Após
cinco meses de obras e um investimento de R$ 1 milhão em reforma e
adequação, a Compesa inaugurou, hoje (23), o Laboratório Central de
Controle de Qualidade de Efluentes de Esgoto, o mais moderno da
companhia. O equipamento, localizado na Estação de Tratamento de Esgoto
(ETE) Peixinhos, no Recife, é responsável pela análise da qualidade de
todo o esgoto que é coletado e tratado nas cidades da Região
Metropolitana do Recife onde existe rede operada pela Compesa.
O
ato contou com a presença do secretário de Infraestrutura, João Bosco de
Almeida, e dos presidentes da Compesa, Roberto Tavares, e da Foz, Pedro
Leão, empresa parceira da companhia no programa Cidade Saneada. Na
ocasião, também foi inaugurada uma unidade móvel do laboratório, que
fará coletas e análises em campo dos efluentes de esgoto e ainda
auxiliará nas ações de educação ambiental promovidas pela Compesa nas
escolas.
Na concepção do secretário de Infraestrutura, João Bosco
de Almeida, a modernização do laboratório é uma grande contribuição para
o projeto de universalização dos serviços de esgoto nas 15 cidades que
serão atendidas pelo Cidade Saneada (as 14 da RMR e Goiana, na Mata
Norte). Ao longo dos 12 anos do programa, quando esses municípios
atingirem 90% de esgotos coletados, sendo 100% deles tratados, todos
passarão a ser atendidos pelo laboratório.
“O tratamento adequado
do esgoto garante a qualidade do efluente que é devolvido ao meio
ambiente, tornando os rios mais saudáveis e oferecendo mais qualidade de
vida à população”, ressaltou o secretário. Segundo ele, além de
garantir o monitoramento da qualidade do esgoto tratado nas unidades, o
laboratório vai aferir o desempenho do prestador de serviços,
tornando-se, inclusive, parâmetro para a aplicação de multas
contratuais. “Se a qualidade do tratamento final do esgoto estiver
satisfatória, indicará que o prestador está trabalhando bem, ou seja, o
laboratório acabará sendo um fiscal da empresa”, explicou João Bosco.
O
presidente da Compesa, Roberto Tavares, explicou que a ETE Peixinhos,
sede do laboratório, trata esgotos de 13 bairros da Zona Norte do Recife
e de sete de Olinda. “Todo o esgoto tratado nesta unidade está sendo
lançado no Rio Beberibe com uma qualidade bem superior a do próprio
manancial”, enfatizou.
O presidente da estatal também aproveitou a
inauguração do laboratório para fazer um balanço dos seis primeiros
meses do Programa Cidade Saneada.
De acordo com Tavares, foram
limpos 183,6 quilômetros de redes coletoras e realizadas 63 obras de
recuperação de rede. Essas ações atingiram 286 ruas. Também nesse
período, foram recuperadas 49 unidades do sistema e realizados 18.518
serviços de manutenção. Os poços de visita (por onde o operador realiza o
serviço de manutenção) também receberam atenção especial do programa.
Foram trocadas 626 tampas e realizados 1.331 serviços de desobstrução.
“Os números demonstram que o governador Eduardo Campos tomou a decisão
certa: procurar um parceiro privado para nos ajudar a resolver essa
situação vergonhosa, que é o baixo índice de cobertura de esgoto na
Região Metropolitana”, afirmou o presidente da Compesa.
“Fomos
sinceros com o governador e informamos que não teríamos condições
financeiras de cumprir a meta audaciosa para o esgotamento sanitário que
ele estava propondo e ele concordou com a PPP”, relatou João Bosco. A
PPP do Saneamento de Pernambuco, o maior projeto de esgotamento
sanitário em curso no país, servirá de referência para outras cidades
brasileiras. “O nosso modelo de gestão tem um contrato bem estruturado,
com metas e prazos estabelecidos para tornar o programa uma realidade
possível”, concluiu Roberto Tavares.
O laboratório da ETE
Peixinhos tem capacidade para realizar 500 análises por dia. A unidade
está equipada para verificar todos os parâmetros exigidos pelo Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama) e pela Agência Estadual de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH). O laboratório conta, ainda, com
equipamentos modernos e adequados às exigências da ISO 17025, cuja
certificação será buscada pela Compesa.
O parceiro privado da
Compesa, a Foz, é responsável por todos os serviços de manutenção e
operação dos sistemas de esgotamento sanitário na Região Metropolitana,
além dos serviços de reposição do asfalto após a realização de
intervenções do programa nas vias públicas. Também é responsável por
parte das obras de implantação de novos sistemas tantos nas cidades onde
há cobertura como naquelas onde ainda não há a prestação dos serviços.
Satisfeito pelos resultados dos seis primeiros meses do Programa Cidade
Saneada, o presidente da Foz, Pedro Leão, afirmou que o trabalho está
apenas no começo e que continuará investindo em tecnologia para agilizar
a prestação dos serviços de esgoto. “Queremos usar a tecnologia para
oferecer um serviço cada vez mais rápido e eficiente aos clientes da
Compesa. Essa é nossa meta, que iremos cumprir até o final do nosso
contrato”, assegurou o administrador da Foz.
Todas as obras de
ampliação e implantação de sistemas de esgoto nas 15 cidades que são
alvos do programa Cidade Saneada serão concluídas até 2025. Antes,
porém, a Foz cumprirá outras metas previstas em contrato. Em dois anos,
vai entregar todas as ETEs da RMR completamente reformadas e
modernizadas. Em cinco anos, todas as unidades terão que estar, ainda,
adequadas à nova legislação ambiental. No projeto, está prevista a
aplicação de R$ 4,5 bilhões, recursos públicos e privados, beneficiando
3,7 milhões de pessoas.