ENCANTOS DO SERTÃO - ARCOVERDE

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

ENTREGA DA BARRAGEM PANELAS II EM CUPIRA MARCA VIRADA HISTÓRICA PARA O AGRESTE E EMOCIONA DEPUTADA DÉBORA ALMEIDA

A tarde desta terça-feira, em Cupira, no Agreste pernambucano, ficará registrada como um divisor de águas — literalmente e simbolicamente — na história da região. Sob forte presença popular, a inauguração da Barragem Panelas II e o anúncio da retomada das obras da Barragem de Igarapeba reacenderam a esperança de milhares de moradores que convivem, há décadas, com o medo das enchentes e a insegurança hídrica que compromete o desenvolvimento local.

Visivelmente emocionada, a deputada estadual Débora Almeida (PSDB) transformou o palanque em um espaço de memória e celebração. Ao lado do presidente Lula (PT) e da governadora Raquel Lyra (PSD), ela relembrou a longa espera que começou ainda quando era prefeita da região, mais de dez anos atrás, e viu a promessa inicial se perder em adiamentos, burocracias e gestões que empurraram o problema com a barriga. Para a parlamentar, o dia representa o resgate de uma dívida histórica com o povo do Vale do Una, que sofreu com tragédias, prejuízos e perdas irreparáveis em enchentes sucessivas.

Débora enfatizou que somente agora, com “uma mulher de fibra” à frente do Governo de Pernambuco e com um presidente pernambucano comprometido com a pauta hídrica, o projeto saiu finalmente do papel. Ela destacou que a obra não apenas reforça a segurança hídrica, mas salva vidas, amplia a capacidade de reserva de água e cria um novo horizonte econômico para cidades como Cupira, Lagoa dos Gatos, Catende e toda a zona de influência da bacia.

A parlamentar também classificou o momento como um marco de dignidade e futuro, simbolizando uma nova forma de governar, baseada em cooperação e responsabilidade. “Quando trabalhamos juntos, Pernambuco avança”, disse, reforçando o espírito de unidade demonstrado no evento. Para os moradores, a entrega da barragem representa o fim de um ciclo de promessas vazias que alimentavam esperança, mas deixavam apenas um rastro de destruição no Rio Una.

A sensação geral era de dever cumprido — e, sobretudo, de tempo recuperado. A paisagem, antes marcada pelo descaso, agora se transforma em sinônimo de proteção e desenvolvimento para as próximas gerações. Cupira viu nascer hoje, nas palavras e na obra, uma nova história.

“ÁGUA DEVE SER SINÔNIMO DE BENÇÃO”, DESTACOU A GOVERNADORA RAQUEL LYRA AO LADO DO PRESIDENTE LULA NA INAUGURAÇÃO DA BARRAGEM PANELAS II, APÓS MAIS DE 10 ANOS DE ESPERA

A obra para contenção de enchentes recebe recursos do Novo PAC e é executada pelo governo estadual
Após mais de 10 anos de espera, a população da Zona da Mata Sul viu a governadora Raquel Lyra e o presidente Lula inaugurarem a Barragem Panelas II, no município de Cupira, no Agreste, nesta terça-feira (2). A obra para contenção de enchentes teve seus serviços iniciados em 2012, paralisados em 2014 e, após articulação da chefe do Executivo estadual, o empreendimento foi entregue com recursos do governo federal através do Novo Pac e execução do Governo do Estado. Durante o evento, os gestores também assinaram a autorização para o início de obras da Barragem Igarapeba, em São Benedito do Sul, que também faz parte do sistema de controle de cheias da Mata Sul.

“A entrega da Barragem Panelas II representa mais segurança e dignidade para o povo pernambucano. Enquanto a água não for sinônimo de bênção e sim de medo, nós não iremos descansar. Hoje, ao lado do presidente Lula, entregamos uma obra que protege vidas e reforça o abastecimento no Agreste e na Mata Sul, e seguimos avançando com a Barragem Igarapeba. Obrigada pela parceria e por acreditar, presidente", ressaltou a governadora Raquel Lyra.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a necessidade de iniciativas no Nordeste. “As pessoas nunca levaram em conta cuidar do Nordeste brasileiro. O Nordeste era conhecido como a região com mais desnutrição, mais desemprego e menos universidades. Aqui em Pernambuco, o Novo PAC tem um investimento de R$ 45,9 bilhões. Temos muitas obras em execução e teremos muitas mais. São investimentos em diversas áreas, garantindo dignidade para o povo pernambucano e para todo o Brasil", frisou o presidente.

A Barragem Panelas II é fundamental para a contenção das cheias que historicamente atingem cidades como Belém de Maria, Catende, Palmares, Água Preta e Barreiros - municípios seriamente impactados nas grandes enchentes de 2000, 2010 e 2017. Além disso, o empreendimento reforçará o abastecimento de água de Panelas, Cupira e Lagoa dos Gatos, beneficiando cerca de 184 mil pessoas. Para isso, o projeto está sendo revisado e um edital de licitação será lançado. A iniciativa inclui ainda ações ambientais, como o plantio de 83 mil mudas nativas em 120 hectares e o monitoramento da fauna local.
O morador de Belém de Maria Marcelo José da Silva, 42 anos, celebrou a entrega, após ver sua família perder os pertences com as enchentes. “Na época das enchentes, foi muita tragédia. Minha irmã perdeu as coisas dela e eu também. Para conquistar de novo foi muito trabalho. Graças a Deus, com essa barragem pronta, vai ajudar muito”, contou.

A obra é feita em parceria com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). “Aqui, onde existiam ruínas agora tem segurança e um futuro que o povo da Mata Sul veja a chuva como benção e não mais como um motivo de desespero”, disse o ministro do MIDR, Waldez Góes. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, explicou sobre a parceria. “A maioria das obras do PAC são de execução dos prefeitos e dos governadores, que, quando dão prioridade e colocam uma equipe técnica capaz, fazem as obras andarem. Eu quero parabenizar os funcionários da Secretaria de Recursos Hídricos, que se dedicaram para que essa barragem pudesse ser entregue hoje”, pontuou.
Com investimento de R$ 103,2 milhões, Panelas Il tem capacidade de acumulação de 16,9 milhões de mª de água, altura de 52 metros e extensão de 318,5 metros. A barragem é a segunda infraestrutura a ser entregue do Sistema de Controle de Enchentes da Mata Sul - conjunto formado pelas barragens Panelas II, Gatos, Igarapeba, Barra de Guabiraba e Serro Azul.

Para o secretário e Recursos Hídricos e Saneamento de Pernambuco, Almir Cirilo, as barragens vão garantir segurança hídrica para o povo pernambucano. “Estamos concluindo obras que ficaram abandonadas por anos e retomando outras que são essenciais para proteger vidas”, disse o titular da pasta. Presente na cerimônia, o prefeito de Cupira, Eduardo da Fonseca Lira, ressaltou a importância das obras para a região. “Não tem projeto maior do que transformar as vidas das pessoas. Hoje, essa obra traz esperança ao povo pernambucano”, disse.
IGARAPEBA - Iniciada em 2013 e paralisada em 2015, a Barragem Igarapeba terá sua segunda etapa concluída com investimento de R$ 236,7 milhões. Com capacidade de acumulação de 46,6 milhões de m° de água, 58 metros de altura e 355,7 metros de extensão, o equipamento protegerá de inundações diretamente os municípios de São Benedito do Sul, Jaqueira, Maraial e Catende, além de contribuir para a segurança de Palmares, Água Preta e Barreiros. A obra beneficiará 186 mil habitantes, reforçará o abastecimento local e possibilitará usos múltiplos para atividades agrícolas. Também estão previstos o plantio de 124 mil mudas e monitoramento ambiental em área de 209 hectares.
OUTRAS BARRAGENS - Com a conclusão de Panelas II, a retomada agora da Barragem Igarapeba, o andamento da Barragem Gatos, que teve obras retomadas em fevereiro deste ano, e, posteriormente, a retomada das obras da Barragem Barra de Guabiraba (atualmente, em fase de conclusão da atualização de seu projeto) - somadas à já entregue Barragem de Serro Azul - o Governo de Pernambuco completa a implantação integral do Sistema de Controle de Enchentes das Bacias dos Rios Una e Sirinhaém, beneficiando uma das regiões mais vulneráveis a eventos climáticos extremos no Estado, que é a Mata Sul.

Acompanharam a agenda os secretários estaduais João Salles (Assessoria Especial à Governadora e Relações Internacionais), Túlio Vilaça (Casa Civil), André Teixeira Filho (Mobilidade e Infraestrutura), Kaio Maniçoba (Turismo e Lazer), Coronel Hercílio Mamede (Chefe da Casa Militar) e Manuca (Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo). Também estiveram presentes o senador Humberto Costa; os ministros Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Wolney Queiroz (Previdência Social) e Alexandre Silveira (Minas e Energia); assim como o presidente da Sudene, Francisco Alexandre; além de deputados federais e estaduais, prefeitos e lideranças locais.

Fotos: Janaína Pepeu/Secom e Miva Filho/Secom

LULA TRANSFORMA AGENDA EM ATO PELA VIDA DAS MULHERES E EMOCIONA O PAÍS COM DISCURSO HISTÓRICO EM IPOJUCA

Em uma tarde marcada para celebrações técnicas e anúncios sobre a ampliação da capacidade operacional da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva surpreendeu o país ao transformar um evento de infraestrutura em um momento arrebatador de defesa das mulheres. Diante de autoridades, trabalhadores e lideranças políticas, Lula fez um dos discursos mais emocionantes e contundentes de seu atual mandato, “parando o mundo”, como descreveram pessoas presentes, ao denunciar a escalada de violência que atinge brasileiras em todas as regiões.

Embora o motivo oficial da visita fosse a expansão da Rnest, Lula desviou do script e abriu o coração. Preferiu falar da dor, da indignação e do compromisso que carrega após ver, dentro de casa, sua esposa, a primeira-dama Janja Lula da Silva, chorar repetidas vezes diante das notícias brutais que chocaram o Brasil nas últimas semanas. Segundo o presidente, foi ela quem o impulsionou a assumir publicamente uma cruzada nacional contra a violência doméstica.

“Hoje no avião, ela pediu para mim: assuma a responsabilidade de uma luta mais dura contra a violência dos homens contra a vida das mulheres”, relatou Lula, visivelmente emocionado. O pedido ecoou no palanque e encontrou apoio imediato na plateia, que reagiu com aplausos fortes e longos.

UMA EDUCAÇÃO DE RESPEITO

Lula também recorreu às memórias pessoais para ilustrar um Brasil que precisa urgentemente reencontrar valores básicos. Recordou a educação recebida de sua mãe, Dona Lindu, analfabeta, mas firme no ensinamento que moldou sua vida: jamais levantar a mão contra uma mulher. “Se você se casar e não tiver bem com a sua mulher, se separe dela, mas nunca levante a mão para bater”, citou.

A fala, simples e poderosa, contrastou com a violência que se tornou rotina no noticiário nacional. O presidente questionou diretamente se o Código Penal brasileiro é capaz de responder à altura dos ataques brutais cometidos contra mulheres.

OS CASOS QUE CHOCARAM O PAÍS

No discurso, Lula rememorou algumas das tragédias recentes que têm marcado o Brasil. Entre elas, o caso devastador de um homem que incendiou a própria casa no Recife, matando a esposa e quatro filhos. Em São Paulo, destacou o episódio no qual uma mulher foi atropelada e arrastada por um quilômetro pelo ex-companheiro — agressão que resultou na amputação de suas duas pernas. Citou ainda o ataque em Natal, onde uma jovem recebeu 60 socos no rosto dentro de um elevador, cena que correu o país com indignação.

Lula foi categórico: “A pergunta que eu faço é: o Código Penal brasileiro tem pena para fazer justiça a um animal irracional como esse?”. A comparação direta, que chocou e repercutiu fortemente, mostrou o grau de indignação do presidente diante da impunidade que ainda persiste.

O CHAMADO – UM MOVIMENTO NACIONAL DOS HOMENS

Em um dos momentos mais fortes, Lula convocou todos os homens do país a assumirem a responsabilidade de combater a violência contra as mulheres. Disse que o combate não é tarefa apenas do Estado, mas sobretudo de cada cidadão, de cada pai, irmão, marido ou amigo.

“Cada um de nós homens precisamos ser um professor do outro homem. É preciso que haja o movimento nacional dos homens. Estamos precisando de caráter, dignidade, respeito às nossas companheiras, às mulheres, que se não fossem elas a gente nem existia”, reforçou.

O chamado ecoou como um marco político e social, dada a postura inédita de um presidente brasileiro transformar um evento técnico em um grito nacional por justiça, empatia e proteção.

UM PRONUNCIAMENTO QUE JÁ ENTRA PARA A HISTÓRIA

O discurso de Lula, inesperado, emocional e duro, rapidamente ganhou repercussão nacional. Parlamentares, organizações feministas, coletivos de direitos humanos e cidadãos nas redes sociais passaram a comentar o tom histórico da fala, considerada por muitos como um divisor de águas na abordagem do governo sobre violência de gênero.

Mais do que palavras, o país agora aguarda os próximos passos. Mas uma certeza ficou do ato em Ipojuca: o presidente decidiu colocar a luta pela vida das mulheres no centro da agenda pública — e fez isso com a força de quem sente a urgência que milhões de brasileiras vivem todos os dias.

PREFEITO MANO MEDEIROS MARCA PRESENÇA EM VISITA DE LULA À RNEST E DESTACA IMPACTO REGIONAL DOS NOVOS INVESTIMENTOS

A manhã desta terça-feira (2) ficou marcada por um dos atos mais simbólicos da atual agenda presidencial em Pernambuco. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou no Complexo Industrial e Portuário de Suape, no Ipojuca, para participar da solenidade que celebrou o avanço das obras de ampliação da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) — um dos maiores empreendimentos estratégicos do Nordeste. Entre as autoridades presentes, o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros, teve papel de destaque ao acompanhar a cerimônia e reforçar o alinhamento regional em torno dos novos investimentos.

Mesmo com o contrato de expansão já formalizado anteriormente, o ato promovido pela Petrobras ganhou caráter institucional e político, reunindo ministros, gestores municipais, parlamentares e representantes da estatal. A assinatura simbólica consolidou, perante o público, o compromisso federal com a ampliação da capacidade produtiva da Rnest, que já está em execução e deve reposicionar Pernambuco no cenário nacional da indústria de refino.

A presença de Mano Medeiros no evento reforçou a visão de integração entre os municípios da Região Metropolitana do Recife. Jaboatão, que historicamente se beneficia da dinâmica econômica gerada pelo entorno de Suape, tende a sentir de forma direta os efeitos da nova fase de investimentos — especialmente na abertura de vagas de trabalho, aumento da demanda por serviços e movimentação logística.

Durante a cerimônia, o prefeito destacou o impacto transversal das obras: “Esse é um momento importante para Pernambuco. Uma iniciativa dessa magnitude não transforma apenas o município sede, mas fortalece toda a região. Para cidades próximas, como Jaboatão, é sinônimo de mais oportunidades, empregos e desenvolvimento”.

A ampliação da Rnest, considerada uma das prioridades da Petrobras no Nordeste, marca a retomada do protagonismo industrial de Pernambuco, após anos de paralisações e ajustes na planta. A refinaria voltou à rota de investimentos estratégicos da estatal e tem sido apresentada pelo governo federal como um eixo de expansão energética e de fortalecimento da cadeia produtiva local.

A agenda do presidente no Ipojuca abriu o primeiro compromisso de Lula no estado nesta terça-feira. Ao longo do dia, o chefe do Executivo seguiria para outras atividades em Pernambuco, consolidando uma presença que simboliza não apenas anúncios, mas a reafirmação de uma política de desenvolvimento voltada ao Nordeste.

A participação de Mano Medeiros, nesse contexto, posiciona Jaboatão como parte ativa do ciclo de crescimento regional impulsionado pela expansão industrial de Suape — um movimento que promete ressoar na economia metropolitana nos próximos anos.

ÁLVARO PORTO CELEBRA INAUGURAÇÃO DE BARRAGEM AO LADO DE GABRIEL

Das cinco barragens planejadas para combater inundações, apenas duas foram concluídas
O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto, comemorou, nesta terça-feira (02.12), a inauguração, feita pelo presidente Lula, da barragem de Panelas II, em Cupira, no Agreste. Ao lado do pré-candidato a deputado federal Gabriel Porto, o deputado marcou presença na entrega da obra e acompanhou a assinatura da ordem de serviço para continuidade da barragem de Igarapeba, localizada em São Benedito do Sul. 

As barragens são projetos bancados pelo governo federal e fazem parte do plano de contenção de enchentes da Mata Sul, lançado em 2010 como repostas às cheias registradas na região naquele ano. Em 2015, ainda no primeiro mandato, Porto cobrava a conclusão das barragens que incluíam Serro Azul, em Palmares; Gatos, em Lagoa dos Gatos; Guabiraba, em Barra de Guabiraba, além de Panelas II e Igarapeba. 

“Como prefeito de Canhotinho, acompanhei os estragos das chuvas em 2010 e da nova tragédia de 2012 na Mata Sul, auxiliando os municípios vizinhos no que foi possível. As cidades foram destruídas e a população sofreu demais. A entrega da Panelas II vai amenizar os efeitos das chuvas  para a Mata Sul, o que significa menos risco de inundações, prejuízos e fatalidades”, disse.

O deputado ressaltou que entre 2015 e 2017 esteve por duas vezes, juntamente com outros deputados, em Serro Azul e nas cidades de Palmares e Maraial vendo de perto os danos deixados pelas águas e conversando com lideranças e moradores. “Quem ficou sem casa, se queixava da demora das moradias prometidas, mas havia, principalmente, muito medo de novas enchentes e novas perdas. Fizemos cobranças de celeridade na Assembleia e alertamos para o risco de novas inundações”, frisou.

O deputado destaca que, por tudo o que acompanhou e continua a ver e ouvir, é preciso que as outras três barragens sejam concluídas o quanto antes.  “Apenas Serro Azul e, agora, Panelas II ficaram prontas. Em 2023, quando a Mata Sul voltou a ser tomada por enchentes, estivemos em Catende conversando com prefeitos e com a população e ficou evidente, mais uma vez, a necessidade de urgência das barragens”, assinalou.

Para ele, só o conjunto de barragens para conter os rios Una e Sirinhaém vai resolver de vez a questão das cheias, protegendo as áreas urbanas, além de assegurar oferta hídrica para consumo humano e uso em atividades econômicas.

De acordo com o governo federal, a barragem Panelas II tem capacidade de armazenamento de 16,9 milhões de metros cúbicos. A obra terá repercussão positiva sobre as cidades de Belém de Maria, Catende, Palmares, Água Preta e Barreiros. A população beneficiada é estimada em 199 mil habitantes. O empreendimento é de R$ 114 milhões.

Já a barragem de Igarapeba, protegerá contra inundações as cidades de Maraial, Jaqueira, Catende, Palmares, Água Preta e Barreiros. Além disso, reforçará o fornecimento de água para o município de São Benedito do Sul e seu distrito de Igarapeba, beneficiando uma população de 186 mil habitantes. O volume total é de 46,6 milhões de metros cúbicos. O valor total do investimento é de R$ 206 milhões. 

Fotos: Alexandre Aroeira

"O PRESIDENTE LULA ESTÁ FAZENDO EM PERNAMBUCO O MAIOR VOLUME DE INVESTIMENTOS DA HISTÓRIA", DIZ SILVIO COSTA FILHO

Ao participar da cerimônia alusiva à ampliação da capacidade operacional da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), nesta segunda-feira, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, fez questão de ressaltar que o presidente Lula não tem faltado com Pernambuco.

Em seu discurso para trabalhadores da Rnest, Costa Filho destacou ações estruturantes que o presidente Lula tem realizado no Estado, como as obras de duplicação e recuperação das BRs 104, 232 e 423, a construção de barragens, adutoras e institutos federais, além da ampliação de programas sociais já consolidados, como o Bolsa Família, o Luz para Todos e o Minha Casa, Minha Vida.

“O presidente Lula está promovendo, em Pernambuco, o maior volume de investimentos da história”, avaliou Silvio Costa Filho.

Aliado do presidente e um dos principais interlocutores e articuladores do Governo Federal em obras no Estado, o ministro Silvio Costa Filho ressaltou o papel estratégico da Rnest e de Suape no fortalecimento do setor energético brasileiro. “A Refinaria Abreu e Lima é uma das mais modernas do Brasil e depende diretamente de Suape para receber petróleo bruto e distribuir seus derivados. Investir aqui é fortalecer a segurança energética do país e garantir novas oportunidades de desenvolvimento para Pernambuco”, afirmou.

O ministro defendeu a continuidade do projeto de desenvolvimento em curso no país. “Infelizmente, nós perdemos muito no governo anterior, com o ex-presidente da República. Foram quatro, cinco, seis anos de obras paralisadas. Praticamente, Pernambuco não teve uma obra, uma ação. Foi um desrespeito ao povo pernambucano. Por onde temos andado no nosso Estado, temos observado um conjunto de obras do Governo Federal. É a duplicação da BR-423, são seis institutos federais, mais de 25 mil unidades do Minha Casa, Minha Vida, além de investimentos em educação, saúde e infraestrutura que têm colocado Pernambuco na rota do desenvolvimento econômico”, disse o ministro, que concluiu: “Se Deus quiser, em 2026 ele vai se reeleger presidente do Brasil”.
Desenvolvimento

O presidente Lula reforçou a importância da sinergia entre infraestrutura, refino e geração de empregos. “A expansão da Rnest e o crescimento de Suape mostram que o Nordeste voltou a ser prioridade. É extremamente importante que não percamos de vista o que está acontecendo no Brasil e em Pernambuco hoje. O que vemos agora confirma a soberania do nosso país e a força da Petrobras, a nossa maior empresa, gerando desenvolvimento, dignidade e benefícios diretos ao povo brasileiro. Quando investimos em energia, logística e indústria, estamos investindo no povo e no futuro do Brasil”, ressaltou o presidente.

AMPLIAÇÃO DA REFINARIA ABREU E LIMA MARCA NOVA FASE EM PERNAMBUCO: “SOMOS DESTINO DE INVESTIMENTOS E TEMOS UM POVO TRABALHADOR E QUALIFICADO”, CELEBRA GOVERNADORA RAQUEL LYRA, AO LADO DO PRESIDENTE LULA



Ampliação da RNEST deve gerar 15 mil empregos e dobrar capacidade de refino em Pernambuco
“Somos destino de investimentos e temos um povo trabalhador e qualificado que tem garra e fé, mas precisa de decisão política para fazer investimentos como esse”, afirmou a governadora Raquel Lyra, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia que marcou o início das obras do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Ipojuca, nesta terça-feira (2). Ao destacar o momento histórico para Pernambuco, a gestora reforçou que o avanço da refinaria inaugura uma nova fase para a economia do Estado, que teve a confiança do mercado resgatada.
“Pernambuco voltou a ser líder no Nordeste na geração de empregos de carteira assinada e somos a primeira bacia leiteira da região. Obras paralisadas por muito tempo hoje viram realidade. A Barragem de Panelas II estava paralisada há mais de 10 anos e vamos inaugurar hoje, e a Transnordestina já teve o edital publicado. Agradeço ao presidente por não desistir da refinaria, não desistir de Pernambuco. Agora é tempo de cuidar do nosso povo”, afirmou a governadora Raquel Lyra. 
O presidente Lula destacou os investimentos na Refinaria e reiterou que os lucros gerados pela Petrobras precisam retornar para a população brasileira. “O momento de hoje é a demonstração que o país é soberano, e tem a Petrobras que é a mais importante empresa. O dinheiro que a Petrobras consegue produzir neste país tem que ser transformar em benefício para o povo brasileiro, com investimento, emprego, salário, e dignidade para nossa gente”, disse o chefe de Estado. 
A Petrobras vai investir cerca de R$ 12 bilhões para a conclusão do Trem 2 e outras atividades de manutenção do Trem 1. A expansão deve gerar cerca de 15 mil empregos diretos e indiretos ao longo da obra e acrescentar 13 milhões de litros de Diesel S10 por dia à capacidade nacional, além de duplicar, ao fim do projeto, em 2029, o processamento da refinaria para 260 mil barris por dia. Já a modernização do Trem 1 deve ampliar a sua capacidade de 115 mil para 130 mil barris por dia.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, com os avanços, a expectativa é de ampliação significativa da capacidade da unidade. “Abreu e Lima se tornará a segunda maior refinaria do nosso país. A RNEST faz parte de uma trajetória de investimentos que se traduz em mais segurança energética, onde vai ajudar o Brasil a se tornar superavitário na produção de gás, do GLP nos próximos 10 anos, isso é soberania nacional”, afirmou o ministro.
A ampliação da RNEST se soma a um conjunto de ações conduzidas pelo Governo de Pernambuco em Suape e região, como os investimentos em dragagem dos canais, implantação da Zona de Processamento de Exportação de Pernambuco (ZPE-PE), fortalecimento do polo de combustíveis verdes e a atração de novos empreendimentos ligados à transição energética, incluindo projetos de e-metanol e hidrogênio de baixo carbono. 
O alinhamento entre o Governo do Estado e a Petrobras foi apontado como elemento essencial para o andamento do projeto. “Estamos num processo de aumentar a produção de refino do petróleo, e a RNEST é fundamental nesse campo. Nos próximos cinco anos, queremos aumentar nosso refino em 400 mil barris por dia e daqui sairão 130 mil”, afirmou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
Desde 2023, o Estado já atraiu mais de R$ 35 bilhões em investimentos privados, além de registrar, em 2024, o maior crescimento do PIB dos últimos 15 anos (4,9%) e a geração de mais de 183 mil empregos formais durante a atual gestão.
Acompanharam a agenda os secretários estaduais Túlio Vilaça (Casa Civil), Guilherme Cavalcanti (Desenvolvimento Econômico), André Teixeira Filho (Mobilidade e Infraestrutura), Carlos Braga (Assistência Social, Combate à Fome e Políticas Sobre Drogas), Yane Telles (Criança e Juventude), Mauricélia Montenegro (Ciência, Tecnologia e Inovação); e o diretor-presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), José Anchieta. Também estavam presentes os senadores Humberto Costa e Teresa Leitão; os ministros Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Luciana Santos (Ciência Tecnologia e Inovação), Wolney Queiroz (Previdência Social), Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional) e Rui Costa (Casa Civil); além de deputados federais e estaduais.

Fotos: Yacy Ribeiro/Secom

CLÃ BOLSONARO À BEIRA DA RUPTURA: DISPUTA PELO COMANDO ABALA BASTIDORES DA DIREITA


A turbulência que há meses se insinua nos corredores do Partido Liberal (PL) finalmente veio à tona de forma explícita: Michelle Bolsonaro e os três filhos políticos do ex-presidente — Flávio, Eduardo e Carlos — protagonizam um racha que expõe a crise mais profunda já vista dentro do clã. O conflito, antes restrito a recados velados e desconfortos internos, ganhou contornos públicos, amplos e ruidosos, revelando um cenário de disputa direta por protagonismo e controle do bolsonarismo num momento de fragilidade da família.

O episódio mais recente, que detonou a crise, envolve uma articulação política conduzida por Michelle no Ceará. A ex-primeira-dama, que buscava ampliar sua influência no Nordeste e assumir uma posição central na condução do movimento, tomou a iniciativa de desautorizar intermediários partidários, provocando uma reação imediata dos filhos de Bolsonaro. O gesto, avaliam aliados, foi visto pelos herdeiros como uma afronta direta à autoridade do pai, hoje fora do tabuleiro político por causa de processos judiciais e do desgaste acumulado.

UM CONFLITO ALIMENTADO POR PROTAGONISMOS E IRONIAS

A disputa não se resume à divergência estratégica. Nos bastidores, o clima esquentou com trocas de farpas envolvendo expressões usadas pelo próprio Jair Bolsonaro em seus discursos de palanque, entre elas o já célebre “imbrochável”. O termo, que por anos serviu de marca discursiva do ex-presidente, virou munição irônica na troca de provocações entre Michelle e os filhos, evidenciando a deterioração das relações internas.

Interlocutores do PL relatam que houve quem tentasse minimizar o conflito, mas a crise ganhou peso suficiente para acender o sinal vermelho no partido. Reuniões de emergência foram convocadas para tentar reconstruir pontes e impedir que a disputa interna se transforme em fissura partidária num momento considerado crítico — faltando pouco para o início das movimentações oficiais para 2026.

PL PREOCUPADO COM RISCO DE IMPLOSÃO POLÍTICA

A direção da legenda avalia que o racha pode ultrapassar os limites domésticos e se transformar numa crise institucional dentro do bolsonarismo. A dúvida central que assombra aliados é clara: quem tem legitimidade para falar em nome da marca Bolsonaro? Com o ex-presidente silenciado pela Justiça, preso e afastado da linha de comando há meses, o espaço de liderança ficou aberto — e é exatamente esse vazio que agora se transforma em campo de batalha.

Michelle tenta ocupar essa lacuna com uma presença pública crescente, discursos organizados e articulações planejadas. Nos bastidores, a intenção é construir uma figura de liderança capaz de dialogar com setores mais amplos do eleitorado conservador, especialmente mulheres e evangélicos. Já os filhos defendem que a herança política e simbólica do pai pertence a eles — e apenas a eles — cabendo-lhes a missão de preservar a imagem construída ao longo dos anos.

BOLSONARISMO EM XEQUE: O QUE ESTÁ EM DISPUTA

A crise expõe um movimento que aliados vinham tentando evitar: a fragmentação visível do bolsonarismo. A falta de consenso sobre quem deve assumir o comando abre espaço para incertezas na base, desalinha as estruturas locais do PL e enfraquece a capacidade de articulação nacional do grupo.

A disputa também levanta questões sobre o futuro eleitoral da direita no Brasil. Sem um nome forte definido e com o principal símbolo do movimento fora de cena, o bolsonarismo tenta evitar que desentendimentos internos se transformem em perdas de apoio ou rupturas irreversíveis. Nas palavras de um dirigente do PL, que acompanha a crise de perto, “o maior adversário do bolsonarismo neste momento é o próprio bolsonarismo”.

UMA CRISE FAMILIAR COM REPERCUSSÃO NACIONAL

O que poderia ser apenas um conflito doméstico ganha repercussões que ultrapassam os limites da família. O embate entre Michelle e os filhos não só abala a unidade interna, mas impacta negociações, alianças e estratégias eleitorais em diversos estados. A disputa por protagonismo revela uma batalha por poder que vai moldar — ou desfigurar — o movimento político que marcou a última década no país.

Com o calendário eleitoral avançando e o clã Bolsonaro dividido, o futuro do bolsonarismo parece cada vez mais incerto. Resta saber se haverá espaço para reconstrução ou se a implosão anunciada se consolidará como novo capítulo da direita brasileira.