terça-feira, 27 de maio de 2025

HÁ DEZ ANOS APOIANDO A CAUSA, ALEPE PARTICIPA DO EVENTO QUE MARCA UMA DÉCADA DA EPIDEMIA DE MICROCEFALIA

Há dez anos apoiando a causa, Alepe participa de evento que marca uma década da epidemia de microcefalia
O mês de maio marca os dez anos do surgimento dos primeiros casos de microcefalia decorrentes da infecção do Zika Vírus que afetou crianças e alterou o curso de vidas das famílias em Pernambuco. Para marcar a data, o grupo União de Mães de Anjos (UMA), associação que atua na assistência e acompanhamento das famílias de crianças com microcefalia no Estado, promoveu nesta segunda-feira (26/05) um culto ecumênico no Shopping Tacaruna.

O evento contou com o apoio da presidência da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e teve o deputado Gilmar Jr. representando o presidente da Casa, deputado Álvaro Porto. O parlamentar preside a Comissão da Pessoa com Deficiência e Atipicidades da Alepe. O colegiado entrou em vigor em 1º de fevereiro deste ano. 
“É extremamente importante ter a Assembleia Legislativa envolvida neste evento por se tratar de uma iniciativa que destaca a importância dessas mães atípicas num cuidado que elas precisaram aprender diante de uma pandemia internacional. Essas mães tiveram de encontrar estratégias adequadas ao cuidado com seus filhos diante de um Estado que sequer sabia como lidar com essa situação. São dez anos de dificuldades, de falta de assistência, de falta de conhecimento e de falta de estrutura para receber essas crianças. A Comissão da Pessoa com Deficiência e Atipicidades da Alepe acolhe essas mães e participa desse evento com muito entusiasmo”, destacou o deputado Gilmar Jr.

Participaram do culto ecumênico crianças e familiares que se confraternizaram e reforçaram os laços construídos ao longo da última década. De acordo com a presidente da União de Mães de Anjo, Germana Soares, a entidade ainda luta pelas mesmas necessidades há dez anos. 
“É importante lembrar à sociedade que essas crianças estão aqui, após dez anos, e por incrível que pareça ainda lutamos pelas mesmas necessidades. Precisamos muito de qualidade de vida, de dignidade e de condições para proporcionar o melhor para essas crianças. Nossos filhos ficaram dessa forma por uma irresponsabilidade do Estado brasileiro. Não é justo que nós mães arquemos sozinhas com essa responsabilidade. Continuaremos lutando para que nossos filhos tenham uma reparação justa, com atendimento adequado e suficiente”, disse Germana.  

Mãe da pequena Maria Giovana, Gleyce Kelly Santos relata que um evento como o culto apoiado pela Alepe marca uma luta das mães de crianças com microcefalia. “Nossa luta é pelo sistema, por atendimentos em hospitais, por consultas e terapias, uma luta para tirar nossos filhos da desnutrição, uma luta por amor aos nossos filhos. Que Deus nos permita que a gente tenha força pra continuar porque ainda tem muita coisa para ser conquistada”, completou. 

Resistência
Na próxima sexta-feira (30/05), às 10h, a Comissão da Pessoa com Deficiência e Atipicidades da Alepe promove, no auditório Sérgio Guerra, a solenidade “Dez anos da União de Anjos em Pernambuco, Uma Década de Resistência”. O encontro marcará a luta das famílias envolvidas com a questão e homenageará personalidades e entidades que colaboraram com a UMA nestes dez anos.

“A gente vai discutir os dez anos da UMA, essa entidade que chega para Pernambuco como algo inédito. Ela conseguiu juntar os conhecimentos possíveis para lutar por crianças com microcefalia. É uma entidade cujo trabalho tem repercussão nacional e internacional. Discutir o que essas mães viveram nesses últimos dez anos é o objetivo da nossa audiência pública”, informou o deputado Gilmar Jr.

Entre as atribuições da Comissão da Pessoa com Deficiência e Atipicidades da Alepe estão a promoção da acessibilidade, eliminando barreiras que limitam a participação plena na sociedade. Além disso, a comissão busca facilitar o acesso à Justiça na busca por reparação de danos morais ou patrimoniais, individuais ou coletivos, por meio de órgãos judiciários e administrativos. 

O colegiado incluiu no seu escopo o termo “atipicidades”, ampliando assim sua atuação para além das deficiências tradicionais, abrangendo condições como autismo, transtornos de aprendizagem e outras neurodivergências.


Legislação

Além de incluir no quadro de comissões permanente da Casa, um colegiado voltado para pessoas com deficiência e atipicidades, a Assembleia Legislativa aprovou algumas leis que garantem os direitos às crianças e dignidade aos familiares. 

Um exemplo é a norma que assegura prioridade no atendimento para abertura de micro e pequenas empresas aos representantes das famílias que possuam dependentes com microcefalia e outras deficiências. Outro Projeto de Lei reserva vagas em programas habitacionais do Estado para famílias de baixa renda nesta mesma situação. E ainda há a lei que institui prioridade nos serviços de saúde pública para pessoas com microcefalia.

DUEIRE APROVA EMPRÉSTIMO INTERNACIONAL PARA O TJPE

O Senado Federal deu mais um passo significativo nesta terça-feira ao aprovar, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), a autorização para um empréstimo internacional no valor de mais de US$ 32 milhões — aproximadamente R$ 188 milhões — destinado ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). O projeto, que recebeu parecer favorável do senador Fernando Dueire (MDB-PE), foi encaminhado em regime de urgência para apreciação no plenário da Casa. De autoria da Presidência da República, a proposta visa financiar um amplo programa de transformação digital no TJPE, com recursos oriundos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), uma das principais instituições multilaterais voltadas ao desenvolvimento na América Latina. A iniciativa tem como foco reestruturar a forma como os serviços judiciais são oferecidos à população, com investimentos em infraestrutura tecnológica, ampliação da virtualização dos processos e adoção de ferramentas digitais e de inteligência artificial. A modernização tecnológica proposta pelo projeto não se limita a uma simples digitalização dos processos já existentes, mas representa um novo modelo de gestão da Justiça, com foco na eficiência, acessibilidade e transparência. A expectativa é que a tecnologia ajude a reduzir a morosidade judicial, melhorar a relação com o cidadão e ampliar o alcance da prestação jurisdicional, especialmente em regiões mais remotas ou com dificuldades de acesso físico às unidades judiciárias. O senador Fernando Dueire, relator da proposta, destacou a importância do projeto como um divisor de águas na forma como o Judiciário se posiciona diante das novas demandas sociais. Segundo ele, a transformação digital do TJPE é uma resposta concreta ao desafio de tornar a Justiça mais próxima das pessoas e menos burocrática. Com uma atuação expressiva no Senado em temas ligados ao desenvolvimento regional, Dueire já foi responsável pela aprovação de cerca de R\$ 20 bilhões em financiamentos internacionais para estados e municípios brasileiros, incluindo ações para o Recife, o Governo de Pernambuco, o Rio Grande do Sul, a Bahia, o Piauí e o BNDES.

LUTO - AGRESTE MERIDIONAL E PERNAMBUCO PERDEM O SANFONEIRO TUXINHA


O Agreste Meridional amanheceu mais silencioso nesta terça-feira (27) com a partida de uma das figuras mais carismáticas e emblemáticas da música regional: Wilton Brito da Silva, o eterno Tuxinha Sanfoneiro, que faleceu aos 66 anos no Hospital de Lajedo, onde estava internado após agravamento no quadro de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença neurodegenerativa que enfrentava com coragem nos últimos anos. Natural de Lajedo, Tuxinha construiu sua trajetória com base no talento, na paixão pela sanfona e na autenticidade de quem nasceu com o dom de encantar multidões. Com um estilo alegre, carismático e uma entrega visceral nos palcos, ele foi durante décadas um dos representantes mais autênticos da sonoridade nordestina, especialmente durante o ciclo junino, quando seu sorriso e sua sanfona se tornavam indispensáveis nas festas populares.

Conhecido por sua generosidade musical e presença marcante, Tuxinha dedicou mais de 20 anos da sua vida aos palcos ao lado de Jorge de Altinho, um dos ícones da música nordestina, contribuindo para a consolidação de sucessos e levando o forró tradicional a públicos de diferentes gerações. Além disso, sua carreira foi marcada por passagens por bandas consagradas como Pau de Arara — hoje conhecida como Asas da América — e pela criação da Banda Beijo Molhado, projeto do qual foi idealizador e que manteve viva a chama da música regional com apresentações que mesclavam tradição e inovação.

Em Lajedo, Tuxinha também se tornou referência pelas festas realizadas no Espaço Maria Rita, ponto de encontro cultural que carregava sua alma e identidade. Era lá que, todos os anos, ele se entregava às homenagens aos santos juninos — Santo Antônio, São João e São Pedro — transformando cada apresentação em um ato de devoção e celebração à fé e à cultura. No palco, sua sanfona falava mais alto que as palavras, transmitindo emoções que iam do riso à nostalgia, da dança ao silêncio respeitoso de quem reconhecia estar diante de um mestre.

Com o falecimento, Tuxinha deixa sua esposa Edileide Souza Silva, cinco filhos e quatro netos, além de uma legião de amigos, admiradores e fãs que se espalham por todo o Nordeste. O velório acontece a partir do meio-dia desta terça, no Clube Millenium Shows, espaço simbólico para a cena cultural da cidade. Já o sepultamento será realizado na manhã da quarta-feira (28), às 10h, no Cemitério Santo Inácio, também em Lajedo, sua terra natal e onde permanecerá eternamente enraizado como parte do patrimônio afetivo e musical do povo.

Sua ausência neste mês de junho, época em que seu brilho se tornava ainda mais intenso, será sentida profundamente. A sanfona de Tuxinha silenciou, mas seu legado continua ecoando nas noites de forró, nas memórias de quem dançou ao som de seus acordes e na alma de um povo que aprendeu a amá-lo como símbolo maior da alegria nordestina.

COMISSÃO DE JUSTIÇA DA ALEPE TIRA DE PAUTA PROJETO SOBRE IPVA QUE GEROU POLÊMICAS ENTRE ALEPE E AMUPE

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) protagonizou um embate político de grande repercussão após a reação da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) a uma série de projetos que propunham novas isenções do IPVA no estado. A Amupe, presidida pelo prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, emitiu nota contundente alertando para o impacto fiscal que as proposições trariam aos cofres das prefeituras. Segundo o levantamento da entidade, os municípios deixariam de arrecadar cerca de R\$ 900 milhões por ano, caso os projetos fossem aprovados nos moldes em que se encontravam. A manifestação provocou efeito imediato na Assembleia. O presidente da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da Casa, deputado Alberto Feitosa (PL), anunciou nesta terça-feira a retirada de pauta de todas as matérias que tratavam de isenções do IPVA. Segundo ele, a decisão visa abrir um canal de diálogo entre os parlamentares e os gestores municipais para encontrar um caminho de consenso. Em contato com este blog, Feitosa explicou que as propostas estavam “engavetadas há muito tempo” e, por isso, precisavam ser postas em discussão, embora reconheça que o teor das matérias é melindroso e pode causar sérios prejuízos aos municípios. Ele também revelou que o deputado Gustavo Gouveia (Solidariedade), autor de duas das proposições que estavam em análise — sendo que apenas uma delas tratava diretamente de isenção —, decidiu voluntariamente retirar seus projetos. A decisão foi vista como um gesto de sensibilidade diante da pressão exercida pela Amupe e pelo conjunto dos prefeitos. A Amupe tem adotado uma postura firme de defesa das receitas municipais diante do que considera uma escalada de projetos legislativos com apelo popular, mas que desconsideram os impactos sobre a capacidade dos municípios de manterem serviços essenciais. Marcelo Gouveia, à frente da entidade, tem buscado interlocução direta com deputados e lideranças estaduais para garantir que as prefeituras sejam ouvidas em discussões de natureza fiscal. Com a retirada dos projetos da pauta, a Comissão de Justiça passará agora a dialogar diretamente com os autores das propostas e com a Amupe na tentativa de reavaliar o conteúdo das matérias. A ideia, segundo Feitosa, é construir um texto alternativo ou rediscutir os critérios das isenções de forma a não comprometer o equilíbrio financeiro das cidades pernambucanas. O episódio evidenciou a necessidade de articulação mais ampla entre o Parlamento estadual e os prefeitos, especialmente em temas que envolvam renúncia de receita. A movimentação também acendeu o alerta na Casa sobre o risco de desgaste político junto às bases municipais. O tom da nota da Amupe, o volume da renúncia apontada e a rápida repercussão política demonstraram a força do municipalismo organizado no estado e a habilidade de Marcelo Gouveia em mobilizar apoio em defesa da autonomia dos municípios.

SIVALDO COM MUITA FÉ NA MODERNIZAÇÃO E CRESCIMENTO DO PSB NAS MÃOS DE JOÃO CAMPOS PRESIDENTE NACIONAL

O cenário político do Partido Socialista Brasileiro (PSB) ganhará novos contornos a partir da próxima semana, quando será realizado, entre os dias 30 de maio e 1º de junho, em Brasília, o 16º Congresso Nacional da sigla. A ocasião marca não apenas a consolidação de um novo ciclo dentro do partido, mas também a ascensão de uma das principais figuras políticas da nova geração: o prefeito do Recife, João Campos. Como candidato único à presidência nacional do PSB, João será aclamado pelas lideranças socialistas de todo o país, num movimento que simboliza a unidade interna e o fortalecimento da legenda sob uma liderança jovem, porém experiente. A expectativa nos bastidores é de que a escolha de João represente uma virada estratégica, com foco em expansão, modernização e maior influência no cenário político nacional.

Entre os que apostam nesse novo momento com entusiasmo está o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino, que se manifestou de forma enfática sobre o futuro da sigla sob o comando de João. Em entrevista à Rede Pernambuco de Rádios e ao Blog do Alberes Xavier, Sivaldo não poupou elogios ao colega de partido, afirmando que João reúne as qualidades necessárias para liderar um novo ciclo de crescimento. Para ele, a trajetória de Campos no comando da capital pernambucana é prova incontestável de sua habilidade administrativa e capacidade política, consolidando sua imagem como sucessor natural dos grandes nomes que fizeram história na legenda, como Miguel Arraes e Eduardo Campos. Sivaldo também destacou o trabalho de Carlos Siqueira, atual presidente, que, segundo ele, deixa um legado importante, mas que agora dá lugar a uma nova geração de lideranças.

O prefeito de Garanhuns vê em João Campos não apenas o próximo presidente do PSB, mas um articulador nato, capaz de atrair para o partido nomes expressivos tanto da política estadual quanto da nacional. Em sua avaliação, essa capacidade de articulação já está demonstrada pelo fato de João ser o único candidato ao cargo, numa demonstração clara de consenso interno e força política. “É fruto de muito diálogo, trabalho e articulação”, frisou Sivaldo, que aposta em um novo momento de união e protagonismo para o PSB. A leitura é de que João, com sua juventude aliada à experiência acumulada em duas gestões à frente da Prefeitura do Recife, dará ao partido uma nova energia, abrindo caminho para a formação de alianças estratégicas e o fortalecimento das bases socialistas nos estados.

Com a realização do congresso nacional, o PSB conclui uma extensa agenda de etapas municipais e estaduais, que pavimentaram o caminho para essa nova fase de transição e reposicionamento político. A presença maciça de lideranças em Brasília para o evento confirma o prestígio do partido e o apoio quase unânime ao nome de João Campos. Para Sivaldo Albino, esse é o tipo de liderança que não apenas administra, mas inspira, que não apenas conduz, mas mobiliza. Ele enxerga em João um ponto de convergência entre o legado histórico do partido e as demandas de uma sociedade em transformação, o que o torna, segundo suas palavras, o nome certo para conduzir o PSB a novos horizontes no cenário político brasileiro.

BASE GOVERNISTA VAI TRABALHAR EM GRUPO FOCADO EM DESTRAVAR PAUTAS NA ALEPE

Em um movimento estratégico para intensificar a articulação política no Legislativo estadual, deputados e deputadas da base aliada da governadora Raquel Lyra se reuniram na manhã desta terça-feira (27), no Palácio do Campo das Princesas, para discutir os rumos da agenda de votações na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O encontro, que acontece a cada quinze dias, foi marcado por uma decisão considerada crucial para a governabilidade: a criação de um grupo de trabalho composto pelos líderes dos partidos governistas com o objetivo de atuar de forma coordenada junto à Mesa Diretora da Alepe. A proposta surgiu diante da necessidade de destravar pautas de interesse do Executivo e garantir uma tramitação mais fluida de matérias que beneficiam diretamente a população pernambucana.

O grupo terá como missão colaborar institucionalmente na superação de impasses legislativos, atuando com foco no diálogo, na articulação política e no fortalecimento da relação entre os Poderes. A orientação partiu diretamente da governadora Raquel Lyra, que tem defendido com firmeza a importância de manter um ambiente de harmonia e respeito institucional, especialmente no momento em que o governo precisa de estabilidade para avançar com projetos estruturadores. A líder do Governo na Alepe, deputada Socorro Pimentel, que vem desempenhando papel de ponte entre o Executivo e o Legislativo, reforçou que a criação desse núcleo de articulação visa justamente assegurar que as iniciativas do governo e dos demais Poderes não fiquem estagnadas por entraves políticos ou regimentais.

Durante o encontro, a governadora reiterou que os deputados da base devem atuar com espírito público, priorizando os interesses da população e garantindo que propostas de relevância, como as oriundas do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) e do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), também avancem. A deputada Socorro Pimentel lembrou que muitas dessas matérias têm impacto direto na gestão pública, no controle de gastos, na modernização dos serviços do Judiciário e na estruturação da máquina administrativa. Para ela, a responsabilidade dos parlamentares governistas é ainda maior neste cenário, onde a eficiência legislativa se tornou uma das principais exigências da sociedade.

A partir de agora, os líderes da base aliada terão encontros mais frequentes com representantes da Mesa Diretora, buscando garantir a previsibilidade das pautas, a transparência nas negociações e a celeridade nos processos internos da Casa. A intenção é que esse grupo de trabalho funcione como uma ponte permanente entre as intenções políticas do governo e a operacionalização das votações no plenário da Alepe. A formação desse núcleo de articulação é vista por bastidores como uma resposta estratégica do Executivo às tensões que, por vezes, dificultam o andamento de projetos prioritários.

A governadora tem deixado claro que não haverá espaço para paralisia ou disputas que prejudiquem a governabilidade, e que a relação com a Alepe precisa ser marcada por maturidade política e responsabilidade institucional. O café da manhã desta terça-feira simbolizou mais do que uma reunião de rotina: representou um pacto de atuação conjunta entre Executivo e sua base legislativa, com o objetivo de alinhar esforços para garantir entregas concretas à população pernambucana. Para além das votações, o grupo também poderá acompanhar de perto comissões temáticas e contribuir com a formulação de políticas públicas, ampliando sua influência para além do plenário.

Com essa iniciativa, o Palácio do Campo das Princesas aposta em uma dinâmica de articulação política mais direta, menos burocrática e mais proativa. A expectativa é que os efeitos do grupo já comecem a ser sentidos nas próximas semanas, com avanço de pautas represadas e reestabelecimento de um fluxo institucional mais eficiente. O momento, segundo aliados do governo, é de reconstrução de pontes, e a base governista parece disposta a cumprir esse papel com firmeza e coesão.

AUGUSTO COUTINHO SERA RELATOR DE COMISSÃO QUE VAI REGULAMENTAR TRABALHO POR APLICATIVOS

Em meio aos debates sobre a modernização das relações de trabalho no Brasil, a Câmara dos Deputados deu um passo importante nesta segunda-feira (26) ao anunciar a criação da Comissão Especial dos Trabalhadores de Aplicativos. A novidade foi revelada pelo presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que nomeou o deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos-PE) como relator do colegiado. O parlamentar pernambucano terá a missão de conduzir os debates técnicos e políticos sobre a regulamentação da atividade exercida por motoristas e entregadores que atuam por meio de plataformas digitais, em um dos setores que mais crescem na economia informal. A presidência dos trabalhos ficará a cargo do deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), outro nome com trânsito entre as bancadas que discutem as transformações do mundo do trabalho. A expectativa é que o grupo parlamentar analise alternativas para garantir um mínimo de segurança jurídica e direitos trabalhistas sem interferir na flexibilidade que caracteriza a relação entre os trabalhadores e os aplicativos. O desafio está em encontrar um equilíbrio entre proteção social e autonomia individual, diante de um universo que já soma mais de um milhão de profissionais atuando sobre duas ou quatro rodas, seja no transporte de passageiros ou na entrega de mercadorias. Segundo Coutinho, o foco do seu trabalho como relator será buscar caminhos que promovam condições mais dignas e sustentáveis para essa categoria, que se tornou essencial para o funcionamento das cidades, especialmente durante a pandemia. Ele defende que a regulamentação deve surgir a partir de um mergulho profundo na realidade vivida por esses profissionais, levando em conta as diferentes jornadas, formas de remuneração e ausência de vínculos empregatícios formais. Ainda de acordo com o deputado, é preciso ouvir não apenas os representantes das plataformas, mas sobretudo os próprios trabalhadores, para que a proposta final seja fruto de uma construção coletiva. A instalação da comissão representa uma resposta do Legislativo à crescente pressão por reconhecimento e proteção legal para esses trabalhadores, que operam em uma zona cinzenta da legislação trabalhista atual. A iniciativa também dialoga com experiências internacionais que já avançam em modelos híbridos de contratação, que combinam liberdade com garantias mínimas de seguridade. Ao assumir a relatoria, Augusto Coutinho afirmou estar consciente da responsabilidade e da complexidade do tema, ressaltando que pretende conduzir os trabalhos com transparência e diálogo.

ARTHUR LIRA DEIXA FILHO NO GATILHO PARA LHE SUBSTITUIR NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Em meio às articulações que movimentam os bastidores da política nacional, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), começa a preparar o terreno para uma transição cuidadosamente desenhada dentro do seu próprio clã. Em 2026, quem deverá dar os primeiros passos no cenário eleitoral é Álvaro Lira, filho do deputado e principal aposta da família para manter a influência no Congresso Nacional. O jovem estreante já tem um destino certo: disputar uma cadeira de deputado federal, herdando um capital político robusto e alianças estratégicas construídas ao longo dos últimos anos por seu pai. A decisão não é apenas uma escolha familiar, mas parte de um movimento mais amplo de perpetuação de poder, algo comum nas dinastias políticas do Nordeste brasileiro. Com a sinalização de que irá disputar o Senado Federal no próximo pleito, Arthur Lira busca garantir não apenas uma cadeira na Casa Alta, mas também a manutenção de sua força na Câmara dos Deputados, onde exerceu influência decisiva em votações-chave durante o governo Bolsonaro e também no atual governo Lula, mesmo que em posição de equilíbrio entre antagonismo e pragmatismo. A candidatura de Álvaro, portanto, não surge ao acaso. Ela se insere em uma engrenagem já azeitada, em que lideranças locais, prefeitos aliados e estruturas partidárias estarão a serviço da continuidade do projeto político do patriarca. Em Alagoas, a família Lira segue com prestígio consolidado e relações estreitas com setores empresariais e lideranças políticas regionais, o que deve impulsionar a campanha do novato, mesmo sem experiência prévia no parlamento. Arthur Lira, experiente e ciente do peso que carrega como uma das figuras mais poderosas do Legislativo, trabalha com antecedência para preparar a entrada do filho, que terá como principal ativo não apenas o sobrenome, mas o acesso a uma base sólida, discursos afinados e recursos consideráveis. O movimento é lido por aliados como um gesto calculado para que o clã não perca espaço num Congresso em constante reconfiguração. A aposta, contudo, não é isenta de riscos: Álvaro precisará mostrar capacidade de articulação e traquejo político, ainda que protegido por uma estrutura tradicionalmente forte. Lira pai, ao mirar o Senado, tenta ampliar seu raio de ação e renovar sua influência, agora mirando um novo palco político, onde poderá atuar com mais liberdade e visibilidade nacional. Ao mesmo tempo, delega ao herdeiro a missão de preservar o espaço conquistado ao longo de mais de duas décadas na Câmara, garantindo assim a continuidade da presença da família nas instâncias decisivas da política brasileira.