quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Na Lupa 🔍 Quinta 12/01/23, Blog do Edney

BLOG DO EDNEY
NA LUPA 🔎 


Por Edney Souto.


O BOLSONARISMO NÃO VAI DESAPARECER DA CENA POLÍTICA NACIONAL 

Uma coisa que está bastante claro para todos os cientistas políticos chamados a opinar sobre os recentes atos antidemocráticos e ainda repercutindo, as graves cenas de vandalismo que se assemelham a um ataque terrorista. Fazendo uma análise mais profunda, sem o viés da paixão política e ideológica, é claro e notório que o Bolsonarismo não é apenas um movimento da moda, ele é algo mais consistente, mas afirmativo do que uma teoria ou um modismo. 
CONVIVÊNCIA- O Brasil terá que viver e conviver com o movimento bolsonarista, que a priori, veio pra ficar e possui representantes em todos os municípios do país. Da cidade grande a pequena, há admiradores e seguidores da doutrina bolsonarista e a essa altura já não importa mais o meio de cooptação ou conversão a essa linha política de militância. Os seus métodos, embora sejam agressivos, pelo menos é o que se ver na prática, está desde já enraizado na crença entre o bem e o mal. São milhares de apoiadores e adeptos.
DICOTOMIA - Para os seus adeptos, o mal será sempre qualquer força que se oponha ou que se coloque no caminho das ideias de Jair Messias Bolsonaro, mesmo levando-se em conta que ninguém sabe e ninguém viu que ideias são essas, uma vez que tudo que provém do Capitão Ex-presidente da República, sempre aparenta vir do improviso, embora seja minuciosamente calculado. Tenham certeza disso caro leitor.
QUASE GANHA - O presidente Jair Messias Bolsonaro, acertou em alguns quesitos na sua administração, porém o seu legado ficou marcado por posturas radicais aparentemente contra o sistema posto. Na verdade trata-se de uma tática de se opor a tudo quanto possa ser prático e objetivo. É na subjetividade que Bolsonaro cresce a ponto de por um triz não ter sido reeeleito. Portanto o Brasil vai conviver com essas forças paralelas por muitos e muitos anos e acredito que por décadas. O Bolsonarismo não pertence mais  a Bolsonaro, ele se transformou numa ideia, num ideologia e principalmente, parece ter sido transformado em uma doutrina e escola política, goste o leitor ou não, essa é uma verdade. Em tempo nossa colocações aqui sempre são uma análise real, desprovidas de paixão, mas que de fato são visíveis e não se pode fechar o olho para os fatos. Essa é a missão do Blog do Edney. Levar os fatos como eles são. 
BASE BOLSONARISTA- Com representantes no Senado Federal e na Câmara dos Deputados possui parlamentares eleitos na onda de difusão dessa ideologia, em que a grande maioria dos seus representantes são eleitos no voto de opinião dos adeptos do movimento bolsonarista. Não seria uma antítese ao petismo, a coisa já ultrapassou esse sinal vermelho há muito tempo, e não pertence mais aos políticos. Está inculcado não mente de mais de 40 milhões de eleitores e vai se protrair no tempo. Até quando vai existir ninguém sabe, mas é possível que não acabe nunca e passe aos anais da história brasileira como um movimento que nasceu e tornou-se parte também do sistema político. É isso aí. Embora tudo passe, eles passarão.

PASSANDO A LUPA 🔍

SIGILO - Após a lista de visitantes que Michelle Bolsonaro recebeu no Palácio da Alvorada ser divulgada nesta quarta-feira (11), a ex-primeira dama ironizou o conteúdo publicado. A relação de visitantes fazia parte dos documentos submetidos ao sigilo de 100 anos decretado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Michelle compartilhou em seu Instagram, através dos stories, um link que contém a lista das visitas. Na publicação, ela colocou um GIF de uma criança rindo para compor a imagem e, embaixo, escreveu: "Fazendo só uma correção: 'a cabeleireira' é minha manicure".
PAPUDA - A Polícia Federal encerrou a tomada de depoimento dos bolsonaristas envolvidos nos ataques golpistas contra prédios públicos em Brasília no domingo (8). Das 1.843 pessoas detidas no acampamento no Quartel-General do Exército na segunda (9), 1.159 foram presas e encaminhadas para o complexo penitenciário da Papuda e outras 684, a maioria mulheres, crianças e idosos, foram liberadas por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
MUCIO - O ministro da Defesa, José Múcio, negou à CNN que tenha entregado carta de demissão ou sido retirado do governo, nesta terça-feira (10). A declaração foi dada após o deputado federal Andre Janones (Avante) publicar em seu Twitter que a renúncia aconteceria nas próximas horas. Questionado sobre o assunto, Múcio respondeu que “de jeito nenhum” deixou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo apuração da CNN, um interlocutor do presidente Lula afirmou à emissora que não descarta a saída do ministro mais adiante, e chamou a atenção para o silêncio dos comandantes das Forças Armadas após a invasão às sedes dos Três Poderes de domingo (8). A cúpula do PT acredita que o pedido de renúncia deixaria o governo em situação mais confortável. Múcio passou a ser alvo de duras críticas de apoiadores do governo pela postura que adotou quanto aos acampamentos em frente aos quartéis generais do Exército.
CLARISSA - A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito para apurar a atuação de três deputados federais na incitação aos atos de terrorismo contra os Três Poderes, praticados no último domingo. O pedido de investigação busca apurar a responsabilidade dos deputados federais diplomados Clarissa Tércio (PP-PE), André Fernandes (PL-CE) e Silvia Waiãpi (PL-AP).


quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Na Lupa 🔍 Quarta 11/01/23, Blog do Edney

BLOG DO EDNEY
NA LUPA 🔎 

A INDÚSTRIA DE FAKE NEWS ALIENA, DOUTRINA E HIPNOTIZA
Fake News são as Notícias falsas (sendo também muito comum o uso do termo em inglês fake news para definir tal prática) são uma forma de imprensa marrom que consiste na distribuição deliberada de desinformação ou boatos via jornal impresso, televisão, rádio, ou ainda online, como nas mídias sociais. Este tipo de notícia é escrito e publicado com a intenção de enganar, a fim de se obter ganhos financeiros ou políticos, muitas vezes com manchetes sensacionalistas, exageradas ou evidentemente falsas para chamar a atenção. O caso e muito grave caro leitor que nos acompanha aqui na LUPA. Vamos dar uma analisada :
FAKE NEWS- O conteúdo intencionalmente enganoso (feito de propósito) e falso é diferente da sátira ou paródia. Estas notícias, muitas vezes, empregam manchetes atraentes ou inteiramente fabricadas para aumentar o número de leitores, compartilhamento e taxas de clique na Internet.Neste último caso, é semelhante às manchetes "clickbait", e se baseia em receitas de publicidade geradas a partir desta atividade, independentemente da veracidade das histórias publicadas.As notícias falsas também prejudicam a cobertura profissional da imprensa e torna mais difícil para os jornalistas cobrir notícias significativas. 
USO NA POLÍTICA- No Brasil a ala bolsonarista se especializou no assunto a ponto de usar as Fake News pra doutrinar, hipnotizar e alienar milhares de eleitores e pessoa do povo. Tudo segue um script traçado estrategicamente e a coisa é feita e repetida exaustivamente para forçar os “hipnotizados” a creem que aquela veiculação é verdade. O uso dos grupos de WhatsApp na difamação de fakes news se tornou uma febre no Brasil. É o meio mais usado para a prática de recrutamento de adeptos. Tudo não passa de uma doutrinação psicológica que depois que “entra na mente” do indivíduo não tem quem convença da falsidade do conteúdo. E se alguém contesta será repelido agressivamente e taxado de “comunista”. Mas tudo é calculado até mesmo o uso do termo “comunista” é usado para amedrontar e assombrar os leigos. 
PRÁTICA NAZISTA 1- Durante 300 anos a propaganda sempre despertou interesse de muita gente, inclusive, mas foi só em 1925, a partir do primeiro encontro entre Adolf Hitler e Joseph Goebbels, que os estudos sobre a capacidade de manipular as massas, na teoria e na prática, começaram a se desenvolver cientificamente. As práticas mais modernas do marketing, baseadas em pesquisas nas emoções humanas mais do que na razão, têm seu berço no nazismo.
PRÁTICA NAZISTA 2- O movimento nazista na Alemanha dos anos 1920 ainda não era um partido e não chegava a ter 1.000 filiados quando Goebbels, contratado por Hitler, iniciou-se nas primeiras estratégias do que hoje chamamos de marketing negativo ou fake news. Teve bastante sucesso e ficou célebre com a frase: “Uma mentira dita mil vezes torna-se verdade". Essa célebre frase de Joseph Goebbels, ministro da propaganda na Alemanha Nazista, permite refletir acerca do papel das "fakes News" (termo inglês para notícias falsas) na sociedade. Estas acabam por exercer controle sobre o indivíduo e, por fim, nas decisões importantes, por exemplo, as eleições.
FOGUETE SE ESPALHA - Em primeira análise, cabe pontuar que as notícias falsas exercem controle sobre o individuo. Isso (Vírgula) porque, essas noticiam acontecimentos extraordinários e alarmantes, logo o internauta sente grande vontade de compartilhá-las, uma vez que as ver vê como algo importantíssimo e não tem o cuidado de pesquisar a fonte, já no outro geram o mesmo sentimento (Como assim?) e, por fim, cria-se um rede de espalhamento. Isso, é o observado em pesquisas divulgadas pela Universidade de São Paulo (USP), as quais noticiam a qual noticia que 12 milhões de pessoas já compartilharam notícias falsas em alguma rede social.
MÉTODO DO NAZISMO - observe atentamente: “A propaganda jamais apela à razão, mas sempre à emoção e ao instinto”. A frase, que encerra os princípios éticos do marketing ultramoderno, foi proferida em 1934 por Goebbels – o homem que ficou ao lado de Hitler até o fim. Craque na oratória, Goebbels costumava dizer que “as grandes revoluções não são feitas por intelectuais e grandes escritores, mas por grandes oradores que criam narrativas para hipnotizar as massas e  aproveitar até mesmo os insultos dirigidos aos nazistas, invertendo as críticas. 
BOLSONARISTAS- De forma impensável e inacreditável, o núcleo bolsonarista espalhou fake news após o atentado a Praça dos Três Poderes, tentando (usando esse métodos nazista) inverter a ordem dos fatos. Na narrativa espalhadas pelos grupos de bolsonaristas, o quebra-quebra promovido pelos terroristas “teria sido” promovido por membros infiltrados do MST. A desfaçatez seria coloca se não fosse trágica. Para completar tiveram a audácia de usar uma foto de uma senhora norte-americana alegando (fake news) que ela teria morrido pelas mãos dos petistas na suposta prisão dos terroristas que depredaram Brasília e atacaram a honra da Nação Brasileira. 
A TÁTICA - Segundo o manual Nazista difundido por ele, ministro de Esclarecimento e Propaganda do Terceiro Reich, ‘depois que a propaganda mesmo sendo falsa e mentirosamente conscientizou todo um povo a respeito de uma idéia, a organização pode obter o máximo de benefícios com a ajuda apenas de um punhado de pessoas’. Essas são os inocentes úteis, no Brasil são os que foram doutrinados, hipnotizados e alienados. 

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Na Lupa 🔍 Terça 10/01/23, Blog do Edney

BLOG DO EDNEY
NA LUPA 🔎 


Por Edney Souto


AINDA SOBRE O ATAQUE TERRORISTA A PRAÇA DOS TRÊS PODERES 

Aos dez dias do mês de Janeiro de 2023 ninguém em sã consciência poderia imaginar que os poderes constituídos do Brasil chegassem a ser vilipendiados e massacrados como foram no final de semana destes últimos dias. A união dos poderes em defesa da normalidade da vida nacional está acima de qualquer coloração ou lado político e ideológico. Não nos cabe aqui na coluna fazer juízo de valor sobre A ou B, porém temos que falar a verdade, como sempre fizemos desde o primeiro dia em que nós abraçamos a ideia de escrever a coluna semanal NA LUPA. Estamos estarrecidos com os fatos ocorridos em Brasília. 
ENCONTRO - O presidente Lula, que se reuniu ontem a noite com os 23 governadores e 04 representantes de governos estaduais. Lula colocou que o Brasil não vai permitir que a democracia escape das mãos.
Lula convocou a reunião após os ataques terroristas na Praça dos Três Poderes, quando uma minoria radical de bolsonaristas depredou o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Todos os discursos foram unânimes na defesa da democracia e repúdio aos ataques do domingo.
Lula, ao encerrar a reunião, disse que a democracia é o único regime que pode possibilitar que todas as pessoas no Brasil possam fazer três refeições por dia. Num ato simbólico Lula e os chefes dos poderes foram caminhando até o STF, logo após a reunião. 
GABEIRA- O ex-deputado federal e jornalista Fernando Gabeira que no passado foi ídolo do PV, Partido Verde falou uma frase muito interessante a título comparativo do comportamento desses bolsonaristas, travestidos de “éticos”terroristas: “Pessoas descentes que dizem que não querem um presidente ladrão, invadem os prédio públicos e roubam tudo o que podem”, colocou o ex-deputado. Obras de arte, vidraças e móveis foram destruídos pelos terroristas e vários objetos foram roubados nos prédios localizados na Praça dos Três Poderes, na capital federal.
UNIVERSO DA LOUCURA - Há de fato, algo fora da realidade, fazendo uma analogia sobre a questão de saúde mental dessas pessoas algo que não está em sintonia com a normalidade mental do ser humano. Há devaneios, loucura e hipnotismo, só pode ser. O que parece é que parte do Brasil adoeceu literalmente. Pessoas fragilizadas são usadas para em nome de uma “falsa ordem” lutarem pra atender interesses escusos de terceiros. Seguindo essa lógica o governo já identificou em dez estados financiadores de atos terroristas, afirmou o ministro da Justiça, em entrevista à Rede Globo de Televisão, na noite de ontem. 
REGRAS DO JOGO- Como é que se joga o jogo político e aceita-se as regras postas e depois que a partida termina querem contestar o resultado somente porque nada saiu como eles planejavam. É inexplicável que essa contestação encontre eco na sociedade a ponto de tantas pessoas saírem de seus lares para irem a Brasília de ônibus quebrar tudo. Caro leitor estamos todos passados com
o ocorrido. Infelizmente, tem que haver uma punição exemplar, dentro da legislação, para que fatos como esse não venham a se multiplicar e se repetir nas eleições municipais de 2024 no
próximo ano. 
PRISÕES- A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e o Exército realizaram uma operação no Quartel-General do Exército, em Brasília, para desmontar o acampamento bolsonarista que estava montado no local. Cerca de 1300 pessoas foram presas. A operação cumpria decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou que o fim de acampamentos golpistas. O grupo de detidos foi encaminhado à Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal e, depois, levados ao ginásio da Academia Nacional da Polícia Federal, onde os radicais passam por uma triagem para que se consiga uma radiografia real dos financiadores do maior ataque a democracia da história recente do nosso país. 
POSIÇÃO DO BLOG- A liberdade do cidadão e os direitos escritos na Constituição de 1988 devem ser respeitados lembrando que “direitos pressupõe deveres”. Todo são responsáveis pela sociedade em que vivemos. Esperamos que a Lei seja aplicada de forma verdadeira para que estas pessoas entendam que ninguém está a cima da Lei. Acima da Lei somente Deus. É isso aí. 

PASSANDO A LUPA 🔎

NO HOSPITAL - O ex-presidente Jair Bolsonaro postou uma foto, em seu perfil nas redes sociais, em que aparece em um leito de hospital. Mais cedo, o hospital em que Bolsonaro alegou estar internado, nos Estados Unidos, negou que o ex-presidente estivesse lá. Sempre que a coisa aperta o Ex- presidente é internado, muita coincidência.
UNIDADE - Após reunião com governadores e vice-governadores das 27 unidades federativas do país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu do Palácio do Planalto em caminhada simbólica com autoridades até o Supremo Tribunal Federal (STF). Lula convocou a reunião após os ataques terroristas na Praça dos Três Poderes, ontem, quando bolsonaristas radicais depredaram o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso e do Supremo.
TERCIOS - Deputados e senadores eleitos da base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) podem perder os seus mandatos por endossarem os atos terroristas que ocorreram em Brasília, ontem. É o caso da deputada estadual Clarissa Tercio (PL) e do seu esposo Pastor Junior Tercio. Ela foi eleita federal nas últimas eleições e ele estadual.
PMPE - A Polícia Militar de Pernambuco está articulando, junto à Força Aérea Brasileira, o envio do efetivo em um avião da FAB, que partirá da Base Aérea da Aeronáutica, no Recife, até a manhã desta terça-feira (10). No Distrito Federal, esses profissionais atuarão em apoio à Intervenção determinada pelo Governo Federal para garantia da lei e da ordem. Os policiais são todos especializados, com parte deles já formados pelo curso da Força Nacional. Eles serão empregados no policiamento ostensivo e preventivo, integrando os esforços coordenados pela intervenção.
RAQUEL - “Manifestações fazem parte do jogo democrático. Mas as cenas de vandalismo que vemos agora em Brasília são inaceitáveis. Democracia e eleições são valores inegociáveis. Só teremos um estado e um país mais fortes quando todos respeitarem a lei e as regras que regem a República” – Governadora Raquel Lyra
EXTRADIÇÃO - O senador Renan Calheiros (MDB-AL) pediu formalmente nesta segunda-feira (09) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está nos Estados Unidos desde o dia 30 de dezembro. Em seu pedido, direcionado ao ministro Alexandre de Moraes, ele pede que Bolsonaro volte ao Brasil e explique suas relações com os atos ocorridos em Brasília no domingo (08). Calheiros pediu ainda que que o ex-presidente se apresente em 72 horas e seja preso caso se recuse a cumprir a determinação, caso o STF acate. No documento, o parlamentar afirmou que a "turba golpista" que vandalizou "vem sendo alimentada há muito tempo" por Bolsonaro.  "Inegável sua consciência diante da ilicitude que praticava com tais falas, bem como a consciência de sua responsabilidade pelas consequências: a pretexto de se ausentar da solenidade de passagem de faixa para o presidente da República eleito [Lula], no dia 1º de janeiro de 2023, Jair Messias Bolsonaro, fugiu para os Estados Unidades, utilizado o avião presidencial, e até hoje não retornou", disse.

EXTRADIÇÃO 01 - Cresce a pressão sobre uma possível extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está nos Estados Unidos desde o dia 30 de dezembro. Diversos parlamentares e autoridades pedem que Bolsonaro seja investigado por relação com as invasões e ataques de bolsonaristas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (08). Nesta segunda-feira (09), o Departamento de Estado disse que se alguém entra nos EUA com visto diplomático e não está mais em missão oficial, ele deve deixar o país ou pedir a mudança de status em um prazo de 30 dias. A declaração foi dada após pergunta sobre a situação do ex-presidente.
TERROR COM PARLAMENTARES - O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse ontem (9) que parlamentares que apoiaram os atos terroristas praticados na Esplanada dos Ministérios serão denunciados. O senador não citou os nomes de quem deve ser denunciado. “No dia de hoje, iremos oferecer denúncia contra parlamentares que, ontem, participaram dos atos. Parlamentares que se compliciaram com o terror e o ataque feroz à nossa democracia serão responsabilizados”, afirmou.
DELEGADO ISRAEL - O vice-prefeito da cidade de Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, o delegado Israel Rubis, comunicou no último domingo (08) através das redes sociais que nos próximos dias irá renunciar ao cargo. Rubis justificou a decisão em virtude das divergências políticas enfrentadas entre ele e a gestão municipal. No vídeo compartilhado nas redes sociais, o delegado diz que se lançou como pré-candidato a prefeito em 2019, mas em 2020 foi convidado a integrar a chapa do atual prefeito, Wellington Maciel. Entretanto, o vice-prefeito disse que teve o "protagonismo cerceado" na gestão e que não conseguiu representar os interesses dele e dos eleitores que confiaram nele.
INVASORA - A ex-primeira-dama da Paraíba Pâmela Bório (PSC) foi identificada como uma das bolsonaristas radicais que invadiram o Congresso Nacional no domingo (8), em Brasília.
Nas redes sociais, Pâmela postou vídeos e fotos dos participantes dos atos antidemocráticos no gramado da Praça dos Três Poderes e, em seguida, ela própria filmou a si mesma e a outros bolsonaristas no telhado do Congresso, uma área restrita. Pâmela é ex-esposa do ex-governador Ricardo Coutinho (PT), e foi a Brasília acompanhada do filho, que é menor de idade.
O menino é visto nas imagens feitas por ela na capital federal. Pâmela Bório é jornalista e natural de Senhor do Bonfim, na Bahia. Ela também é suplente de deputado federal pelo PSC na Paraíba.
ISOLADO - Afastado do cargo por 90 dias pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos atos terroristas em Brasília, o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha vive um isolamento político dentro do MDB, seu partido, e pode se tornar alvo de um processo de expulsão. Nesta segunda-feira, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que defenderá a saída de Ibaneis da sigla. Um requerimento pela desfiliação do governador, contudo, ainda não foi submetido à executiva nacional do MDB.
ACAMPAMENTO - Cumprindo a determinação do Ministério Público Federal (MPF), agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estiveram na tarde desta segunda-feira (9), no Comando Militar do Nordeste, na BR-232, no bairro do Curado, para ordenar que os acampamentos antidemocráticos fossem desmontados. A requisição direcionada à PF e à PRF é de autoria dos procuradores da República Alfredo Falcão Júnior e Rodolfo Ribeiro Lopes. Alguns caminhões foram utilizados para a retirada das tendas, alimentos, banheiros químicos e materiais utilizados pelos participantes dos atos contra a Constituição. Em nota à imprensa, a assessoria de comunicação da PRF informou que "nossas equipes acompanham o movimento de desmobilização espontânea em frente ao CMNE. Ver-se no local alguns veículos de carga fazendo a retirada de tendas, suprimentos, etc

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

APÓS ATAQUES, LULA UNE O BRASIL

'Eles querem é golpe e golpe não vai ter', diz Lula a governadores sobre terroristas
Tarcísio de Freitas (SP) defende diálogo e diz que democracia sairá mais forte, enquanto a interina Celina Leão (DF) tenta inocentar o afastado Ibaneis Rocha
Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, governadores e representantes dos 27 estados do país prestaram solidariedade e ofereceram apoio ao governo federal após ataques terroristas às sedes dos Poderes no domingo. Após a reunião, o grupo, que incluía o presidente dos demais poderes, desceu a rampa do Palácio do Planalto e foi a pé, pela Praça dos Três Poderes, até a sede do Supremo Tribunal Federal (STF).

— Eles querem é golpe e golpe não vai ter. Eles têm que aprender que a democracia é a coisa mais complicada para a gente fazer, porque exige gente suportar os outros, exige conviver com quem a gente não gosta, com quem a gente não se dá bem, mas é o único regime que permite que todos têm a chance de disputar e quem ganhar tem o direito de governar — disse Lula sobre os ataques de domingo.
Até mesmo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Distrito Federal, Celina Leão (PP), defenderam a democracia e o diálogo para evitar que novas ações deste tipo ocorram.

— Era muito importante estar presente (na reunião com Lula) no dia de hoje neste ato de solidariedade aos poderes constituídos, ato de solidariedade ao Supremo Tribunal Federal, solidariedade ao Congresso Nacional, a Câmara de Deputados, ao Senado Federal, solidariedade no final das contas à nossa democracia — afirmou o governador de São Paulo: — Essa reunião de hoje significa que a democracia brasileira, depois dos episódios de ontem vai se tornar ainda mais forte .
Lula, ao fim da reunião, lembrou que seu objetivo era reunir ainda em janeiro todos os governadores para tratar das prioridades de cada estado, e provocou Bolsonaro afirmando que "ninguém" lembraria a última vez de uma reunião destas. Em discurso forte em defesa da democracia e do processo eleitoral, Lula afirmou que reunir representantes de todos os estados um dia após os atos terroristas no Planalto era algo muito importante:

— Hoje estamos reunidos por causa mais nobre — disse Lula. — E quis Deus que essa não reunião acontecesse antes dessa que vocês não vieram reivindicar nada. Vieram prestar solidariedade ao país e a democracia.

No discurso, Lula disse que as 1500 detidas após os atos terroristas ficarão presas até o término do inquérito. O presidente disse que não vão parar de investigar nas pessoas que estiveram no ato, que, segundo ele, "possivelmente são vítimas, que possivelmente são massa de manobra, que possivelmente receberam ajuda, lanche, comida para vir aqui protestar".

-- Os mandantes certamente não vieram aqui e nós queremos saber quem financiou, queremos saber quem custeou, quem pagou para as pessoas ficarem tanto tempo, tanto tempo sem trabalho.

Lula disse que não serão "autoritários com ninguém em nome de defender a democracia", mas prometeu uma investigação rigorosa, incluindo os caminhões e ônibus que participaram do movimento.

-- Nós vamos investigar e chegar em quem financiou. Eu tenho certeza que vamos descobrir
— O resultado eleitoral aconteceu e foi respeitado por uma grande parte da sociedade, mas uma parte dos perdedores não aceitou e estão na rua reivindicando o que? Estão na frente dos quartéis em quase todo território nacional. Estão reivindicando golpe. É a única coisa que se ouvia falar. O que estamos fazendo aqui é tentando reparar um defeito que foi criado lá atrás quando se começou a negar tudo nesse país — disse.

Lula ainda acusou policiais de terem sido negligentes nos atos terroristas:

— Havia uma conivência explícita da polícia apoiando os manifestantes. Mesmo aqui no Palácio, soldado do Exército Brasileiro conversando com as pessoas como se fossem aliados 1 criticou o presidente.

O presidente também se colocou como exemplo de democrata:

— Depois da festa democrática, todos fomos pegos de surpresa — disse Lula. — Todas as vezes que eu perdi, voltava para casa. Essa gente passou a reivindicar o negacionismo do resultado eleitoral. Essa gente depois de duvidar da urna, de dizer que se perdesse tinha sido roubado, não quis acatar resultado eleitoral.
Representantes de todos os 27 estados e do Distrito Federal estava presentes — os governadores que se ausentaram estavam no exterior ou haviam passado por procedimentos cirúrgicos. Entre os governadores alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro estão, além de Tarcísio e Celina, Cláudio Castro, do Rio, Jorginho Mello, de Santa Catarina, e Romeu Zema, de Minas. A única ausência no começo da reunião era de Ratinho Jr (PSD-PR), cujo voo atrasou, mas ele estava em trânsito e se somaria ao grupo, segundo informou o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).

A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), apoiadora de Jair Bolsonaro, condenou os atos de terrorismo que ocorreram em Brasília, mas defendeu a atuação do governador afastado, Ibaneis Rocha (MDB).

― É um dia de luto na história da democracia para todos nós. Para nós no Distrito Federal muito mais grave, porque a responsabilidade recai sobre nossos ombros. É importante na minha fala de hoje, até para nivelar as informações do que aconteceu, primeiro reafirmar que o governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, é um democrata. Por infelicidade, recebeu várias informações equivocadas durante o momento da crise — disse ela.

Ela também fez questão de se referir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), como “nossos” presidentes.

— O governo do Distrito Federal não vai tolerar, na capital federal, atos de vandalismo ou de terrorismo como os que vimos ontem — disse ela.

O primeiro a falar no encontro foi Barbalho, que ressaltou o fato de a reunião se tratar de um "ato de desagravo" após terroristas destruírem prédios dos três Poderes em Brasília.

— O que nós vimos ontem foi uma tentativa de golpe de Estado — afirmou. — Estamos aqui porque todos têm uma causa inegociável que nos une: a democracia. estamos aqui não para defender ideias de direita ou esquerda, mas para defender a democracia do nosso país. e defender as instituições. É fato que o ocorrido no dia de ontem, de gravidade extrema, aquilo não foi manifestação política, foi terrorismo. Ato de tentativa de golpe de Estado.

A presidente do STF, ministra Rosa Weber, afirmou que a reunião é importante para mostrar unidade do país contra os atos golpistas, e convidou a todos os governadores a irem ao prédio do Supremo após a reunião para ver a destruição.

— Estou aqui em nome do STF agradecendo iniciativa dos governadores para testemunharem a unidade nacional de um Brasil que todos nós queremos, no sentido da defesa da democracia e do estado democrático de direito. O STF foi duramente atacado, o nosso prédio histórico, seu interior, foi praticamente destruído, em especial nosso plenário e essa simbologia a mim entristeceu de uma maneira enorme, mas quero assegurar a todos que vamos reconstruído e no dia 1º de fevereiro daremos início ao ano judiciário como se impõe ao poder judiciário e guardião da Constituição Federal.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ressaltou a importância da reunião com tendências políticas diferentes para "demonstrar para a população brasileira que as instituições não pararão". Na fala, Lira adiantou que os deputados aprovarão nesta noite por unanimidade o decreto do presidente Lula que determinou a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal.

— A Câmara fará uma sessão para aprovar a intervenção na segurança pública do Distrito Federal. Votaremos simbolicamente por unanimidade pra mostrar que a casa do povo está unida em defesa de medidas duras contra esse pequeno grupo radical, que hostilizou as institutições e tentou deixar a democracia de cócoras ontem no Brasil. Não tem nosso apoio, não terá o apoio Casa do Povo, não terá apoio das instituições que cuidam e prezam pela democracia — disse Lira.

Depois foi definido que um governador de cada região. Pelo sul falou Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, que defendeu que todos os estados enviem policiais para a Força Nacional e que criem gabinetes de crise.

— Além de estados estarem disponibilizando efetivo policial para apoiar na medida de contenção de outros atos de violência e garantia da ordem no DF, estamos atuando de forma sinérgica e em sintonia para manutenção da ordem em todos estados e deixar registrado que no Rio Grande do Sul, temos um gabinete de crise, reunindo todas as forças de segurança e órgãos de controle, para atuarmos de forma coordenada para identificar todos que atuam em atos que agridem não só a instituições, mas para abrirem inquérito para identificar quem financia e dar devida consequência para quem atenta contra a democracia — falou o gaúcho.

Representando o Nordeste, a governadora Fátima Bezerra (PT-RN) defendeu a democracia:

— Foi muito doloroso para todos nós. Para nós que amamos a democracia, que sabemos o quanto custou conquistá-la. A violência atingindo o coração da república na hora em que atentou contra as mais importantes instituições do estado democrático de direito. Diante de um episódio tão grave não poderia ser outra a atitude dos governadores do Brasil de estarem aqui hoje: para dizer que estamos firmes, em harmonia e em sintonia com os demais poderes na defesa da democracia — afirmou a governadora.

Edvaldo Nogueira, presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, prefeito de Aracaju, também afirmou que a resposta aos atos terroristas mandam mensagens a todo o país:

— Estamos vivendo momento importante de reafirmação da democracia mas precisamos tirar lições importantes desse episódio. Estamos aqui para falar bem alto ao povo brasileiro que não vamos aceitar ataques e o fim da democracia, que é o que nos une. Não podemos deixar que a democracia acabe por qualquer motivo — disse Nogueira.

Augusto Aras, procurador-geral da República, afirmou que sempre defendeu a democracia. Em uma espécie de resposta aos críticos que afirmam que ele foi leniente com Bolsonaro — que o indicou ao cargo — ele fez uma curta fala lembrando sua atuação no fim de semana:

— No último sábado, por volta de meia noite, falava eu com a doutora Lindora, que se manifestava pela prisão de uma das líderes do movimento que veio a eclodir no domingo. E o ministro Alexandre mandou prender essa liderança que atuava nas redes sociais. Nesses últimos dois anos não falou Ministério Público, não faltou STF. Isso é necessário dizer a nação e a todos os presentes. Não falou MP e Judiciário na busca desse controle — disse Aras. — A nossa luta perdura. São 1,5 mil pessoas (presas), tive o cuidado de acrescentar quase uma centena de procuradores da república de todo Brasil para as audiências de custódia realizadas centenas ainda hoje aqui no DF.


MINISTRO DINO DIZ QUE JÁ DESCOBRIU FINANCIADORES DE TERRORISTAS EM DEZ ESTADOS

Ministro da Justiça diz que financiadores de atos terroristas em Brasília foram identificados em dez estados
Um dia após os atos terroristas em Brasília, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que o governo já identificou que a Polícia Rodoviária Federal identificou os responsáveis por financiar o transporte de manifesntes golpistas para Brasília em dez estados. Na véspera, mais de cem ônibus chegaram à capital federal. Segundo Dino, empresários bancaram o fretamento desses veículos.

— O que é possível afirmar cabalmente é que havia financiamentos. Temos a relação de todos os contratantes dos ônibus. E essas pessoas serão chamadas porque contrataram os veículos e não eram para excursões turísticas — disse ele.

Dino também afirmou que é "inequívoco" que há empresários do agronegócio entre os financiadores dos atos, mas ponderou que é preciso evitar generalizações.

— Que há pessoas vinculadas a este segmento é inequívoco. Mas isso não significa uma generalização— afirmou.

Em entrevista nesta segunda-feira para fazer um balanço sobre os atos deste domingo, o ministro da Justiça disse que a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 40 ônibus que transportavam manifestantes dos atos de ontem. Em um deles, foi encontrada uma arma de fogo, "o que mostra uma preparação de atos de violência", ressaltou ele.

Ao reunir governadores no Palácio do Planalto na noite desta segunda-feira, o presidente Lui Inácio Lula da Silva disse que não vão parar de investigar nas pessoas que estiveram no ato, que, segundo ele, "possivelmente são vítimas, que possivelmente são massa de manobra, que possivelmente receberam ajuda, lanche, comida para vir aqui protestar".

— Os mandantes certamente não vieram aqui e nós queremos saber quem financiou, queremos saber quem custeou, quem pagou para as pessoas ficarem tanto tempo, tanto tempo.

CLARISSA E JUNIOR TÉRCIO PODEM PERDER MANDATOS DE DEPUTADOS

Deputados e senadores eleitos da base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) podem perder os seus mandatos por endossarem os atos terroristas que ocorreram em Brasília, ontem. É o caso da deputada estadual Clarissa Tercio (PL) e do seu esposo Pastor Junior Tercio. Ela foi eleita federal nas últimas eleições e ele estadual.
Segundo o cientista político Adriano Oliveira, o natural é que parlamentares (vereadores, deputados e senadores) defensores de atos antidemocráticos e terroristas sejam cassados pelo Parlamento. “Não se deve mais naturalizar/contemporizar o bolsonarismo”, disse Adriano em seu Twitter.
Alguns parlamentares, após observarem a repercussão negativa e o risco em apoiar os atos de vandalismo, apagaram as publicações de suas redes sociais. Não foi o caso de Clarissa, que permanece um vídeo da invasão ao Congresso em seu Instagram.

Do Blog do Magno Martins

BOLSONARO, GOVERNO DO DF E GENERAIS ESTMULARAM TERRORISMO E CAOS

Bolsonaro, generais e governo do DF estimularam terrorismo 
Três Poderes pareciam barata tonta, polícia e Exército largaram a capital; Lula tomou a decisão certa.
Vinicius Torres Freire – Os terroristas da camisa amarela passeavam à vontade pelo Palácio do Planalto às 16h. Tiravam fotos diante do gabinete do presidente, riam, quebravam coisas. Depredavam também o Supremo, arrombaram armários de ministros e roubavam as togas. Invadiram o plenário do Senado, ao menos. Pichavam paredes. Era mistura de anarquia com o terrorismo bolsonarista.
Às 17h53, Luiz Inácio Lula da Silva tomou a atitude devida: intervenção no Distrito Federal. Chamou os fascistas de fascistas e prometeu investigação e punição, inclusive para os omissos do seu próprio governo.
Era o mínimo. Não havia governo, não havia ordem. Brasília era terra sem lei. Sem polícia, a horda destruíra a Praça dos Três Poderes. Onde estava o Exército? Para que serve o Batalhão da Guarda Presidencial? Para fazer figuração com fantasia. As autoridades cúmplices, no mínimo por negligência, devem ser processadas.
As autoridades do novo governo, do Congresso e do Supremo pareceram perdidas, por horas. Ninguém aparecia em público para dizer que havia autoridade e governo. O comando dos Três Poderes parecia barata tonta. No final da tarde, o Congresso ainda apenas discutia a criação de um “gabinete de crise”.
Os responsáveis imediatos pela facilitação da baderna subversiva são Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal, e seu chefe de polícia, Anderson Torres, ministro da Justiça do governo golpista de Jair Bolsonaro. Ibaneis demitiu Torres depois que a imundície estava derramada. De resto, onde estavam as polícias federais? Ninguém notou que caravanas com milhares de subversivos estavam a caminho da capital da República? E o Gabinete de Segurança Institucional? É uma piada.
Apenas por volta das 16h30 chegavam policiais de choque e cavalaria ao centro da baderna. Por volta das 17h, havia notícias vagas de que apareceria a Força Nacional, uma centena e meia de tropas, de que polícias começaram a tirar a horda da praça e de que havia sido retomado o controle da sede do STF. Pelas imagens, os terroristas eram retirados das sedes do poder federal, mas não eram presos. Era como se apenas tivessem pisado na grama. Apreenderam pelo menos os ônibus e seus responsáveis? É cadeia fácil para milhares.
Pouco antes do tumulto, policiais do DF batiam papo e tiravam fotos com gente da horda. Muitos dos bandidos golpistas saíram do acampamento terrorista diante do Quartel-General do Exército para fazer incursões contra os Três Poderes, escoltados PELA POLÍCIA. Outros comemoravam a baderna criminosa com fogos de artifício e atiravam coisas contra carros da polícia. Logo depois, policiais seriam espancados pelos terroristas bolsonaristas.
Ibaneis Rocha e seu chefe de polícia bolsonarista entregaram o centro do poder federal à horda criminosa; o governador chamou os bandidos de “manifestantes”. É o principal responsável.
Mais grave, por quase cumplicidade, há José Múcio, ministro da Defesa, que em sua posse chamou a reunião de bandos golpistas diante de quartéis de “manifestações democráticas”, nas quais tinha amigos e parentes, como ele mesmo contou.

*Folha