terça-feira, 19 de agosto de 2025
DEPUTADOS PASSAM RASTEIRA EM DANI PORTELA QUE FICA SEM PROTAGONISMO E AINDA SOB INVESTIGAÇÃO
DÉBORA ALMEIDA PEDE ANULAÇÃO NO PODER JUDICIÁRIO DA REUNIÃO QUE MARCOU ENTRADA DE DIOGO MORAES NO PSDB
CLIMA PESADO E DISPUTA POLÍTICA MARCAM A ABERTURA DA CPI DA PUBLICIDADE NA ALEPE
MDB RECEBE WALDEMAR BORGES EM MOVIMENTO QUE MIRA EQUILIBRAR FORÇAS NA ALEPE
O retorno do deputado estadual Waldemar Borges ao MDB marca um dos capítulos mais simbólicos da atual legislatura em Pernambuco, resgatando a trajetória de um político que já havia passado pela sigla em momentos cruciais da redemocratização brasileira. Militante histórico do PSB e considerado um dos parlamentares mais experientes da Casa Joaquim Nabuco, Borges reencontra o MDB após quase quatro décadas, já que em 1988 concorreu pela primeira vez a uma eleição de vereador sob a bandeira emedebista, quando o partido era visto como herdeiro direto das lutas contra o regime militar e referência de resistência democrática. A movimentação não é apenas uma volta nostálgica, mas carrega consigo forte carga de articulação política em meio ao ambiente de instabilidade que a governadora Raquel Lyra enfrenta na Assembleia Legislativa. A chegada do deputado ao MDB fortalece a legenda dentro do Legislativo e cria uma rede de influência capaz de reposicionar o partido como peça-chave na correlação de forças, em especial no jogo travado contra a base governista. Borges sempre foi um articulador habilidoso, acostumado a atuar tanto nos bastidores quanto em debates públicos de grande repercussão, o que aumenta o peso de sua entrada no partido liderado em Pernambuco por figuras que pretendem ampliar protagonismo nos próximos anos. O gesto também representa um sinal de que setores antes identificados historicamente com o PSB buscam novos espaços e alianças para se contrapor à condução política do Palácio do Campo das Princesas. Ao se somar ao MDB, Borges passa a ser um elo entre a memória da luta democrática e os desafios do presente, carregando sua experiência de legislador, ex-presidente da Alepe e articulador nato de maiorias. Essa movimentação promete aquecer ainda mais os embates parlamentares, sobretudo em votações que envolvem a pauta de interesse do governo estadual, que passa a ter diante de si uma oposição mais fortalecida e diversificada. A filiação é também interpretada como uma reaproximação de antigos companheiros de trajetória, já que o MDB abriga quadros que estiveram ao lado de Borges no início de sua caminhada política. Ao mesmo tempo, sinaliza que o partido busca se reposicionar como um polo de gravidade próprio, distante tanto do PSB quanto do bloco governista, mirando a construção de uma identidade renovada. Esse reencontro entre Waldemar Borges e o MDB, portanto, vai além do gesto individual de filiação, representando a tentativa de reescrever papéis no xadrez político pernambucano e de redefinir forças no coração da Assembleia Legislativa.
CPI DA PUBLICIDADE DE RAQUEL LYRA SERÁ INSTALADA SOB COMANDO DE DIOGO MORAES NA ALEPE
A Assembleia Legislativa de Pernambuco viverá um dos momentos mais aguardados do atual cenário político estadual nesta terça-feira, 19, com a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar os contratos de publicidade firmados pelo Governo Raquel Lyra. O colegiado, que promete movimentar os debates no plenário e fora dele, terá como presidente o deputado estadual Diogo Moraes, do PSDB, figura com trajetória marcada pela experiência parlamentar e articulação política. A composição da CPI já reflete o clima de divisão na Casa, com o governo tentando garantir espaço, mas enfrentando uma oposição que, desta vez, conseguiu maioria numérica e estratégica. No bloco governista, foram confirmadas as indicações de Antônio Moraes, do PP, João Paulo Lima e Silva, do PT, e Wanderson Florêncio, do Solidariedade, parlamentares que deverão atuar como vozes de defesa da gestão estadual diante das denúncias e questionamentos que surgirão durante os trabalhos. O Partido Liberal, em meio à sua posição de maior aproximação com a oposição, colocou como representante titular o deputado Nino de Enoque, reforçando o peso político do grupo. Já a oposição consolidou um bloco forte, encabeçado pelo próprio Diogo Moraes, que assumirá a presidência, ao lado de Antônio Coelho, do União Brasil, Rodrigo Farias e Waldemar Borges, ambos do PSB, além de Dani Portela, do PSOL, compondo um leque que vai da centro-direita à esquerda, em uma demonstração de convergência momentânea contra o Executivo estadual. A escolha de Diogo Moraes para a condução da CPI foi recebida como sinal de que os trabalhos devem ganhar intensidade desde o início, uma vez que o parlamentar é reconhecido por seu perfil combativo e por sua proximidade com os debates estruturais da Alepe. A reunião de instalação está marcada para as 8h, horário que já deve atrair a atenção da imprensa e das lideranças políticas, dado o impacto que a investigação poderá ter sobre a imagem e a governabilidade da atual gestão. O colegiado contará com nove titulares e igual número de suplentes, garantindo estrutura para sessões que devem ser longas e acirradas, com convocações de secretários, técnicos e representantes de empresas ligadas às campanhas e contratos publicitários. O embate, que já se anuncia intenso, coloca a governadora Raquel Lyra em uma posição delicada, pois a CPI poderá abrir espaço para revelações capazes de desgastar seu governo em um momento em que tenta consolidar investimentos e ampliar sua base política no Estado. O início dos trabalhos promete ser um divisor de águas no relacionamento entre governo e oposição no Legislativo pernambucano.
JARBAS FILHO DIZ ATRAVÉS DE OFÍCIO QUE LIDERANÇA DE WALDEMAR CONTRARIA REGIMENTO DO PARTIDO
JOÃO CAMPOS É APONTADO POR RENATO ANTUNES COMO ARTICULADOR DE MANOBRAS NA ALEPE PARA ENFRAQUECER RAQUEL LYRA
O deputado também destacou como fator determinante a saída de três parlamentares socialistas, Waldemar Borges, Diogo Moraes e Junior Matuto, que deixaram o PSB no mesmo dia com anuência da direção partidária, recebendo carta que permitiu a migração para siglas da base governista. Essa manobra, segundo Antunes, não se trata de simples reorganização, mas de um movimento pensado para fortalecer as fileiras contra a governadora Raquel Lyra, distribuindo forças entre partidos como MDB, PSDB e PRD, com o objetivo de desequilibrar o tabuleiro político estadual. Para o parlamentar, o gesto é revelador da preocupação da oposição diante do crescimento da governadora no cenário político e da necessidade de antecipar o debate eleitoral.
Renato Antunes foi além e fez críticas contundentes ao prefeito da capital. Ele citou o exemplo da paralisação promovida pelos carroceiros que tomou as ruas do Recife no mesmo dia e questionou a prioridade do gestor. Na visão dele, ao invés de acompanhar de perto os problemas urbanos e sociais da cidade, João Campos estaria dedicando energia a manobras na Alepe, buscando fragilizar a chefe do Executivo estadual. O deputado classificou a postura como um retrocesso para Pernambuco, argumentando que o estado precisa de projetos de desenvolvimento e de fortalecimento de sua estrutura administrativa, mas encontra pela frente um grupo político preocupado apenas em manter influência e poder.
A fala do parlamentar acentuou ainda mais o clima de tensão entre governo e oposição no Legislativo. O cenário na Alepe tem sido marcado por disputas acirradas, sobretudo em torno da instalação da CPI, que se tornou um dos pontos mais sensíveis da atual legislatura. Para Renato, a interferência direta do prefeito recifense nas negociações e articulações é prova de que o PSB não abre mão de se posicionar como ator central no jogo político estadual, ainda que para isso precise abrir mão de sua coesão interna. Ao expor esse bastidor, o deputado busca evidenciar que as movimentações não são espontâneas, mas resultado de um plano bem definido que tem em João Campos seu principal mentor, reforçando a ideia de que, mesmo à frente da prefeitura do Recife, o socialista expande sua influência para além das fronteiras municipais e atua de forma incisiva no xadrez político pernambucano.
NA ESTRADA, RAQUEL LYRA IGNORA TRAMAS POLÍTICAS E MANTÉM FOCO NAS ENTREGAS AO POVO
Enquanto a Assembleia Legislativa de Pernambuco vive dias de turbulência com manobras políticas e tentativas de enfraquecer sua gestão, a governadora Raquel Lyra segue em ritmo intenso de visitas pelo interior do estado. Ontem, a chefe do Executivo esteve em dois municípios da Zona da Mata Norte, Vicência e Carpina, onde anunciou um pacote de investimentos que soma R$ 109 milhões, destinados a obras de infraestrutura, saúde e educação. A presença de Raquel nas cidades foi marcada por agendas de escuta com lideranças comunitárias e encontros diretos com a população, prática que ela tem adotado como marca de seu governo desde o início do mandato. Em Carpina, a governadora reforçou que os recursos contemplam ações para melhorar a mobilidade urbana, recuperar estradas e ampliar o acesso a serviços públicos essenciais. Já em Vicência, a prioridade anunciada foi a área de abastecimento de água e saneamento, setores considerados estratégicos para o desenvolvimento da região. Mesmo com a forte movimentação na Alepe, onde deputados oposicionistas intensificam articulações contra sua gestão, Raquel Lyra mostra que escolheu um caminho diferente, preferindo estar nas ruas, nas comunidades e no contato direto com os cidadãos. Hoje, sua agenda a leva ao Agreste, mais precisamente a Belo Jardim, cidade onde ela tem raízes familiares e uma trajetória política consolidada. No município, será assinada a ordem de serviço para a construção de 144 novas moradias dentro do programa Morar Bem Pernambuco, ação integrada ao Minha Casa, Minha Vida. O projeto beneficiará famílias de baixa renda e faz parte da estratégia do governo de ampliar o acesso à habitação digna em diversas regiões do estado. Para a governadora, estar presente e olhar nos olhos da população é o que dá sentido à sua gestão, em contraponto às disputas políticas que se desenrolam na capital. Seu discurso tem sido o de que Pernambuco precisa de um governo que entrega obras, assina ordens de serviço e permanece lado a lado com as pessoas, sem se deixar abalar pelas tramas parlamentares. A rotina intensa de viagens ao interior reforça a imagem de uma gestora que prefere gastar energia ouvindo as demandas populares do que se deter nas intrigas políticas. Assim, Raquel Lyra se movimenta como quem escolhe o caminho das ruas, cercada de compromissos, anúncios de obras e escuta ativa, em um esforço de manter a sintonia entre governo e povo, mesmo diante das tempestades políticas que tentam soprar contra sua administração.