terça-feira, 27 de maio de 2025

LUTO - AGRESTE MERIDIONAL E PERNAMBUCO PERDEM O SANFONEIRO TUXINHA


O Agreste Meridional amanheceu mais silencioso nesta terça-feira (27) com a partida de uma das figuras mais carismáticas e emblemáticas da música regional: Wilton Brito da Silva, o eterno Tuxinha Sanfoneiro, que faleceu aos 66 anos no Hospital de Lajedo, onde estava internado após agravamento no quadro de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença neurodegenerativa que enfrentava com coragem nos últimos anos. Natural de Lajedo, Tuxinha construiu sua trajetória com base no talento, na paixão pela sanfona e na autenticidade de quem nasceu com o dom de encantar multidões. Com um estilo alegre, carismático e uma entrega visceral nos palcos, ele foi durante décadas um dos representantes mais autênticos da sonoridade nordestina, especialmente durante o ciclo junino, quando seu sorriso e sua sanfona se tornavam indispensáveis nas festas populares.

Conhecido por sua generosidade musical e presença marcante, Tuxinha dedicou mais de 20 anos da sua vida aos palcos ao lado de Jorge de Altinho, um dos ícones da música nordestina, contribuindo para a consolidação de sucessos e levando o forró tradicional a públicos de diferentes gerações. Além disso, sua carreira foi marcada por passagens por bandas consagradas como Pau de Arara — hoje conhecida como Asas da América — e pela criação da Banda Beijo Molhado, projeto do qual foi idealizador e que manteve viva a chama da música regional com apresentações que mesclavam tradição e inovação.

Em Lajedo, Tuxinha também se tornou referência pelas festas realizadas no Espaço Maria Rita, ponto de encontro cultural que carregava sua alma e identidade. Era lá que, todos os anos, ele se entregava às homenagens aos santos juninos — Santo Antônio, São João e São Pedro — transformando cada apresentação em um ato de devoção e celebração à fé e à cultura. No palco, sua sanfona falava mais alto que as palavras, transmitindo emoções que iam do riso à nostalgia, da dança ao silêncio respeitoso de quem reconhecia estar diante de um mestre.

Com o falecimento, Tuxinha deixa sua esposa Edileide Souza Silva, cinco filhos e quatro netos, além de uma legião de amigos, admiradores e fãs que se espalham por todo o Nordeste. O velório acontece a partir do meio-dia desta terça, no Clube Millenium Shows, espaço simbólico para a cena cultural da cidade. Já o sepultamento será realizado na manhã da quarta-feira (28), às 10h, no Cemitério Santo Inácio, também em Lajedo, sua terra natal e onde permanecerá eternamente enraizado como parte do patrimônio afetivo e musical do povo.

Sua ausência neste mês de junho, época em que seu brilho se tornava ainda mais intenso, será sentida profundamente. A sanfona de Tuxinha silenciou, mas seu legado continua ecoando nas noites de forró, nas memórias de quem dançou ao som de seus acordes e na alma de um povo que aprendeu a amá-lo como símbolo maior da alegria nordestina.

COMISSÃO DE JUSTIÇA DA ALEPE TIRA DE PAUTA PROJETO SOBRE IPVA QUE GEROU POLÊMICAS ENTRE ALEPE E AMUPE

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) protagonizou um embate político de grande repercussão após a reação da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) a uma série de projetos que propunham novas isenções do IPVA no estado. A Amupe, presidida pelo prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, emitiu nota contundente alertando para o impacto fiscal que as proposições trariam aos cofres das prefeituras. Segundo o levantamento da entidade, os municípios deixariam de arrecadar cerca de R\$ 900 milhões por ano, caso os projetos fossem aprovados nos moldes em que se encontravam. A manifestação provocou efeito imediato na Assembleia. O presidente da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da Casa, deputado Alberto Feitosa (PL), anunciou nesta terça-feira a retirada de pauta de todas as matérias que tratavam de isenções do IPVA. Segundo ele, a decisão visa abrir um canal de diálogo entre os parlamentares e os gestores municipais para encontrar um caminho de consenso. Em contato com este blog, Feitosa explicou que as propostas estavam “engavetadas há muito tempo” e, por isso, precisavam ser postas em discussão, embora reconheça que o teor das matérias é melindroso e pode causar sérios prejuízos aos municípios. Ele também revelou que o deputado Gustavo Gouveia (Solidariedade), autor de duas das proposições que estavam em análise — sendo que apenas uma delas tratava diretamente de isenção —, decidiu voluntariamente retirar seus projetos. A decisão foi vista como um gesto de sensibilidade diante da pressão exercida pela Amupe e pelo conjunto dos prefeitos. A Amupe tem adotado uma postura firme de defesa das receitas municipais diante do que considera uma escalada de projetos legislativos com apelo popular, mas que desconsideram os impactos sobre a capacidade dos municípios de manterem serviços essenciais. Marcelo Gouveia, à frente da entidade, tem buscado interlocução direta com deputados e lideranças estaduais para garantir que as prefeituras sejam ouvidas em discussões de natureza fiscal. Com a retirada dos projetos da pauta, a Comissão de Justiça passará agora a dialogar diretamente com os autores das propostas e com a Amupe na tentativa de reavaliar o conteúdo das matérias. A ideia, segundo Feitosa, é construir um texto alternativo ou rediscutir os critérios das isenções de forma a não comprometer o equilíbrio financeiro das cidades pernambucanas. O episódio evidenciou a necessidade de articulação mais ampla entre o Parlamento estadual e os prefeitos, especialmente em temas que envolvam renúncia de receita. A movimentação também acendeu o alerta na Casa sobre o risco de desgaste político junto às bases municipais. O tom da nota da Amupe, o volume da renúncia apontada e a rápida repercussão política demonstraram a força do municipalismo organizado no estado e a habilidade de Marcelo Gouveia em mobilizar apoio em defesa da autonomia dos municípios.

SIVALDO COM MUITA FÉ NA MODERNIZAÇÃO E CRESCIMENTO DO PSB NAS MÃOS DE JOÃO CAMPOS PRESIDENTE NACIONAL

O cenário político do Partido Socialista Brasileiro (PSB) ganhará novos contornos a partir da próxima semana, quando será realizado, entre os dias 30 de maio e 1º de junho, em Brasília, o 16º Congresso Nacional da sigla. A ocasião marca não apenas a consolidação de um novo ciclo dentro do partido, mas também a ascensão de uma das principais figuras políticas da nova geração: o prefeito do Recife, João Campos. Como candidato único à presidência nacional do PSB, João será aclamado pelas lideranças socialistas de todo o país, num movimento que simboliza a unidade interna e o fortalecimento da legenda sob uma liderança jovem, porém experiente. A expectativa nos bastidores é de que a escolha de João represente uma virada estratégica, com foco em expansão, modernização e maior influência no cenário político nacional.

Entre os que apostam nesse novo momento com entusiasmo está o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino, que se manifestou de forma enfática sobre o futuro da sigla sob o comando de João. Em entrevista à Rede Pernambuco de Rádios e ao Blog do Alberes Xavier, Sivaldo não poupou elogios ao colega de partido, afirmando que João reúne as qualidades necessárias para liderar um novo ciclo de crescimento. Para ele, a trajetória de Campos no comando da capital pernambucana é prova incontestável de sua habilidade administrativa e capacidade política, consolidando sua imagem como sucessor natural dos grandes nomes que fizeram história na legenda, como Miguel Arraes e Eduardo Campos. Sivaldo também destacou o trabalho de Carlos Siqueira, atual presidente, que, segundo ele, deixa um legado importante, mas que agora dá lugar a uma nova geração de lideranças.

O prefeito de Garanhuns vê em João Campos não apenas o próximo presidente do PSB, mas um articulador nato, capaz de atrair para o partido nomes expressivos tanto da política estadual quanto da nacional. Em sua avaliação, essa capacidade de articulação já está demonstrada pelo fato de João ser o único candidato ao cargo, numa demonstração clara de consenso interno e força política. “É fruto de muito diálogo, trabalho e articulação”, frisou Sivaldo, que aposta em um novo momento de união e protagonismo para o PSB. A leitura é de que João, com sua juventude aliada à experiência acumulada em duas gestões à frente da Prefeitura do Recife, dará ao partido uma nova energia, abrindo caminho para a formação de alianças estratégicas e o fortalecimento das bases socialistas nos estados.

Com a realização do congresso nacional, o PSB conclui uma extensa agenda de etapas municipais e estaduais, que pavimentaram o caminho para essa nova fase de transição e reposicionamento político. A presença maciça de lideranças em Brasília para o evento confirma o prestígio do partido e o apoio quase unânime ao nome de João Campos. Para Sivaldo Albino, esse é o tipo de liderança que não apenas administra, mas inspira, que não apenas conduz, mas mobiliza. Ele enxerga em João um ponto de convergência entre o legado histórico do partido e as demandas de uma sociedade em transformação, o que o torna, segundo suas palavras, o nome certo para conduzir o PSB a novos horizontes no cenário político brasileiro.

BASE GOVERNISTA VAI TRABALHAR EM GRUPO FOCADO EM DESTRAVAR PAUTAS NA ALEPE

Em um movimento estratégico para intensificar a articulação política no Legislativo estadual, deputados e deputadas da base aliada da governadora Raquel Lyra se reuniram na manhã desta terça-feira (27), no Palácio do Campo das Princesas, para discutir os rumos da agenda de votações na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O encontro, que acontece a cada quinze dias, foi marcado por uma decisão considerada crucial para a governabilidade: a criação de um grupo de trabalho composto pelos líderes dos partidos governistas com o objetivo de atuar de forma coordenada junto à Mesa Diretora da Alepe. A proposta surgiu diante da necessidade de destravar pautas de interesse do Executivo e garantir uma tramitação mais fluida de matérias que beneficiam diretamente a população pernambucana.

O grupo terá como missão colaborar institucionalmente na superação de impasses legislativos, atuando com foco no diálogo, na articulação política e no fortalecimento da relação entre os Poderes. A orientação partiu diretamente da governadora Raquel Lyra, que tem defendido com firmeza a importância de manter um ambiente de harmonia e respeito institucional, especialmente no momento em que o governo precisa de estabilidade para avançar com projetos estruturadores. A líder do Governo na Alepe, deputada Socorro Pimentel, que vem desempenhando papel de ponte entre o Executivo e o Legislativo, reforçou que a criação desse núcleo de articulação visa justamente assegurar que as iniciativas do governo e dos demais Poderes não fiquem estagnadas por entraves políticos ou regimentais.

Durante o encontro, a governadora reiterou que os deputados da base devem atuar com espírito público, priorizando os interesses da população e garantindo que propostas de relevância, como as oriundas do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) e do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), também avancem. A deputada Socorro Pimentel lembrou que muitas dessas matérias têm impacto direto na gestão pública, no controle de gastos, na modernização dos serviços do Judiciário e na estruturação da máquina administrativa. Para ela, a responsabilidade dos parlamentares governistas é ainda maior neste cenário, onde a eficiência legislativa se tornou uma das principais exigências da sociedade.

A partir de agora, os líderes da base aliada terão encontros mais frequentes com representantes da Mesa Diretora, buscando garantir a previsibilidade das pautas, a transparência nas negociações e a celeridade nos processos internos da Casa. A intenção é que esse grupo de trabalho funcione como uma ponte permanente entre as intenções políticas do governo e a operacionalização das votações no plenário da Alepe. A formação desse núcleo de articulação é vista por bastidores como uma resposta estratégica do Executivo às tensões que, por vezes, dificultam o andamento de projetos prioritários.

A governadora tem deixado claro que não haverá espaço para paralisia ou disputas que prejudiquem a governabilidade, e que a relação com a Alepe precisa ser marcada por maturidade política e responsabilidade institucional. O café da manhã desta terça-feira simbolizou mais do que uma reunião de rotina: representou um pacto de atuação conjunta entre Executivo e sua base legislativa, com o objetivo de alinhar esforços para garantir entregas concretas à população pernambucana. Para além das votações, o grupo também poderá acompanhar de perto comissões temáticas e contribuir com a formulação de políticas públicas, ampliando sua influência para além do plenário.

Com essa iniciativa, o Palácio do Campo das Princesas aposta em uma dinâmica de articulação política mais direta, menos burocrática e mais proativa. A expectativa é que os efeitos do grupo já comecem a ser sentidos nas próximas semanas, com avanço de pautas represadas e reestabelecimento de um fluxo institucional mais eficiente. O momento, segundo aliados do governo, é de reconstrução de pontes, e a base governista parece disposta a cumprir esse papel com firmeza e coesão.

AUGUSTO COUTINHO SERA RELATOR DE COMISSÃO QUE VAI REGULAMENTAR TRABALHO POR APLICATIVOS

Em meio aos debates sobre a modernização das relações de trabalho no Brasil, a Câmara dos Deputados deu um passo importante nesta segunda-feira (26) ao anunciar a criação da Comissão Especial dos Trabalhadores de Aplicativos. A novidade foi revelada pelo presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que nomeou o deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos-PE) como relator do colegiado. O parlamentar pernambucano terá a missão de conduzir os debates técnicos e políticos sobre a regulamentação da atividade exercida por motoristas e entregadores que atuam por meio de plataformas digitais, em um dos setores que mais crescem na economia informal. A presidência dos trabalhos ficará a cargo do deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), outro nome com trânsito entre as bancadas que discutem as transformações do mundo do trabalho. A expectativa é que o grupo parlamentar analise alternativas para garantir um mínimo de segurança jurídica e direitos trabalhistas sem interferir na flexibilidade que caracteriza a relação entre os trabalhadores e os aplicativos. O desafio está em encontrar um equilíbrio entre proteção social e autonomia individual, diante de um universo que já soma mais de um milhão de profissionais atuando sobre duas ou quatro rodas, seja no transporte de passageiros ou na entrega de mercadorias. Segundo Coutinho, o foco do seu trabalho como relator será buscar caminhos que promovam condições mais dignas e sustentáveis para essa categoria, que se tornou essencial para o funcionamento das cidades, especialmente durante a pandemia. Ele defende que a regulamentação deve surgir a partir de um mergulho profundo na realidade vivida por esses profissionais, levando em conta as diferentes jornadas, formas de remuneração e ausência de vínculos empregatícios formais. Ainda de acordo com o deputado, é preciso ouvir não apenas os representantes das plataformas, mas sobretudo os próprios trabalhadores, para que a proposta final seja fruto de uma construção coletiva. A instalação da comissão representa uma resposta do Legislativo à crescente pressão por reconhecimento e proteção legal para esses trabalhadores, que operam em uma zona cinzenta da legislação trabalhista atual. A iniciativa também dialoga com experiências internacionais que já avançam em modelos híbridos de contratação, que combinam liberdade com garantias mínimas de seguridade. Ao assumir a relatoria, Augusto Coutinho afirmou estar consciente da responsabilidade e da complexidade do tema, ressaltando que pretende conduzir os trabalhos com transparência e diálogo.

ARTHUR LIRA DEIXA FILHO NO GATILHO PARA LHE SUBSTITUIR NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Em meio às articulações que movimentam os bastidores da política nacional, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), começa a preparar o terreno para uma transição cuidadosamente desenhada dentro do seu próprio clã. Em 2026, quem deverá dar os primeiros passos no cenário eleitoral é Álvaro Lira, filho do deputado e principal aposta da família para manter a influência no Congresso Nacional. O jovem estreante já tem um destino certo: disputar uma cadeira de deputado federal, herdando um capital político robusto e alianças estratégicas construídas ao longo dos últimos anos por seu pai. A decisão não é apenas uma escolha familiar, mas parte de um movimento mais amplo de perpetuação de poder, algo comum nas dinastias políticas do Nordeste brasileiro. Com a sinalização de que irá disputar o Senado Federal no próximo pleito, Arthur Lira busca garantir não apenas uma cadeira na Casa Alta, mas também a manutenção de sua força na Câmara dos Deputados, onde exerceu influência decisiva em votações-chave durante o governo Bolsonaro e também no atual governo Lula, mesmo que em posição de equilíbrio entre antagonismo e pragmatismo. A candidatura de Álvaro, portanto, não surge ao acaso. Ela se insere em uma engrenagem já azeitada, em que lideranças locais, prefeitos aliados e estruturas partidárias estarão a serviço da continuidade do projeto político do patriarca. Em Alagoas, a família Lira segue com prestígio consolidado e relações estreitas com setores empresariais e lideranças políticas regionais, o que deve impulsionar a campanha do novato, mesmo sem experiência prévia no parlamento. Arthur Lira, experiente e ciente do peso que carrega como uma das figuras mais poderosas do Legislativo, trabalha com antecedência para preparar a entrada do filho, que terá como principal ativo não apenas o sobrenome, mas o acesso a uma base sólida, discursos afinados e recursos consideráveis. O movimento é lido por aliados como um gesto calculado para que o clã não perca espaço num Congresso em constante reconfiguração. A aposta, contudo, não é isenta de riscos: Álvaro precisará mostrar capacidade de articulação e traquejo político, ainda que protegido por uma estrutura tradicionalmente forte. Lira pai, ao mirar o Senado, tenta ampliar seu raio de ação e renovar sua influência, agora mirando um novo palco político, onde poderá atuar com mais liberdade e visibilidade nacional. Ao mesmo tempo, delega ao herdeiro a missão de preservar o espaço conquistado ao longo de mais de duas décadas na Câmara, garantindo assim a continuidade da presença da família nas instâncias decisivas da política brasileira.

PROJETO DE EDUARDO DA FONTE QUE GARANTE R$ 1.000 A MAIS DE PARA RESPONSÁVEL POR PESSOA COM DEFICIÊNCIA BENEFECIÁRIA DO BPC É APROVADO EM COMISSÃO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Projeto de Eduardo da Fonte que garante R$ 1.000 a mais para responsável por pessoa com deficiência beneficiária do BPC é aprovado em Comissão na Câmara dos Deputados
O deputado federal Eduardo da Fonte (PP/UP-PE) teve aprovado na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CPD) da Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 461/2024, que cria o Programa Auxílio Cuidar Mais. A proposta garante um auxílio financeiro mensal de R$ 1.000,00 à pessoa legalmente responsável por cuidar de alguém com deficiência que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A iniciativa tem como objetivo oferecer suporte direto aos cuidadores, que muitas vezes enfrentam dificuldades econômicas e limitações profissionais devido à dedicação integral ao cuidado. “Esse projeto é um reconhecimento do trabalho essencial que os cuidadores realizam diariamente. Estamos garantindo mais dignidade e segurança para essas famílias”, afirmou Eduardo da Fonte.

Além de valorizar o cuidado como uma atividade de relevante função social, o projeto também busca ampliar o acesso a serviços de saúde, educação e qualidade de vida tanto para as pessoas com deficiência quanto para seus responsáveis.

Para garantir a viabilidade financeira do programa, o texto propõe o aumento da alíquota da COFINS para instituições financeiras, com estimativa de arrecadação de R$ 13,5 bilhões por ano, valor suficiente para beneficiar mais de um milhão de famílias em todo o país.

O projeto segue agora para a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família (CPASF).

STF ABRE INQUÉRITO CONTRA EDUARDO BOLSONARO

A atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos entrou oficialmente no radar do Supremo Tribunal Federal (STF), após solicitação direta da Procuradoria-Geral da República (PGR). Nesta segunda-feira (26), a Corte máxima do país abriu um inquérito para apurar a conduta do parlamentar, que está em solo norte-americano desde março deste ano. O pedido de investigação foi feito pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e ficou sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que já conduz processos relacionados e, por isso, foi designado por prevenção. No centro da apuração estão supostas tentativas de Eduardo Bolsonaro de coagir autoridades brasileiras e de obstruir investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros aliados políticos.

De acordo com Gonet, o filho do ex-presidente tem se articulado nos Estados Unidos com o intuito de pressionar e intimidar instituições brasileiras. O procurador aponta que essas ações extrapolam a liberdade de expressão e caminham na direção de crimes como coação no curso do processo, tentativa de embaraçar investigações sobre organização criminosa e, mais grave ainda, esforços para abolir o Estado Democrático de Direito. Os elementos iniciais da apuração incluem vídeos publicados nas redes sociais em que Eduardo Bolsonaro aparece em encontros com autoridades norte-americanas. Nessas reuniões, ele teria defendido a aplicação de sanções internacionais contra o Brasil e, especificamente, contra integrantes do Supremo Tribunal Federal e outras autoridades do Judiciário nacional.

Paulo Gonet citou como elemento central a declaração do senador norte-americano Marco Rubio, Secretário de Estado americano no governo republicano de Donald Trump, que afirmou haver uma "grande possibilidade" de sanções formais contra o ministro Alexandre de Moraes e contra o STF como um todo. Essa sinalização foi considerada por Gonet como um resultado direto das articulações de Eduardo Bolsonaro em território estrangeiro. Segundo o procurador, tais iniciativas não apenas afrontam a soberania nacional, como também representam interferência indevida no andamento de processos judiciais em curso no Brasil, alguns deles de natureza penal, com réus definidos, como o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.

O procurador também destacou em seu pedido que há evidências de que Jair Bolsonaro custeia pessoalmente a permanência do filho nos Estados Unidos, o que reforça, segundo ele, o elo entre os interesses das ações de Eduardo e os processos que envolvem o ex-presidente. Diante disso, Gonet solicitou que Jair Bolsonaro seja formalmente ouvido no âmbito do inquérito, uma vez que é, nas palavras do procurador, “diretamente beneficiado” pelas movimentações feitas pelo filho. O pedido de apuração teve origem em uma representação protocolada pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que classificou as condutas do parlamentar licenciado como uma ameaça real às instituições brasileiras e à integridade do sistema democrático.

A investigação será conduzida por Alexandre de Moraes, que já atua em processos que investigam a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023, e outros casos que envolvem a atuação da chamada “milícia digital”. As ações de Eduardo Bolsonaro, segundo a PGR, estariam alinhadas a essa estrutura de atuação, com o agravante de ocorrerem fora do território nacional, utilizando a diplomacia informal para alcançar objetivos políticos e judiciais de interesse direto de seu grupo familiar e político. O inquérito representará mais um capítulo da crescente tensão entre o núcleo bolsonarista e o Judiciário brasileiro, com potencial para causar repercussões diplomáticas caso a articulação por sanções americanas evolua para medidas concretas.