quinta-feira, 7 de agosto de 2025

AGOSTO VERDE-CLARO: CAMPANHA ALERTA PARA A GRAVIDADE DO LINFOMA

O Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) lança a campanha Agosto Verde‑Claro - com o mote "Linfoma não avisa. Você precisa estar atento" -, voltada à conscientização sobre os linfomas. De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil deve registrar cerca de 12.040 novos casos de linfoma não-Hodgkin por ano durante o triênio 2023‑2025 — representando aproximadamente 6.420 em homens e 5.620 em mulheres. Nesse período, o linfoma de Hodgkin deve somar cerca de 3.080 casos por ano, totalizando a estimativa anual de 15.120 novos casos combinados de linfoma no país. O linfoma não-Hodgkin se posiciona como o nono tipo de câncer mais frequente no Brasil, excluindo-se os tumores de pele não melanoma. 

Em Pernambuco, o INCA estima que o linfoma não-Hodgkin tenha sido responsável por 390 novos casos em 2023, o que equivale a uma taxa bruta de 3,19 casos por 100 mil habitantes.

Os linfomas se originam nas células do sistema linfático — importantes no sistema imunológico. Existem dois tipos principais: o linfoma de Hodgkin, mais raro, e o não‑Hodgkin, mais comum e subdividido em diversas formas, que pode afetar qualquer faixa etária. Os sintomas típicos incluem ínguas inchadas (linfonodos aumentados), febre persistente, sudorese noturna, perda de peso inesperada, fadiga e coceira. O diagnóstico exige biópsia tecidual, exames de imagem e avaliação clínica cuidadosa; o tratamento pode envolver quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou até transplante de medula óssea, de acordo com o tipo e estágio da doença.

A detecção precoce é fundamental, pois muitos tipos de linfoma apresentam altas taxas de cura, especialmente o linfoma de Hodgkin, com sobrevida superior a 85% em cinco anos. Os linfomas não-Hodgkin também respondem bem ao tratamento em estágios iniciais, com prognóstico significativamente melhor.

Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP)

O Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), instituição filantrópica e referência no atendimento oncológico via SUS, acolhe mais da metade dos pacientes em tratamento pelo sistema público no estado. O hospital também oferece terapias complementares e é sede da única urgência oncológica exclusiva de Pernambuco.

Pacientes com diagnóstico confirmado ou suspeita elevada de linfoma devem procurar o setor de Triagem, de segunda a sexta-feira, a partir das 6h, portando diagnóstico ou encaminhamento escrito que comprove a necessidade de investigação ou tratamento.

A campanha Agosto Verde‑Claro reafirma que os linfomas são tratáveis e, em muitos casos, curáveis — quando identificados a tempo. A atenção aos sintomas e o acesso rápido à saúde são essenciais para melhorar os desfechos clínicos e salvar vidas.
 
Contato imprensa: Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP)

PARCERIA LEVA CURSOS A CADEIA DE GARANHUNS

Parceria leva cursos à Cadeia de Garanhuns
A Secretaria de  Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP) e a  Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo de Pernambuco (Sedepe), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), realizam até o dia 13 de agosto, o Curso de Preparo e Serviço de Coquetéis, na cadeia pública de Garanhuns.

A formação, com carga de horária de 48 horas, teve início no dia 29 de julho e contempla 25 detentos. O objetivo é qualificar as pessoas privadas de liberdade para facilitar sua reinserção social e no mercado de trabalho.

Com aulas realizadas de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h, o curso é composto de um conteúdo teórico e prático sobre técnicas de preparo, apresentação e serviço de coquetéis, manipulação de alimentos, atendimento ao cliente e noções básicas de empreendedorismo.

"Os cursos de qualificação ofertam habilidades que vão auxiliar os reeducandos na reinserção no mercado de trabalho, com oportunidades de geração de renda após o cumprimento da pena", destaca o gerente-geral de Ressocialização da SEAP, Augusto Sales.  

OFERTA- No segundo semestre de 2025 outras unidades prisionais e cadeias públicas do estado como a Colônia Penal Feminina do Recife e cadeias públicas femininas de Petrolina e de Verdejante serão beneficiadas com cursos.

No segundo semestre de 2024, a Sedepe  ofereceu 1.225 vagas por meio do programa Qualifica PE, e no primeiro trimestre de 2025 foram disponibilizadas  400 vagas.

PREFEITURA DE GARANHUNS ANUNCIA ATRAÇÕES DO VIVA JESUS 2025; VEJA PROGRAMAÇÃO

Evento chega à 4ª edição reunindo grandes nomes da música cristã e fortalecendo o turismo religioso no município
A Prefeitura de Garanhuns, por meio da Secretaria de Cultura, anunciou nesta quinta-feira (07) a programação oficial do Festival Viva Jesus 2025. Em sua quarta edição, o evento consolida-se como uma importante celebração da fé e da diversidade religiosa, movimentando a cidade com shows e fomentando o turismo religioso, durante o segundo semestre de 2025.

O lançamento aconteceu no Gabinete do Prefeito Sivaldo Albino, com a presença de autoridades, imprensa e representantes das igrejas evangélicas e católicas do município, entre eles o Pastor Romildo Soares Júnior, secretário da Ordem dos Pastores de Garanhuns e Região, e Dom Agnaldo Timóteo, representando a Diocese de Garanhuns.

Este ano, o Festival será realizado entre os dias 25 e 28 de setembro, trazendo para Garanhuns atrações nacionais da música gospel e católica, além de talentos locais e regionais que fortalecem a cena religiosa da cidade. Esses artistas serão selecionados por meio do edital convocatório publicado nesta quinta-feira (07).

Durante o anúncio, o prefeito Sivaldo Albino destacou a importância do Viva Jesus dentro do calendário cultural do município. “Garanhuns se tornou a terra dos grandes festivais. Quando propusemos resgatar alguns eventos, a exemplo do Jazz Festival e da festa do padroeiro da cidade, Santo Antônio, também incluímos a proposta de criar o Viva Jesus. Tenho certeza de que, toda vez que vivemos esses eventos, durante a semana e depois, sentimos uma acalmaria muito grande, um verdadeiro sentimento de paz na cidade. É com esse espírito cristão que queremos continuar fortalecendo, cada vez mais, esse festival.”

Confira a programação completa do Festival Viva Jesus 2025:

25 de setembro - Quinta-feira
19h30min - Atração do Edital Convocatório
20h30min - Pastora Aline Joyce
21h30min - Davi Sacer
23h10min - Isadora Pompeo

26 de setembro - Sexta-feira
19h30min - Atração do Edital Convocatório
20h30min - Atração do Edital Convocatório
21h30min - Rosa de Saron
23h10min - Joanna (Show católico)

27 de setembro - Sábado
19h30min - Atração do Edital Convocatório
20h30min - Atração do Edital Convocatório
21h30min - Valesca Mayssa
23h10min - Midian Lima

28 de setembro - Domingo
19h30min - Atração do Edital Convocatório
20h30min - Atração do Edital Convocatório
21h30min - Ana Clara Rocha | Exército de Deus
23h10min - Padre Fábio de Melo

CONGRESSO SE UNE PARA APROVAR FIM DO FORO E FREAR AVANÇO DE INVESTIGAÇÕES DO STF

O recente motim protagonizado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados revelou uma aliança inusitada que extrapola os limites ideológicos da direita radical. Nos bastidores da confusão parlamentar, uma pauta tem unido parlamentares de diferentes espectros políticos: o fim do foro privilegiado para deputados e senadores. A movimentação em torno desse projeto, que poderia ser apresentada como uma medida de moralização e isonomia judicial, na prática esconde interesses comuns a um grupo expressivo de congressistas investigados. Estima-se que cerca de 80 parlamentares, de quase todos os partidos, estejam atualmente sob investigação da Polícia Federal por suspeitas de desvio de emendas parlamentares, muitos deles com inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta de extinguir o foro privilegiado faria com que esses processos fossem remetidos à Justiça de Primeira Instância, onde poderiam sofrer atrasos significativos e possivelmente não serem julgados até o fim do mandato atual dos envolvidos. Nos corredores do Congresso, o movimento é interpretado como uma estratégia de sobrevivência política disfarçada de reforma institucional. Após a invasão simbólica da Mesa Diretora da Câmara, líderes do grupo amotinado relataram que foi fechado um acordo para colocar em pauta dois projetos: o da anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e o fim do foro privilegiado. Contudo, fontes que participaram das negociações indicam que a anistia não deve avançar, ao passo que a proposta sobre o foro tem grandes chances de prosperar nos próximos dias. A prioridade, segundo líderes parlamentares ouvidos reservadamente, é blindar o maior número possível de deputados do cerco judicial que vem se apertando, sobretudo diante do avanço das investigações sobre o orçamento secreto e o uso irregular de emendas. A adesão de parlamentares de centro e até da esquerda ao projeto surpreendeu observadores políticos, que veem na articulação uma prova de que os interesses corporativos do Congresso podem ser mais fortes do que as diferenças ideológicas. O discurso público de moralização do Judiciário e de fim de privilégios serve como verniz para uma agenda de autodefesa. Entre os defensores da medida, há também quem argumente que a descentralização dos processos evitaria supostos abusos do Supremo, mas, nos bastidores, o que move a maioria é o medo de se tornar réu em pleno mandato. O clima é de tensão e expectativa. Deputados receiam que, mantido o foro no STF, novos desdobramentos das investigações da Polícia Federal tragam à tona esquemas ainda não revelados. Um parlamentar que participou das articulações afirmou que “o fim do foro une quase todo mundo neste momento”, destacando que a anistia é uma pauta impopular e juridicamente frágil, enquanto a alteração na prerrogativa de foro pode ser apresentada como uma reforma republicana. Ao mesmo tempo, especialistas alertam que transferir centenas de investigações para a primeira instância pode comprometer a efetividade da Justiça, travando o andamento dos processos. A estratégia parece ser clara: dispersar as investigações, atrasar os julgamentos e garantir tempo político para manobras futuras. Assim, a crise desencadeada pela ocupação da Câmara pode acabar servindo como cortina de fumaça para uma articulação muito mais ampla e silenciosa, que tem como objetivo blindar parte do Congresso das consequências legais de seus próprios atos.

GOVERNO DO ESTADO ANUNCIA REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO UNIFICADO DE PERNAMBUCO (CPU-PE)

Serão ofertadas 455 vagas em mais de 46 cargos ou especialidades, de nível médio e superior
Em uma iniciativa inédita, o Governo de Pernambuco irá realizar o Concurso Público Unificado de Pernambuco (CPU-PE). A iniciativa ocorre por meio da Secretaria de Administração (SAD) e tem o objetivo de ampliar o acesso aos cargos públicos e garantir maior transparência e eficiência nos certames. As provas serão realizadas em 10 cidades e, ao todo, serão ofertadas 455 vagas para mais de 40 cargos. O anúncio foi realizado pela governadora Raquel Lyra, nesta quinta-feira (7), e terá todos os detalhes publicados, em breve, no Diário Oficial do Estado (DOE).

“Pela primeira vez na história de Pernambuco, nós iremos fazer um Concurso Público Unificado. São 455 vagas em mais de 46 cargos ou especialidades, de nível médio e superior. As provas serão realizadas em dez cidades e os interessados podem concorrer a até três cargos. Isso permite mais transparência e democratização do acesso ao serviço público. Dessa forma, fortalecemos as entregas e ações do Estado para a população. Estamos contratando as bancas de concurso e muito em breve lançaremos edital”, destacou a governadora Raquel Lyra.

O processo seletivo único contemplará diversos órgãos e entidades da administração pública estadual com aplicação simultânea de provas em até 10 cidades do Estado, são elas: Recife, Carpina, Palmares, Caruaru, Arcoverde, Floresta, Afogados da Ingazeira, Salgueiro, Araripina e Petrolina.

De acordo com a secretária de Administração, Ana Maraíza, o CPU-PE representa um marco na modernização da gestão pública estadual, promovendo concurso unificado e regionalizado, com ampliação da competitividade e otimização de recursos públicos. “Essa iniciativa reforça o compromisso do Governo do Estado com a valorização do serviço público, transparência dos processos seletivos e gestão pensando em todas às regiões do Estado”, pontuou a titular da pasta. 
Veja, abaixo, a lista de como será a distribuição:

- Agência de Regulação de Pernambuco (ARPE): com 50 vagas para o cargo de Analista de Regulação dos Serviços Públicos Delegados; 

- Agência Estadual de Tecnologia da Informação (ATI): com 88 vagas para o cargo de Analista de Gestão de Tecnologia da Informação e Comunicação;

- Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH): um total de 98 vagas, sendo 56 para o cargo de Analista em Gestão Ambiental e 42 para o cargo de Assistente em Gestão Ambiental;

- Instituto de Pesos e Medidas (IPEM): um total de 39 vagas, sendo 3 para o cargo de Analista de Gestão em Metrologia e Qualidade Industrial e 36 para o cargo de Assistente de Gestão em Metrologia e Qualidade Industrial;

- Fundação de Aposentadorias e Pensões dos Servidores do Estado (FUNAPE): um total de 15 vagas, sendo 11 para o cargo de Analista em Gestão Previdenciária e 4 para o cargo de Analista Jurídico-Previdenciário;

- Fundação de Atendimento Socioeducativo (FUNASE):com 29 vagas para o cargo de Analista de Atendimento e Gestão Socioeducativa, nas especialidades de Nutricionista, Assistente Social, Pedagogo e Assistente Social; 

- Secretaria de Administração (SAD): um total de 82 vagas, sendo 53 vagas para o cargo de Gestor Governamental – Especialidade Administrativa e 29 vagas para Gestor Governamental – Especialidade Administrativa – Qualificação: Contador;

- Secretaria de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional (SEPLAG): com 27 vagas para o cargo de Gestor Governamental – Especialidade Planejamento, Orçamento. e Gestão; 

- Secretaria da Controladoria-Geral do Estado (SCGE): com 27 vagas para o cargo de Gestor Governamental – Especialidade Controle Interno.

EXONERAÇÃO DE DANILO CABRAL É PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL E ENCERRA GESTÃO À FRENTE DA SUDENE


Foi publicada nesta quinta-feira (7), no Diário Oficial da União, a exoneração do ex-deputado federal Danilo Cabral do cargo de superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), encerrando um ciclo de dois anos e dois meses à frente da autarquia. A saída, que já vinha sendo ventilada nos bastidores de Brasília, foi oficializada sem justificativas detalhadas por parte do Governo Federal. Ainda assim, a repercussão da mudança gerou manifestações de apoio a Danilo, especialmente por parte de representantes políticos e de setores produtivos que acompanharam sua atuação no comando da Sudene.

Durante seu período à frente da instituição, Cabral concentrou esforços em reposicionar a Sudene no cenário das políticas públicas nacionais, resgatando sua capacidade de articulação regional e seu protagonismo histórico na indução ao desenvolvimento do Nordeste. Ao longo da gestão, a autarquia voltou a integrar discussões estratégicas com estados e municípios da região, além de ampliar o diálogo com setores produtivos, acadêmicos e sociais. Sua atuação foi considerada técnica e suprapartidária, com foco na retomada do papel institucional da Sudene como elo de políticas estruturantes para o Semiárido, o Sertão e o interior nordestino.

Em entrevista concedida após a divulgação da exoneração, Danilo Cabral ressaltou a rede de solidariedade formada em torno de sua gestão. Ele agradeceu o apoio que recebeu ao longo do período em que esteve à frente da autarquia, afirmando que foi possível construir uma unidade institucional em defesa da Sudene, algo raro nos tempos recentes em Pernambuco. "Agradeço de forma sincera e profunda esse gesto que gerou, eu diria, de certa forma, uma inédita unidade, em tempos recentes, em Pernambuco", declarou o ex-superintendente.

Questionado sobre os motivos da exoneração, Cabral afirmou que não recebeu explicações detalhadas na conversa com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, ocorrida na terça-feira (5). Ele mencionou apenas o que já havia sido tornado público pela imprensa nos últimos dias, sugerindo que sua saída pode ter sido motivada por posições assumidas em defesa dos interesses de Pernambuco dentro do contexto regional. "Se a minha saída foi gerada pela defesa de Pernambuco, levo esse custo político em qualquer condição", afirmou.

O ex-superintendente também destacou que sua passagem pela Sudene não teve como objetivo atender a interesses locais ou de grupos específicos, mas sim cumprir um papel institucional em nome do desenvolvimento regional. "Não fui para a Sudene para defender um estado isoladamente ou um grupo empresarial, fui para cumprir um papel em nome do desenvolvimento da região Nordeste. Se isso contrariou alguém, preciso frisar que meu compromisso, minha trajetória de vida foi em defesa de Pernambuco e, na Sudene, do Nordeste", pontuou Danilo.

Durante sua gestão, a Sudene lançou planos estratégicos, ampliou a oferta de crédito via incentivos fiscais, e atuou junto a outros órgãos do Governo Federal e organismos internacionais para consolidar ações voltadas à sustentabilidade hídrica, inovação e infraestrutura econômica. A saída de Cabral ocorre num momento de transição institucional, com especulações sobre indicações políticas para o cargo, em meio à complexa engenharia de alianças do Governo Lula no Congresso.

HUGO MOTTA ROMPE OBSTRUÇÃO, ABRE SESSÃO E REAGE A PROTESTOS COM FIRMEZA E ALERTA À OPOSIÇÃO

Em meio a uma das semanas mais tensas no Congresso Nacional em 2025, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), conseguiu abrir a sessão plenária na noite desta quarta-feira (6), por volta das 22h30, após um impasse que se arrastava desde o dia anterior, provocado por uma série de protestos organizados por parlamentares da oposição. O clima de obstrução nos plenários da Câmara e do Senado foi intensificado em reação à decisão judicial que concedeu prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro, além da insatisfação com a ausência de avanço em pautas defendidas pela base bolsonarista, como a proposta de anistia geral aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado e o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Ao retomar os trabalhos legislativos, Hugo Motta fez um pronunciamento firme e simbólico. Criticou diretamente a conduta dos deputados que, segundo ele, extrapolaram os limites do regimento interno e da própria Constituição. Destacou que, embora a oposição tenha o direito legítimo de se manifestar, o funcionamento da Câmara não pode ser sequestrado por interesses partidários ou pessoais. Para o presidente da Casa, a democracia parlamentar exige equilíbrio entre liberdade de expressão e o respeito às normas que sustentam o debate democrático. Ele salientou que "atos como esse não podem ser maiores que o Plenário nem sobrepujar a vontade da maioria desta Casa".

Durante o discurso, Motta também mandou um recado claro sobre a postura que adotará diante de futuras crises. Disse que o Parlamento não pode ceder à pressão de pautas individuais e que o compromisso de todos os deputados deve ser, em primeiro lugar, com o povo brasileiro e com a construção de soluções para o país. "Não deixaremos que projetos individuais, pessoais ou eleitorais estejam à frente daquilo que é maior que todos nós", declarou. Seu posicionamento foi interpretado por aliados como um gesto de reafirmação de autoridade e por opositores como tentativa de silenciar uma pauta que ganha apoio crescente nas ruas bolsonaristas e redes sociais.

A sessão foi aberta em meio à presença de cartazes, gritos e discursos inflamados, numa demonstração de que o embate político está longe de arrefecer. Ainda assim, Motta afirmou que manterá a disposição para o diálogo, desde que as discussões respeitem os ritos parlamentares. Em suas palavras, “sempre lutarei pelas nossas prerrogativas e pelo livre exercício do mandato”, reforçando que a presidência da Câmara não se curvará à pressão externa nem à desordem interna. Em um Parlamento polarizado e sob forte tensão institucional, o desafio de equilibrar democracia, ordem e liberdade está cada vez mais no centro do plenário.

REBULIÇO NO PL: MUDANÇAS NA BANCADA PODEM REDIRECIONAR RUMOS NA ALEPE

O Partido Liberal (PL) vive uma turbulência interna na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) que pode redesenhar o cenário político da Casa nos próximos dias. Até então adotando uma postura de independência, ora flertando com o Palácio do Campo das Princesas, ora se aliando à oposição, o partido se encontra às vésperas de uma nova guinada. Após ter contribuído com três assinaturas para a criação de uma CPI que mira a licitação de publicidade do Governo do Estado, o PL agora pretende recuar e se distanciar do movimento que ameaça travar a pauta da governadora Raquel Lyra. O deputado Renato Antunes, uma das principais vozes da legenda, revelou ao blog que a bancada vai abandonar o que chamou de “radicalismo” oposicionista e buscar uma linha mais moderada, reafirmando a independência, mas com responsabilidade. Segundo ele, o partido não vai mais apoiar a CPI, pois entende que não há fato determinado que a justifique, classificando a iniciativa como um “palanque eleitoral para João Campos”.

A articulação envolve uma mudança estratégica na liderança da bancada: caso o atual líder, Abimael Santos, não aceite a nova linha, ele poderá ser substituído por Nino de Enoque, deputado governista. Renato Antunes, Nino e Joel da Harpa já fecharam esse entendimento e, sendo maioria entre os cinco parlamentares do PL, têm poder para definir os rumos da sigla na Alepe. Mesmo com Joel da Harpa tendo assinado o requerimento da CPI ao lado de Abimael e do deputado coronel Alberto Feitosa, a legenda deve se reposicionar e, com isso, fortalecer a base de Raquel Lyra dentro da Casa. A nova correlação de forças permitirá ao Governo ocupar a presidência e a vice-presidência da CPI, deixando à oposição apenas a relatoria, o que diminui consideravelmente o poder de fogo do grupo liderado pelo PSB.

A movimentação deixou o deputado Alberto Feitosa isolado. Ele foi o principal responsável pela articulação que garantiu à oposição, mesmo sendo minoria, o comando das três principais comissões permanentes da Alepe: Justiça, Finanças e Administração. Fez isso ao promover Abimael Santos a líder do PL, numa aliança com o PSB e parte do União Brasil, garantindo a presidência da Comissão de Justiça para si. No entanto, diante da nova reaproximação do PL com o Governo e temendo ficar encurralado, Feitosa mudou drasticamente o tom. Nesta terça-feira, anunciou a sabatina do novo administrador de Fernando de Noronha e a votação do empréstimo de R$ 1,5 bilhão solicitado pela governadora, depois de meses travando essas pautas. Ainda assim, Feitosa manterá a presidência da Comissão de Justiça até 2026, pois a Mesa Diretora assegura mandato de dois anos para os presidentes e vice-presidentes das comissões, que não podem ser destituídos nem por seus partidos. Mesmo que fique isolado politicamente, seu cargo está garantido por regra regimental até o fim da legislatura.