quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

CHUVA JÁ CAUSOU SEIS MORTES NO GRANDE RECIFE

A madrugada no Grande Recife foi marcada por mais uma tragédia provocada pelas chuvas que castigam a região pelo segundo dia consecutivo. No bairro do Passarinho, na Zona Norte da capital, o silêncio foi interrompido por um estrondo que ecoou na escuridão. Uma barreira desabou e destruiu parte de uma casa, soterrando mãe e filha enquanto dormiam. Maria da Conceição Braz de Melo, 51 anos, e Nicole Melo Braz de Souza, 23, não resistiram. Os vizinhos, despertados pelo barulho, tentaram se aproximar, mas o acesso era impossível: lama, árvores e destroços impediam qualquer tentativa de resgate. Somente com a chegada do Corpo de Bombeiros, já ao amanhecer, os corpos foram encontrados sob os escombros.

No momento da tragédia, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já havia sido acionado. O chamado veio às 2h15, mas pouco havia a ser feito. O prefeito João Campos confirmou as mortes e destacou a gravidade da situação. Segundo ele, o deslizamento atingiu um imóvel de dois pavimentos, destruindo o andar térreo onde as vítimas estavam. O cenário de destruição e o impacto da tragédia exigem uma reavaliação completa da área, afirmou o coronel Cássio Sinomar, da Defesa Civil. Mais de 400 imóveis estão sob análise de risco na localidade.

A morte de Maria da Conceição e Nicole soma-se a outras quatro registradas desde o início das chuvas. Na noite anterior, uma mulher de 24 anos morreu ao sofrer um choque elétrico em Paulista. Foi a segunda vítima de descarga elétrica no temporal. Na manhã da quarta-feira, Ruan Pablo da Silva Melo, de 21 anos, também perdeu a vida em circunstâncias semelhantes no bairro da Boa Vista. O jovem foi encontrado submerso em uma via alagada na Rua Dom Bosco, onde testemunhas relataram que ele teria encostado em um fio energizado antes de cair na água. O Samu foi acionado, mas já encontrou o corpo sem vida.

A forte correnteza dos canais transbordados também levou duas vidas. No bairro da Estância, na Zona Oeste, e em Vila da Fábrica, em Camaragibe, dois homens foram encontrados sem sinais vitais. Testemunhas relataram que ambos foram arrastados pela enxurrada, mas as circunstâncias exatas das mortes ainda não foram esclarecidas. Os corpos foram retirados por equipes do Corpo de Bombeiros, enquanto moradores acompanhavam, impotentes, a cena.

O alerta máximo continua. Desde a madrugada, a prefeitura do Recife mantém a recomendação para que a população só saia de casa em caso de extrema necessidade. A precipitação acumulada já ultrapassa 187 milímetros em 24 horas, um volume superior ao esperado para todo o mês de fevereiro. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um novo alerta vermelho para Pernambuco e estados vizinhos, indicando risco de chuvas superiores a 100 milímetros e ventos acima de 100 km/h. A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) reforçou o aviso para o Grande Recife, a Zona da Mata e o Agreste.

Os impactos das chuvas também atingem o abastecimento de água. A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) interrompeu o fornecimento em áreas de morro de sete municípios, incluindo Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Camaragibe. Os deslizamentos de terra já passam de 30, principalmente em Jaboatão, Camaragibe e Paulista. Embora não tenham causado feridos, dezenas de famílias precisaram deixar suas casas. No Recife, mais de 100 pessoas estão desalojadas. A prefeitura disponibilizou 500 vagas em abrigos temporários e anunciou a abertura de mais três espaços para acolher famílias atingidas.

A realidade se repete em Jaboatão dos Guararapes e Paulista, onde moradores precisaram sair às pressas para evitar o pior. Em Paulista, uma barreira cedeu no bairro da Mirueira, atingindo uma residência. Apesar dos danos, ninguém se feriu. Cinco famílias foram encaminhadas para um abrigo improvisado na Associação de Moradores da comunidade, onde receberam colchões, alimentos e itens de higiene.

O cenário é de incerteza. As chuvas continuam e a previsão não é animadora. A cada novo deslizamento, cada nova inundação, a cidade se vê diante do mesmo dilema: a força da natureza expõe a fragilidade das estruturas urbanas, enquanto moradores aguardam pelo alívio que ainda parece distante.

INDEFINIÇÕES SOBRE ENCONTRO ENTRE MIGUEL COELHO E RAQUEL LYRA

A governadora Raquel Lyra e o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, se encontraram recentemente em um momento que gerou diferentes versões sobre os desdobramentos da conversa. No centro do diálogo, uma possível participação de Miguel no governo estadual, convite que já vinha sendo especulado nos bastidores políticos há algum tempo. A conversa, contudo, não teria sido apenas protocolar, mas carregada de ajustes, posicionamentos e uma certa tensão que refletiu o histórico de relação entre os dois nomes.  

A primeira versão que circula nos corredores da política pernambucana é a de que a conversa serviu para um verdadeiro acerto de contas, uma espécie de lavagem de roupa suja que teria levado Miguel a declinar do convite para integrar o secretariado estadual. Essa leitura se fortalece diante do contexto eleitoral de 2022, quando Miguel disputou o governo e Raquel saiu vitoriosa no segundo turno, além de outros episódios de distanciamento político. Para quem sustenta essa narrativa, a falta de alinhamento e as cicatrizes do passado teriam pesado mais do que a possibilidade de uma aliança formal dentro da estrutura do governo.  

A segunda versão sugere um desfecho ainda em aberto. Nesse relato, Miguel Coelho não teria dado uma resposta definitiva, mas teria saído do encontro com a promessa de refletir e dar uma posição apenas após uma viagem. O tempo, nesse caso, jogaria a favor da governadora, que busca reforçar a base política e atrair aliados estratégicos para ampliar o alcance de sua gestão. Entre as pastas que teriam sido oferecidas ao ex-prefeito de Petrolina, Desenvolvimento Econômico com Suape e Turismo aparecem como opções que podem ser interpretadas como movimentos para fortalecer o governo na pauta do crescimento e da geração de emprego.  

O que se sabe é que a movimentação não acontece por acaso. Miguel Coelho, líder de uma das principais famílias políticas do estado, tem em suas mãos um capital político relevante, especialmente no Sertão, onde consolidou influência ao longo dos anos. Para Raquel Lyra, contar com um nome desse porte em sua equipe representaria um gesto de ampliação política e uma sinalização de que seu governo está aberto a novos aliados. O desfecho da conversa, entretanto, permanece indefinido, alimentando especulações e aumentando a expectativa sobre os próximos passos do ex-prefeito e da governadora.

CHUVAS JÁ PARALIZAM SISTEMA DE ABASTECIMENTO EM 15 CIDADES

As fortes chuvas que atingiram a Região Metropolitana do Recife e a Zona da Mata nas últimas 24 horas provocaram impactos significativos no abastecimento de água em diversas cidades, afetando diretamente o funcionamento de 15 sistemas operados pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Com o grande volume de precipitação registrado, o fornecimento precisou ser interrompido devido a dois fatores principais: a queda no fornecimento de energia elétrica e a alta turbidez da água bruta captada nos mananciais. Como medida adicional de segurança, a companhia também acionou o Protocolo de Segurança de Abastecimento de Água, suspendendo preventivamente o fornecimento em áreas de morro na Região Metropolitana do Recife para evitar riscos à população.  

Entre os municípios mais afetados estão Aliança, Carpina, Itaquitinga, Timbaúba, Belém de Maria, Barreiros, Vitória de Santo Antão, Olinda, Igarassu, Paulista, Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho e Recife. Os problemas variam de acordo com a localidade, mas, no total, 10 sistemas tiveram a operação paralisada devido à falta de energia elétrica, deixando bairros e distritos sem abastecimento. Em outras áreas, o problema decorreu da deterioração da qualidade da água bruta, que, com a grande quantidade de chuvas, ficou com altos índices de turbidez, impossibilitando o tratamento e a distribuição segura.  

No Recife, a situação gerou transtornos em bairros como Arruda, Campina do Barreto, Campo Grande e Porto da Madeira, onde a captação de água foi interrompida por conta do excesso de material suspenso nos mananciais, comprometendo o processo de tratamento. Em Jaboatão dos Guararapes, a chuva intensa aumentou o risco de inundação em Muribeca, levando à paralisação da operação do sistema que atende a essa região. Com os impactos sentidos por milhares de moradores, a Compesa informou que já acionou a Neoenergia, empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica, para agilizar o restabelecimento nas unidades afetadas, permitindo o retorno gradual da distribuição de água.  

Além das tratativas para restabelecer o fornecimento de energia, equipes técnicas da Compesa seguem acompanhando a qualidade da água nos mananciais, realizando análises constantes para verificar quando os níveis de turbidez voltarão a patamares aceitáveis para o tratamento e posterior distribuição. A companhia reforçou que a prioridade é garantir que a retomada do abastecimento ocorra com segurança e qualidade, evitando riscos à população. Enquanto a normalização do serviço não acontece, os consumidores podem obter informações detalhadas sobre as áreas impactadas por meio dos canais oficiais da Compesa, incluindo o site e o aplicativo da companhia.

JOÃO CAMPOS VIVEU DIA DE CAOS ONTEM COM O CÉU DESABANDO NO RECIFE

A cidade do Recife enfrentou um dos dias mais caóticos dos últimos tempos. Em apenas três horas, o volume de chuva que normalmente cairia ao longo de um mês desabou sobre a capital pernambucana, transformando ruas em rios, arrastando carros, interditando viadutos e levando ao fechamento de escolas e repartições públicas. As imagens da tragédia se espalharam rapidamente pela internet, ocupando as redes sociais com registros de ruas completamente submersas, veículos boiando e pessoas tentando se locomover em meio ao caos.  

O impacto político de uma calamidade como essa se fez sentir imediatamente. Se tivesse ocorrido um ano antes, os resultados da eleição de 2024 poderiam ter sido diferentes. João Campos, que conquistou a reeleição com uma votação expressiva de 78%, agora se vê diante de cobranças intensas por parte da população. O vídeo que ganhou repercussão nacional, mostrando crianças nadando em um alagamento no bairro de Caranguejo Tabaiares, simbolizou o colapso da infraestrutura urbana diante da força da natureza. O detalhe que mais chamou atenção foi a pintura no asfalto, onde se lia, ironicamente, “A Terra Prometida”.  

Os transtornos não se restringiram às enchentes. Com a chuva intensa, diversas árvores de grande porte tombaram sobre ruas e veículos, interrompendo vias importantes e causando prejuízos. No bairro das Graças e no Espinheiro, quedas de árvores bloquearam o tráfego, e na Rosa e Silva, nas proximidades do Habib’s, um dos incidentes mais críticos da cidade ocorreu. Na Rua da Hora, outro bloqueio significativo afetou a mobilidade urbana. A sorte de muitos motoristas foi que, devido ao caos climático, grande parte da população evitou sair de casa, reduzindo o risco de tragédias ainda maiores.  

A governadora Raquel Lyra também foi alvo de críticas, mas, no caso das cenas de violência protagonizadas por torcidas organizadas no fim de semana anterior, a questão extrapola sua gestão e se arrasta há anos, desafiando governos anteriores sem que soluções definitivas tenham sido encontradas. Já o problema dos alagamentos atinge o Recife de forma cíclica, agravado pela geografia da cidade, que está pouco acima do nível do mar e sofre com a influência das marés. O desafio para o prefeito João Campos passa pela necessidade de investimentos estruturais mais profundos, que vão além da limpeza de bueiros e canais entupidos pelo lixo acumulado.  

Com a cidade ainda em recuperação dos estragos, a semana termina com um clima de insatisfação generalizada. As perdas políticas para João Campos e Raquel Lyra são inevitáveis e dependerá da capacidade de ambos de reagir com ações concretas para minimizar os prejuízos.

LIBERADA AS VERBAS TOTAIS DAS EMENDAS PARLAMENTARES

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), deve entrar, a partir de agora, em uma fase de calmaria com os 49 parlamentares da Assembleia Legislativa. O montante de emendas impositivas do ano passado - R$ 188 milhões - está reservado para efetuar o pagamento total e, em breve, os recursos devem estar disponíveis.

Até a semana passada o governo havia empenhado R$ 100 milhões e pago R$ 54,8 milhões em emendas. No último dia 3, publicou um decreto para viabilizar o reempenho do volume restante. O processo é imprescindível porque o valor que deveria ser pago em 2024 será quitado agora com verba do orçamento previsto para este ano.

“Estamos entrando em uma nova fase na relação com o Legislativo. Fechamos um ciclo importante com o empenho do valor total das emendas de 2024”, argumenta o secretário da Casa Civil, Túlio Vilaça, que ontem acompanhou a governadora na posse do novo presidente do Consórcio Nordeste, o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), em Brasília.

Informações 
Há um mês, os deputados protocolaram um pedido de informação ao Governo. Requisitaram que fosse explicado por que o Estado não havia pago as emendas de 2024 até 31 dezembro passado. A data é prevista na Constituição e a governadora havia garantido saldá-lo. Dias antes, no entanto, admitiu que não conseguiria.

O prazo para explicações vence hoje, mas a Secretaria da Casa Civil encaminhou à Assembleia, no fim da tarde de ontem, um relatório detalhado. O documento aponta as principais causas para o atraso no repasse dos valores. Um deles é 2024 ter sido ano eleitoral. O pagamento precisou ser suspenso em julho e retomado apenas em novembro, após o pleito.

Mas não só isso. Houve erros simples, como no CNPJ de algumas entidades ou na estrutura dos planos de trabalho. Também foram encontradas incompatibilidades de objeto. Emendas encaminhadas à Secretaria de Agricultura quando deveriam estar em Desenvolvimento Econômico, por exemplo.

Técnicos também registraram remanejamentos frequentes realizados pelos parlamentares. Eles mudaram algumas vezes o destinatário ou o valor da emenda. Segundo o secretário, as alterações atingiram R$ 180 milhões em emendas, incluindo também as chamadas emendas pix, que, mais simples que as impositivas, porque dispensam plano de trabalho, foram todas pagas ainda em 2024. Chegaram a R$ 62 milhões.

Grupo 

Em 8 de janeiro, um dia após o pedido de informações da Alepe, o governo publicou decreto criando um grupo de trabalho. O objetivo, segundo a governadora, era discutir uma maneira de uniformizar apresentação, encaminhamento e liberação das emendas. Como existem várias unidades executoras - secretarias e órgãos - com as quais os recursos estavam relacionados era preciso unificar. Cada unidade estava trabalhando de forma diferente.

Cinco pessoas compõem o grupo de trabalho - três da Secretaria de Planejamento e Gestão; uma da Fazenda; e outra da Procuradoria-Geral do Estado. O decreto também estabeleceu a participação da presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, Débora Almeida (PSDB), mas sem direito a voto, apenas atuação nos debates.

“O grupo de trabalho segue discutindo o assunto, para ajustar processos, evitando inconsistências, como erros nos preenchimentos e insuficiência nos dados”, alertou Túlio Vilaça.

Orçamento

Com as resoluções do GT, a ideia é que o repasse das emendas este ano aconteça de forma mais tranquila. No orçamento de 2025, estão previstos pouco mais de R$ 300 milhões em emendas.

"A partir de agora, vamos focar ainda mais em resolver problemas do Estado. Cuidar das estradas, do abastecimento d’água, das unidades de saúde. Nosso objetivo é ajudar a reduzir as desigualdades e melhorar a vida das pessoas”, estimulou o secretário da Casa Civil, provocando os parlamentares a virarem a página das atividades.

Até a noite de ontem, a superintendência parlamentar da Alepe não tinha registro de recebimento do relatório

DESEMBARGADOR ROBERTO MACHADO ENTREGA CONVITE DE POSSE NO TRF-5 AO PRESIDENTE DA CÂMARA, HUGO MOTTA

Desembargador Roberto Machado entrega convite de posse no TRF-5 ao presidente da Câmara, Hugo Motta
O desembargador federal Roberto Machado, ao lado do desembargador Leonardo Coutinho, dos deputados federais Eduardo da Fonte e Robinson Faria e do vereador do Recife Alef Colins, entregou ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, o convite para sua posse como presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5). A cerimônia está marcada para o dia 31 de março de 2025.

Na ocasião, também serão empossados a desembargadora federal Joana Carolina, como vice-presidente, e o desembargador federal Leonardo Resende, como corregedor-regional.

Natural do Ceará, Roberto Machado é bacharel em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC), onde também se especializou em Direito Público. Possui MBA em Poder Judiciário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) e uma vasta trajetória na magistratura. Em 2014, foi promovido a desembargador federal do TRF-5, onde seguirá atuando agora como presidente da Corte no biênio 2025-2027.

AS CHUVAS DESAFIADORAS DE FEVEREIRO EM PERNAMBUCO

A chegada de fevereiro trouxe para Pernambuco um alerta já conhecido, mas que a cada ano reaparece com uma força ainda mais avassaladora. As chuvas intensas que caíram nos últimos dias escancararam novamente as fragilidades da infraestrutura urbana, principalmente na Região Metropolitana do Recife, onde a combinação de precipitações volumosas, moradias em áreas de risco e deficiências no sistema de drenagem criam um cenário previsível, mas nem por isso menos trágico. Para muitos gestores municipais, especialmente os reeleitos, o desafio de lidar com o impacto das chuvas resgata lembranças do que ocorreu em 2022, quando Pernambuco enfrentou um dos mais devastadores episódios de enchentes e deslizamentos de terra, deixando centenas de mortos e milhares de desabrigados.  

No Recife, João Campos (PSB) já havia se tornado um rosto associado a operações emergenciais desde seu primeiro mandato, quando as imagens de ruas alagadas, desmoronamentos e famílias sendo resgatadas por botes dominaram o noticiário. Em Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros (PL) também viu de perto a força das águas, herdando um município historicamente vulnerável e com um histórico de problemas estruturais. Agora, menos de um mês após suas posses para novos mandatos, ambos voltam a enfrentar a fúria das chuvas e a pressão popular por soluções que, até agora, parecem insuficientes.  

As precipitações dos últimos dias já causaram estragos significativos, com registros de deslizamentos e alagamentos em diversas áreas da capital e cidades vizinhas. Em Camaragibe, município conhecido pela grande quantidade de moradias construídas em encostas, o cenário de risco se concretizou mais uma vez com a confirmação de uma morte. No Recife, duas vidas também foram perdidas, reforçando a vulnerabilidade de muitas comunidades diante das intempéries. As ruas alagadas, os canais transbordando e o desespero de quem vê sua casa sendo invadida pela água ou pela lama se repetem como um ciclo sem solução definitiva.  

As ações emergenciais das prefeituras incluem o acionamento de equipes da Defesa Civil, a abertura de abrigos provisórios e a tentativa de desobstrução de canais e galerias, mas os esforços parecem sempre chegar tarde demais ou serem insuficientes diante da magnitude do problema. Moradores de áreas críticas relatam que os pedidos de melhorias e obras estruturais se acumulam sem respostas efetivas, enquanto as promessas de investimentos em macrodrenagem e contenção de encostas ainda estão longe de sair do papel.  

A previsão meteorológica ainda aponta para dias de chuva intensa, elevando a preocupação de autoridades e da população. Para os gestores municipais, cada novo episódio de alagamento e deslizamento representa não apenas um teste de capacidade administrativa, mas também uma lembrança constante de que as mesmas cenas continuarão a se repetir enquanto soluções definitivas não forem implementadas.

LUTO OFICIAL DO ESTADO POR CORNÉLIO BRENNAND FOI PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DE HOJE

Estado decreta luto pelo falecimento do empresário pernambucano Cornélio Brennand
O Governo do Estado decretou luto oficial de três dias em virtude do falecimento do empreendedor pernambucano Cornélio Coimbra de Almeida Brennand, que ocorreu na quarta-feira (5). Fundador do Grupo Cornélio Brennand, o empresário se destacou pelo compromisso com o crescimento sustentável e apoio a diversas causas sociais e culturais. O luto foi oficializado nesta quinta-feira (6) no Diário Oficial do Estado.

“Cornélio Brennand dedicou sua vida ao empreendedorismo, deixando um legado de compromisso com desenvolvimento sustentável em nosso estado por meio do Grupo Cornélio Brennand, referência na geração de energia renovável, desenvolvimento imobiliário, vidros e cimento. Toda a minha solidariedade à sua família, amigos e todos que fazem o grupo”, declarou a governadora Raquel Lyra.

O Grupo Cornélio Brennand atua há mais de um século fortalecendo a indústria e o comércio de Pernambuco. Com sua dedicação ao setor empresarial, o empresário deixa um legado tanto no campo empresarial quanto na área social.