quinta-feira, 7 de agosto de 2025

SIVALDO TEM GESTÃO AVALIZADA E RECEBE APROVAÇÃO UNÂNIME DA CÂMARA DE GARANHUNS

A Câmara Municipal de Garanhuns viveu um dos seus momentos mais simbólicos ao aprovar, de forma unânime, as contas do prefeito Sivaldo Albino referentes aos anos de 2021 e 2022. A votação contou com os 17 vereadores presentes, que referendaram o parecer favorável emitido pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, após análise técnica minuciosa da Comissão de Finanças e Orçamento da própria Casa Legislativa. O resultado não apenas legitima a execução orçamentária do município durante os dois primeiros anos da atual gestão, como também representa um indicativo claro de estabilidade política e de respaldo institucional a um governo que assumiu o comando em meio a uma crise sanitária mundial. O presidente da Câmara, vereador Johny Albino, destacou que a aprovação foi embasada em relatórios técnicos, auditorias detalhadas e no cumprimento rigoroso da legislação fiscal, o que conferiu segurança aos parlamentares para deliberar com convicção.

O líder do governo na Câmara, vereador Matheus Martins, interpretou o resultado como um reconhecimento público do esforço coletivo empreendido pela equipe da Prefeitura. Para ele, o zelo com os recursos públicos e a transparência no uso do orçamento estão refletidos em obras, programas e melhorias implantadas no município, mesmo diante de adversidades que impactaram diretamente a arrecadação e os investimentos no período. Durante seu pronunciamento, o prefeito Sivaldo Albino relembrou o contexto desafiador vivido nos primeiros meses da gestão, com reflexos da pandemia ainda visíveis na saúde, na economia e na educação. Segundo ele, mesmo com todas as dificuldades, foi possível estruturar políticas públicas eficientes, recuperar escolas, avançar em mobilidade urbana e iniciar transformações significativas em setores estratégicos.

A condução responsável dos recursos, aliada ao trabalho técnico das equipes de planejamento, contabilidade e controle interno, permitiu que a gestão atendesse com precisão aos critérios estabelecidos pelo TCE-PE, o que fortaleceu a imagem do governo municipal perante os órgãos de controle e a própria população. A aprovação das contas, nesse contexto, carrega um significado que transcende os números: evidencia a construção de um modelo de gestão que busca combinar rigor fiscal com entrega de resultados concretos. A harmonia entre Executivo e Legislativo foi demonstrada durante a sessão, que transcorreu com clima de consenso e reconhecimento ao esforço administrativo diante de um cenário de incertezas. Os dois exercícios analisados marcam, na avaliação dos parlamentares, o início de uma nova etapa de organização estrutural da cidade, na qual planejamento e responsabilidade foram essenciais para manter o equilíbrio das contas e garantir avanços visíveis à população. A transparência nos relatórios enviados ao TCE, o cumprimento dos limites legais com folha de pagamento e o investimento mínimo em áreas prioritárias como saúde e educação pesaram na análise técnica que respaldou a votação. O momento também foi interpretado como uma demonstração de maturidade institucional, consolidando a atuação de uma Câmara que se mostra atenta, fiscalizadora e comprometida com a legalidade.

LULA DA FONTE ENFRENTA TARIFAS DE TRUMP E DEFENDE PERNAMBUCO EM REUNIÃO COM EMBAIXADOR DOS EUA

Na capital federal, um encontro de peso político e diplomático marcou a agenda da Segunda Secretaria da Câmara dos Deputados. O deputado federal Lula da Fonte (PP-PE) recebeu o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, em uma reunião que simbolizou não apenas a retomada de um diálogo institucional com o governo norte-americano, mas também o reforço de temas de interesse direto para o estado de Pernambuco. A conversa aconteceu no gabinete da Segunda Secretaria, setor responsável pelas relações internacionais da Câmara, e reuniu autoridades de diferentes esferas, incluindo o deputado Eduardo da Fonte, presidente da Frente Parlamentar Brasil-EUA.

Em um momento de crescentes tensões comerciais, provocadas especialmente pelas novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump aos produtos brasileiros, o encontro serviu como espaço de interlocução estratégica. A diplomacia parlamentar, nesse contexto, ganhou protagonismo. Com tom respeitoso, mas direto, os parlamentares apresentaram preocupações específicas com os impactos dessas medidas sobre o agronegócio nordestino, setor duramente atingido por barreiras alfandegárias que encarecem e dificultam a exportação de alimentos para o mercado norte-americano.

Entre os pontos abordados, destacou-se a situação da fruticultura irrigada do Vale do São Francisco, onde uvas, mangas e outras frutas tropicais brasileiras ganham o mundo por meio de canais logísticos sofisticados, mas hoje enfrentam desvantagens comerciais diante das novas alíquotas. A cana-de-açúcar da Mata Norte pernambucana também foi tema da conversa, diante da pressão que o setor sucroenergético enfrenta com a elevação de custos e a redução de competitividade. Os deputados enfatizaram que o impacto não é apenas econômico, mas social, uma vez que milhares de empregos no interior de Pernambuco estão atrelados à exportação desses produtos.

A reunião foi descrita por Lula da Fonte como franca e produtiva, marcada por um esforço mútuo de construir pontes em meio às divergências comerciais. Segundo o parlamentar, o compromisso é seguir avançando nas relações bilaterais com base no respeito, clareza e propósito. O embaixador Escobar, por sua vez, ouviu atentamente as demandas e se comprometeu a encaminhar os pontos levantados aos canais competentes do governo americano. O diálogo, embora em nível legislativo, reflete a tentativa do Brasil de não perder espaços estratégicos em mercados históricos.

A presença de Eduardo da Fonte agregou peso político ao encontro, uma vez que a Frente Parlamentar Brasil-EUA tem atuado como canal permanente de aproximação entre os dois países em temas comerciais, ambientais e institucionais. A participação de outras autoridades reforçou a seriedade do encontro e evidenciou a transversalidade do tema, que ultrapassa barreiras partidárias ou ideológicas. Em Brasília, o gesto de abrir as portas da Câmara para o diálogo diplomático é visto como sinal de maturidade política e preocupação com o futuro de setores produtivos que sustentam a economia real do Nordeste.

Nesse contexto, Lula da Fonte se consolida como uma das vozes do Parlamento comprometidas com a defesa dos interesses regionais no cenário internacional. Sua atuação na Segunda Secretaria mostra que a política externa também pode — e deve — ter sotaque nordestino.

LÍDER DO PL DÁ RÉ, PEDE DESCULPAS E NEGA ACORDO COM PRESIDENTE DA CÂMARA

O clima político na Câmara dos Deputados voltou a ganhar contornos tensos nesta quinta-feira (7), quando o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), fez um gesto de recuo e pediu desculpas públicas ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), após um episódio turbulento envolvendo acusações, rumores de acordos e embates acalorados. Um dia depois de afirmar que havia um compromisso para pautar temas sensíveis, como o fim do foro privilegiado e a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, Sóstenes negou que tenha havido qualquer tipo de acerto formal entre a oposição e o presidente da Câmara. Em pronunciamento no plenário, o parlamentar admitiu que se excedeu na forma como conduziu a crise e declarou que a oposição não pressionou Motta, tampouco condicionou o fim da obstrução a qualquer pauta específica.

Ao se dirigir diretamente ao presidente da Câmara, Sóstenes assumiu a responsabilidade pelo acirramento dos ânimos e fez um apelo por reconciliação institucional. “Eu não fui correto e te peço perdão, presidente. Estávamos emocionalmente desestruturados. Esta Casa precisa de recondução. Peço desculpas a todos, se fui indelicado”, disse, visivelmente comedido. Ele também mencionou um episódio ocorrido durante as discussões, envolvendo um desentendimento físico entre uma deputada da esquerda e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), minimizando a possibilidade de representação contra a parlamentar, em nome de um apaziguamento dos ânimos. “Se depender do PL, não faremos representação”, assegurou.

Na véspera, o ambiente político havia ficado ainda mais tenso após uma reunião realizada no gabinete de Hugo Motta, com a presença de nomes de peso do centrão e da oposição. O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, participaram diretamente das tratativas. Após o encontro, Motta e os líderes partidários se dirigiram ao plenário para anunciar que os deputados que integravam a Mesa Diretora e haviam resistido à condução dos trabalhos haviam decidido ceder. A oposição, então, encerrou a obstrução que impedia as votações de avançar.

Ainda durante a quarta-feira, Sóstenes havia feito um pronunciamento afirmando que o presidente da Câmara teria se comprometido a pautar, na semana seguinte, o projeto que altera o foro privilegiado de autoridades, alegando que deputados e senadores estavam sendo alvo de “chantagens” por parte de ministros do Supremo Tribunal Federal. A fala causou forte repercussão no Legislativo, com reações diversas entre parlamentares e lideranças partidárias, o que obrigou o líder do PL a fazer o gesto de recuo nesta quinta.

Em meio à crise, ficou evidente a tentativa da oposição de emplacar pautas de interesse de sua base política, ao mesmo tempo em que o presidente Hugo Motta buscava manter o equilíbrio institucional da Câmara, diante de pressões crescentes de diversas alas partidárias. A interlocução direta com Lira e Marinho indica que o embate foi também uma disputa de forças internas, com o grupo bolsonarista pressionando para marcar posição diante da nova presidência da Casa. Ao recuar, Sóstenes tenta preservar pontes e amenizar o desgaste provocado por uma articulação que foi lida, por muitos, como precipitada.

TRAGÉDIA NA BR-104: COLISÃO ENTRE VAN ESCOLAR E CARRO DEIXA UM MORTO EM PANELAS

No início da noite desta quarta-feira, 6 de agosto, um grave acidente interrompeu a tranquilidade do município de Panelas, no Agreste de Pernambuco, e deixou em alerta autoridades e moradores da região. O fato ocorreu por volta das 18 horas, na altura do km 124 da BR-104, nas imediações da entrada do Sítio Jundiá, e envolveu uma van escolar que transportava estudantes da cidade de Quipapá e um carro de passeio. O cenário registrado pelas autoridades foi de destruição e forte comoção.

Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente aconteceu no momento em que o carro de passeio saía de uma estrada vicinal, tentando acessar a rodovia. Foi nesse instante que o veículo foi atingido pela van escolar, que trafegava pela BR-104. O impacto da colisão foi tão intenso que fez com que a van perdesse a estabilidade e capotasse. O carro, por sua vez, foi arremessado para fora da pista, ficando completamente destruído.


Dentro do carro estava o motorista José Miguel Avelino Filho, de 48 anos, morador do Sítio Lagoa Seca. Ele não resistiu à violência da colisão e faleceu ainda no local. Ao seu lado, uma mulher que viajava como passageira foi socorrida em estado delicado por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), sendo encaminhada a uma unidade hospitalar no município de Palmares. O nome e estado de saúde da vítima não foram divulgados.

Apesar da gravidade do acidente e do capotamento do veículo escolar, os estudantes que estavam na van escaparam ilesos, o que trouxe certo alívio em meio ao trágico episódio. O motorista da van, que não teve o nome revelado, foi submetido ao teste do bafômetro pela PRF, que não apontou ingestão de bebida alcoólica. O trabalho das autoridades no local foi imediato. Equipes da PRF, do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto de Medicina Legal (IML) realizaram os procedimentos periciais para apurar as causas do acidente.

O corpo de José Miguel foi removido e encaminhado ao IML de Caruaru, onde deverá passar por exames necroscópicos. A Polícia Civil ficará encarregada de conduzir a investigação, que buscará entender se houve falha humana, imprudência, problema mecânico ou má sinalização viária. Moradores da região, visivelmente abalados, relataram que o trecho onde ocorreu a colisão é conhecido por apresentar riscos frequentes, especialmente em horários de maior fluxo. O acidente gerou comoção também na cidade de Quipapá, onde os estudantes residem e onde a notícia se espalhou rapidamente.

A tragédia acende um alerta para a segurança nas estradas da região e para a urgência em revisar as condições de acesso de vias vicinais à BR-104, especialmente em trechos que carecem de sinalização eficiente. A vida interrompida de José Miguel e o susto vivido pelos estudantes ficam como retrato de uma realidade que exige atenção permanente das autoridades.


AMSTT INSTALA CÂMERAS NA LADEIRONA DO XV PARA CONTER TRÁFEGO IRREGULAR DE CAMINHÕES E REDUZIR ACIDENTES

A Autarquia Municipal de Segurança, Trânsito e Transportes (AMSTT) iniciou nesta quarta-feira (06) a instalação de câmeras de videomonitoramento na Rua Carmerinda Vieira de Melo, mais conhecida como “ladeirona do IBN”, com o objetivo de intensificar a fiscalização do tráfego de veículos de grande porte no local. A medida vem sendo adotada em resposta à circulação recorrente e irregular de caminhões e carretas que tanto sobem quanto descem pela via, desrespeitando a sinalização que proíbe esse tipo de tráfego. A rua, caracterizada por sua inclinação acentuada e curvas fechadas, não possui estrutura adequada para suportar o peso e as dimensões desses veículos, o que vem gerando riscos frequentes de acidentes, deslizamentos, perda de controle e danos ao asfalto.

Além das dificuldades enfrentadas durante a descida, como superaquecimento de freios e perda de tração, os veículos de grande porte também apresentam sérias limitações ao realizar subidas na ladeira. Em horários de maior movimento, as tentativas de subida acabam gerando lentidão, bloqueios temporários e até recuos perigosos, colocando em risco pedestres e outros motoristas. Há relatos de veículos pesados que, ao não conseguirem vencer a inclinação, precisaram parar no meio do trajeto e fazer manobras perigosas para retornar ou concluir a subida, agravando ainda mais a insegurança na região. A instalação das câmeras tem como meta não apenas coibir a descida indevida, mas também impedir a tentativa de subida desses veículos, o que historicamente tem gerado congestionamentos e ameaças à integridade das pessoas.

A presença de caminhões e carretas na ladeira vai contra normas já estabelecidas pela legislação de trânsito municipal, que classifica a via como inadequada para o tráfego de carga pesada. Segundo a AMSTT, as novas câmeras contarão com tecnologia de reconhecimento de placas, sensores de movimento e transmissão em tempo real, permitindo a identificação imediata dos veículos que violarem as regras. As imagens serão analisadas por agentes de trânsito a partir da central de monitoramento urbano, que funcionará em regime ininterrupto. As multas e penalidades poderão ser aplicadas automaticamente, com base nas imagens capturadas e cruzamento com dados do Detran.

A rua tem sido ponto constante de queixas por parte de moradores e comerciantes da região, que presenciam diariamente o risco iminente causado por esses veículos. Em certos horários, o fluxo de caminhões coincide com o trânsito escolar e o deslocamento de pedestres, agravando ainda mais o cenário de insegurança. Para realizar a instalação, equipes técnicas da AMSTT e engenheiros elétricos e civis realizaram um mapeamento estratégico dos pontos mais críticos da ladeira, priorizando curvas acentuadas, áreas de pouca visibilidade e zonas próximas a cruzamentos e entradas residenciais. As câmeras também poderão ser usadas em ações preventivas da Defesa Civil, caso haja necessidade de interdição da via por deslizamentos ou chuvas intensas.

Com essa intervenção, a AMSTT espera reverter um quadro de desobediência recorrente e restaurar a segurança do tráfego na Rua Carmerinda Vieira de Melo. A iniciativa faz parte de um plano mais amplo que prevê o uso da tecnologia como ferramenta central no controle do tráfego urbano, especialmente em áreas com histórico de irregularidades. O sistema instalado na “ladeirona do IBN” será um dos mais modernos do município, com cobertura integral da via e armazenamento de imagens em nuvem por tempo prolongado. Além da atuação fiscalizatória, o monitoramento contribuirá com dados estatísticos sobre o uso da via, auxiliando futuros estudos de engenharia de tráfego e tomada de decisões sobre a mobilidade urbana da cidade.

CLAUDIANO FILHO ARTICULA PROJETO DE PERENIZAÇÃO DO RIO IPANEMA PARA BENEFICIAR MAIS DE 5 MIL FAMÍLIAS NO AGRESTE

Em uma articulação que reafirma o compromisso com o desenvolvimento sustentável do Agreste Meridional, o deputado estadual Claudiano Filho esteve reunido com o secretário de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, Cícero Morais, para discutir um projeto estratégico que promete transformar a realidade hídrica da região: a perenização do Rio Ipanema. Conhecido por sua importância histórica e econômica para as comunidades do semiárido pernambucano, o rio atravessa um território marcado por longos períodos de estiagem, afetando diretamente a qualidade de vida das populações rurais e o desempenho da agricultura familiar, especialmente nas atividades relacionadas à produção de leite. A proposta em análise prevê a construção de 42 pequenas barragens com estrutura maciça ao longo do leito do rio e em áreas da sua bacia hidrográfica, beneficiando diretamente os municípios de Águas Belas, Itaíba, Buíque, Pedra, Venturosa, Alagoinha e Pesqueira. Claudiano Filho, que representa politicamente boa parte das cidades envolvidas, destacou a relevância da iniciativa ao afirmar que mais de cinco mil famílias serão impactadas positivamente com a execução do projeto, cujos efeitos esperados incluem a regularização do fornecimento de água, o aumento da segurança hídrica e o fortalecimento da cadeia produtiva do leite. O Rio Ipanema, que forma a maior rede de águas correntes do estado de Pernambuco, é um dos principais sustentáculos das atividades agropecuárias locais, e sua perenização representaria um marco na luta contra os efeitos da seca. O deputado fez questão de enaltecer o apoio recebido da governadora Raquel Lyra, que, segundo ele, tem demonstrado sensibilidade e firmeza ao confiar no projeto e garantir respaldo institucional e técnico para sua viabilização. A reunião, realizada na sede da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, envolveu ainda a análise dos estudos técnicos já elaborados, bem como o planejamento das próximas etapas para captação de recursos e definição dos cronogramas de execução. A construção das barragens será feita de forma estratégica, respeitando o fluxo natural do rio e os pontos de maior demanda hídrica, com o objetivo de armazenar e distribuir a água de maneira eficiente ao longo do ano. A escassez hídrica, que historicamente assola o Agreste, tem provocado prejuízos severos à produção agrícola e elevado o custo de vida das populações locais, tornando projetos como esse fundamentais para garantir condições mínimas de sobrevivência e produção no campo. Claudiano reiterou que não se trata apenas de uma obra de infraestrutura, mas de um compromisso com a dignidade das famílias do semiárido, que há décadas convivem com a incerteza do abastecimento. O projeto deverá envolver também ações integradas com outras pastas do governo estadual, como meio ambiente e recursos hídricos, além de parcerias com instituições de pesquisa e organizações sociais. Para os agricultores familiares, a expectativa é de que a perenização do Ipanema abra novas possibilidades de irrigação, amplie a produtividade e proporcione estabilidade para o planejamento das safras. A proposta está sendo formatada para atrair investimentos públicos e privados, com base em critérios de viabilidade técnica e impacto social, reforçando a política estadual de convivência com o semiárido. Ao final do encontro, Claudiano reforçou que continuará trabalhando para que o projeto saia do papel com a celeridade que a urgência do problema exige, afirmando que o povo do Agreste não pode mais esperar por soluções paliativas.

GRUPO PERNAMBUCANO SAGRAMA CELEBRA 30 ANOS COMO UM DOS MAIS LONGEVOS DO PAÍS

Autores da trilha de “O auto da Compadecida” reúnem poesia e música no Teatro do Parque

Cravar uma música instrumental no imaginário coletivo é um feito dificílimo conquistado com maestria pelo grupo pernambucano SaGRAMA. Donos dos acordes responsáveis por embalar as trapalhadas dos personagens Chicó e João Grilo, de “O auto da Compadecida”, nos cinemas, os artistas celebram o notável feito de três décadas em atividade com duas apresentações do show “SaGRAMA 30 anos: Poesia e Música” no Teatro do Parque, nos dias 16 e 17 de agosto. Os ingressos já estão à venda. 

O SaGRAMA já tocou com mais de 100 artistas e, para as noites em clima festivo, eles contarão com as participações especiais de Petrúcio Amorim, Jessier Quirino, Beto Hortis, Sarah Leandro e Laila Campelo, instrumentistas e cantores com os quais nutrem relação de admiração e afeto. Cada um terá seu momento individual com o grupo e, ao fim, todos poderão celebrar juntos ao som de um pot-pourri de composições de Petrúcio. 

A força melódica das composições do SaGRAMA são sedimentadas no diálogo musical entre as raízes da música tradicional brasileira e o espírito acadêmico da música erudita. “Nós usamos elementos rítmicos regionais, estudamos as estruturas dessa música e fazemos uma leitura própria, com uma linguagem musical mais elaborada. A gente consegue mesclar instrumentos eruditos, nossas composições têm essa mistura e a formação dos integrantes também”, explica Sérgio Campelo, diretor artístico e idealizador.

O repertório da comemoração organizada por Manuela Vieira, com produção de Carla Navarro, foi escolhido com o cuidado de equilibrar tradição e novidade. Não podem faltar as canções responsáveis por catapultar o grupo nacionalmente em 1999, quando compuseram a trilha sonora original de “O auto da Compadecida” a pedido da produção do filme, que ouviu o primeiro álbum do SaGRAMA, homônimo de 1998, e encomendou outras peças.

As marcantes “Presepada” e “Rói-couro” serão intercaladas a outras faixas dos dez álbuns lançados, com os quais angariaram fãs, arrancaram elogios e arremataram prêmios e indicações. Haverá peças menos contempladas, como “Mutalambô” e “Tábua de pirulito”, uma homenagem a Luiz Guimarães, o primeiro produtor, e a suíte completa “Aspectos de uma feira”, de Dimas Sedícias, que retrata musicalmente o ambiente vibrante de uma feira típica do interior nordestino. O público ainda terá a oportunidade de ouvir em primeira mão o frevo “Para sempre folião”, composição de Beto Hortis com arranjo de Sérgio Campelo. 

“A trilha de ‘O auto da Compadecida’ realmente é um divisor de águas para a gente. Tínhamos apenas um álbum lançado e, de repente, a gente ficou conhecido no país. Mudou totalmente, a gente saiu de Pernambuco e começou a tocar no Brasil inteiro, dando entrevistas para jornais, programas de TV e rádio”, recorda Sérgio sobre a produção exibida em formato de série e filme.

A repercussão rendeu convites para várias outras trilhas sonoras, a exemplo do filme "O Brasil Império na TV" e dos espetáculos "A ver estrelas", "Fernando e Isaura", "Quem tem, tem medo" e "O cavalinho azul", além de receberem convites de maestros como Edson Rodrigues e Clóvis Pereira para acompanhar na gravação de peças deles. 

De lá para cá, foram 10 discos gravados, apresentações na maioria dos estados brasileiros, shows internacionais, prêmios e indicações, como o Prêmio AESO de Cultura Pernambucana, o troféu de Melhor Álbum na categoria Regional do 27º Prêmio da Música Brasileira, com “Cordas, Gonzaga e Afins”, junto a Elba Ramalho” e a indicação ao Grammy Latino 2016, como Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileira. 

Além da paraibana, já dividiram o palco com Alceu Valença, Naná Vasconcellos, Yamandu Costa, Nação Zumbi, Hamilton de Holanda, Wagner Tiso, Marcelo Jeneci, Maestro Spok, Antônio Nóbrega, Silvério Pessoa, Quinteto Violado, Marcelo Caldi, Santana, Maciel Melo, Gonzaga Leal, Getúlio Cavalcanti, Martins, Isadora Melo, Rafael Marques, Nena Queiroga, Charles Theone, Cristina Amaral, Orquestra de Câmara de Pernambuco e vários outros. 

Criado por professores e alunos do Conservatório Pernambucano de Música em agosto de 1995 a partir de uma disciplina de música brasileira erudita de câmara, o grupo inicialmente executava músicas de compositores brasileiros como Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Villa-Lobos e Radamés Gnattali. A combinação com a música popular ocorreu por influência do compositor Dimas Sedícias, que os estimulou a incorporar folguedos.

O SaGRAMA sempre prezou pela formação com três instrumentistas de sopro, três de corda e três de percussão. Atualmente, são dez, com um reforço na percussão: os fundadores Antônio Barreto (marimba, vibrafone e percussão), Cláudio Moura (viola nordestina, violão e arranjos e codireção) e Sérgio Campelo (flauta, arranjos e direção artística), além de Crisóstomo Santos (clarinete e clarone), Ingrid Guerra (flautas), Aristide Rosa (violão), João Pimenta (contrabaixo acústico), Dannielly Yohanna (percussão), Isaac Souza (percussão) e Tarcísio Resende (percussão). 

“Essa combinação resultou em uma identidade musical tão marcante que se tornou um verdadeiro ‘carimbo’ do grupo: quem ouve, reconhece. Por isso, mesmo com a entrada de novos integrantes ao longo do tempo, manter a formação instrumental tem sido essencial para preservar essa identidade. Alterar essa estrutura significaria perder a essência do que somos - mesmo que as composições e os arranjos seguissem o mesmo caminho”, avalia Cláudio Moura. 

A força do SaGRAMA está, também, na permanência de uma textura sonora tão original, cuidadosamente cerzida nestas três décadas e comemorada entre acordes e amigos. “A gente imaginou uma série de eventos e também produções para celebrar essa trajetória que culmina com estas duas apresentações", conta Manuela Vieira sobre a celebração, que começou com o show “Na trilha dos 30”, em novembro, contou com uma prévia de carnaval e ainda terá uma biografia e um minidocumentário. 

SERVIÇO

Show "SaGRAMA 30 anos: Poesia e música", do SaGRAMA, com participações de Petrúcio Amorim, Jessier Quirino, Beto Hortis, Sarah Leandro e Laila Campelo

Quando: 16, às 19h30, e 17 de agosto, às 17h

Onde: Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81, Boa Vista)

Quanto: R$ 120

Informações: www.instagram.com/sagrama.oficial

ALCOLUMBRE ENFRENTA OPOSIÇÃO E DIZ QUE NÃO VAI PAUTAR IMPEACHMENT DE MINISTRO DO STF NEM COM 81 ASSINATURAS

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), colocou um ponto final nas expectativas da oposição bolsonarista de avançar com o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma reunião reservada com líderes partidários da base governista e da própria oposição, Alcolumbre foi direto: "Nem se tiver 81 assinaturas, ainda assim não pauto impeachment de ministro do STF para votar", declarou, segundo informações publicadas pela Coluna do Estadão. A frase, dita em tom de irritação, reflete a resistência do presidente do Senado em aceitar qualquer tipo de pressão — mesmo que hipoteticamente todo o plenário da Casa estivesse de acordo com a abertura do processo.

A declaração surge em meio à movimentação de senadores alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que anunciaram ter alcançado 41 assinaturas para formalizar o pedido de impeachment contra Moraes. Esse número, embora suficiente para protocolar a matéria, não obriga o presidente da Casa a colocar a pauta em votação. Caberia exclusivamente a ele, conforme regimento interno do Senado, decidir sobre o andamento do processo, o que torna sua negativa um obstáculo praticamente intransponível.

Nos bastidores, a posição de Alcolumbre foi recebida com frustração por parlamentares da direita. Para alguns, o gesto reitera a blindagem institucional em torno do Supremo, especialmente no contexto de críticas cada vez mais contundentes por parte de setores conservadores. O senador Carlos Portinho (PL-RJ), uma das principais vozes do grupo oposicionista, adotou um discurso conciliador ao tentar amenizar o impacto do recado: "Agora temos 41 assinaturas. Depois conseguiremos apoio para ter 54 votos. Vamos comemorar a vitória de hoje", afirmou, sugerindo que a coleta de assinaturas representa uma primeira etapa na escalada contra o STF.

Portinho ainda comparou a conjuntura atual com o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, quando o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foi peça-chave ao aceitar o pedido de cassação. A analogia, no entanto, não encontra eco no Senado, onde a correlação de forças é distinta e o ambiente político mais moderado, sobretudo sob a condução de Alcolumbre.

A resistência do senador do Amapá, que já presidiu o Congresso Nacional entre 2019 e 2021, é também interpretada como uma forma de preservar a estabilidade institucional num momento em que há tensão entre os Poderes. Internamente, líderes governistas avaliaram positivamente a firmeza da declaração, enxergando nela um movimento para estancar o avanço de iniciativas que colocariam o Senado em rota de colisão com o Judiciário.

Enquanto isso, deputados federais bolsonaristas ocupam o plenário da Câmara em protesto, pressionando pela votação de uma proposta de anistia a manifestantes presos por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. A mobilização dos parlamentares tem sido vista como parte de uma estratégia maior de confrontação institucional, na qual o STF figura como alvo preferencial.

Ainda que a oposição continue mobilizada, o sinal dado por Alcolumbre impõe um freio claro ao movimento. Sem apoio da presidência do Senado, o processo de impeachment contra um ministro do Supremo torna-se inviável, mesmo diante de uma maioria formal de assinaturas. No tabuleiro político de Brasília, o gesto de Alcolumbre reforça seu papel como fiador de acordos e defensor da estabilidade entre os Poderes da República.