas e de feiras turisticas distantes — São Paulo, Brasília, Recife e outros destinos — onde se apresenta como líder de uma gestão modelo e vendedora de um turismo religioso que só existe no discurso oficial.

Em contraste com esse marketing institucional, Cimbres agoniza. A vila, que deveria ser referência de turismo de fé e religiosidade, transformou-se em ruínas. O acesso à vila está comprometido, a infraestrutura básica inexistente, e os moradores vivem mergulhados em condições de miséria. O sentimento de revolta é visível nos vídeos e nos áudios enviados por moradores: muitos deles dizem que já não acreditam mais em promessas e que só são lembrados no período eleitoral, quando seus votos voltam a ser disputados com migalhas e favores temporários. A realidade nua e crua se impõe aos visitantes: Cimbres, hoje, mais parece cenário de um faroeste abandonado do que um centro de peregrinação.

Mais grave ainda é o desperdício do potencial humano local. Artesãos, bordadeiras, agricultores e jovens com vocação artística e cultural vivem à margem, sem apoio, sem capacitação e sem estrutura para escoar sua produção. A cultura, o talento e a fé, que deveriam ser alicerces para o desenvolvimento da vila, estão sendo sufocados pela omissão do poder público. A romaria de Nossa Senhora de Cimbres, que atrai devotos de várias regiões, é mantida com sacrifício pelos próprios fiéis, sem nenhum investimento sistemático do município.

Cimbres já teve dias melhores. Já foi símbolo de esperança, lugar de encontros místicos e religiosos, ponto de acolhimento espiritual. Hoje, tornou-se símbolo da falência de um projeto de cidade que prometeu colocar Pesqueira no mapa do turismo nacional, mas que só se sustenta à base de discursos. O que se vê, ano após ano, é o distanciamento crescente entre a propaganda e a realidade, entre o que se vende fora e o que se abandona dentro. E no meio de tudo isso, está o povo de Cimbres, tentando sobreviver, rezando por dias melhores, e tapando buracos — literalmente — para que a fé não seja atropelada pelo descaso. É isso!

PACTO ENTRE FACÇÕES CRIA “CONSÓRCIO DO CRIME” QUE MOVIMENTA R$ 250 MILHÕES

A facção carioca Comando Vermelho (CV) e a paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) são rivais há mais de uma década, no entanto, diligências das forças de segurança têm revelado movimentações de aliança entre elas, com mais frequência na Bahia.

As facções têm todo um processo de divisão do que realizam para adquirir ganhos e fomentar a economia do crime. Com base nisso, ou elas dividem territórios ou atuam sob consenso. Isso inclui internet, distribuição de gás, água e cargas”, analisou o especialista em segurança pública Leonardo Sant’Anna à coluna de Mirelle Pinheiro do portal Metrópoles. 
No início deste mês, a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) deflagrou a Operação Bella Ciao para desarticular um consórcio criminoso responsável pelo tráfico interestadual de drogas e armas que abasteciam o Complexo do Alemão, na Zona Norte da capital fluminense, e movimentou mais de R$ 250 milhões em atividades ilícitas nos últimos anos. Dois alvos foram presos na operação: um em Taubaté, no interior de São Paulo, e outro no Rio de Janeiro.

Trégua Histórica

No mês de fevereiro deste ano, uma articulação levou a uma trégua histórica entre o PCC e o CV.  As facções criminosas se uniram para tentar pressionar o governo a flexibilizar as regras do Sistema Penitenciário Federal (SPF), onde seus principais líderes estão encarcerados com rígidas restrições. No entanto, a trégua durou apenas dois meses.

A segurança pública tem sido ameaçada principalmente porque não se encontra uma solução menos burocrática para investimentos. Falta celeridade para que o Estado consiga alcançar a velocidade das facções criminosas; elas não têm burocracia, não têm que pedir permissão e fazer licitação para compra de armamento, não têm que pedir autorização para entrada e saída do que elas comercializam dentro dos territórios”, concluiu o especialista.

MEMBRO DE FACÇÃO COLIDE VEÍCULO DURANTE FUGA DA POLÍCIA E ACABA FLAGRADO COM ARSENAL DE ARMAS

Um homem, de 31 anos, foi preso na noite deste domingo (13) após ser flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) transportando um arsenal de armas. Dentre os materias apreendidos estão quatro pistolas, um revólver, 16 carregadores de munição e 2.405 munições.

O suspeito, que chegou a trocar tiros com as guarnições, foi detido no município de Alhandra, litoral sul da Paraíba. "Ao ser dada a ordem de parada, o condutor desobedeceu e iniciou uma fuga em alta velocidade, realizando manobra proibida e dirigindo na contramão, forçando outros veículos a desviarem para o acostamento. Em determinado momento, o indivíduo perdeu o controle do veículo e colidiu no acostamento. Ao descer do veículo, efetuou dois disparos contra a equipe da PRF", disse a instituição.

Ainda de acordo com a PRF, ele chegou a fugir por uma área de mata, mas foi alcançado após buscas. "Ao ser questionado sobre o que transportava, o homem, que afirmou ser aliado de facção criminosa do Rio Grande do Norte-RN, revelou estar realizando o transporte de diversas armas de fogo e munições da capital do Rio Grande do Norte, Natal, para Caaporã, litoral sul paraibano", completou a PRF.

Durante a busca veicular, os policiais encontraram 1.762 munições de calibre 9mm, 473 de calibre .40, 70 de calibre .357, 50 de calibre .38 e 50 de calibre .45, além de 4 pistolas 9mm, 1 revólver calibre .357, 1 coronha de fuzil, 12 carregadores de 9mm, 4 carregadores de fuzil .556, 2 placas balísticas de proteção, 1 capa tática e 1 bandoleira